Nesta terça (30), em discurso no Plenário, a senadora Vanessa Grazziotin
(PCdoB-AM) criticou Ricardo Noblat, colunista do jornal O Globo. Em seu
discurso, Vanessa lamentava o fato de que um jornalista com sua experiência ter ido ao programa de Jô Soares
para "falar inverdades em cadeia nacional”. Coincidência ou não, esta
semana, a blogosfera se lembrou do álibi de mentira, sem eufemismos, que
o jornalista pregou em conjunto com o então senador José Roberto
Arruda, na época da violação do painel do Senado.
No plenário, Graziotin disse: “Não admito, como alguém que tem mais de
30 anos de vida pública, como alguém que já foi vereadora na cidade de
Manaus, como alguém que já foi deputada federal por três mandatos e
senadora da República, que um jornalista vá a um programa tão importante
quanto o Programa do Jô falar inverdades e que estas passem por
verdades”. Durante a entrevista ao Jô, Noblat acusou Vanessa de ter
montado um farsa para “se vitimizar” e mudar o quadro eleitoral, no
episódio em que ela foi agredida por um militante do adversário, o
tucano Arthur Virgílio Neto, quando chegava para o debate organizado
pela TV Em Tempo, retransmissora do SBT.
Imagens: A Justiceira de Esquerda |
“Pedi a ele [Jô Soares] que, se possível, reparasse tudo aquilo que foi
dito pelo jornalista Ricardo Noblat e que, repito, não corresponde à
realidade. Tanto é que, baseado em uma denúncia-crime apresentada por
mim junto ao Tribunal Regional Eleitoral, esse senhor, esse jornalista,
foi multado em R$ 65 mil, exatamente pelo fato de disseminar, de
noticiar, fatos que não corresponderam à realidade do que ocorreu na
cidade de Manaus”, contou Vanessa.
Álibi de Arruda – Vanessa Graziotin não devia se espantar com o
que diz o jornalista, que na época do escândalo da violação do painel de
votações do Senado, em 2001, Arruda era o líder do então presidente
Fernando Henrique Cardoso na Casa e precisava provar que não estava “na
cena do crime” e portanto não poderia ter conversado com Regina Borges, a
diretora da Prodasen que comandou a violação do painel. Arruda disse
que estava em um restaurante com Noblat e leu um documento redigido pelo
jornalista na tribuna senatorial.
“Recebi um telefonema de um insuspeito jornalista, Ricardo Noblat,
dizendo que estava me esperando no Piantella”, afirmou Arruda da tribuna
do Senado. Dias depois, a farsa caiu por terra e o próprio Noblat, que
redigira o insuspeito documento. “É mentira. Não telefonei para o
senador e quando cheguei ao restaurante ele já estava lá”, negou Noblat.
E desta vez é mentira ou inverdade, caro colega?
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