Horas antes de inverter a ordem do
julgamento e degolar uma banqueira e três figuras emblemáticas do PT,
Joaquim Barbosa esteve com a presidente Dilma Rousseff, a quem entregou o
convite para sua posse como presidente do STF. Ou Dilma ou algum de
seus assessores teve a sábia decisão de não abrir o encontro para os
fotógrafos. Afinal, que efeito teria a imagem para o PT no dia em que o
partido foi guilhotinado?
247 - Eram cerca de 10h30 desta segunda-feira, quando o
ministro Joaquim Barbosa, relator da Ação Penal 470, chegou ao Palácio
do Planalto. Barbosa havia, finalmente, conseguido agenda com a
presidente Dilma Rousseff para lhe entregar pessoalmente o convite para
sua posse como presidente do Supremo Tribunal Federal, no próximo dia
22.
Cordial, Dilma confirmou sua presença e disse que
retornará a tempo de uma viagem que fará à Espanha. Também convidou para
o encontro de meia hora dois de seus mais próximos assessores: o
ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o advogado-geral da União,
Luís Inácio Adams. Dois nomes que, curiosamente, são cotados para
assumir uma cadeira no STF, assim que o presidente da corte, Carlos
Ayres Britto, se aposentar.
Encontros dessa natureza, no Palácio do Planalto, em geral
são fotografados. Mas desta vez foi diferente. Ou a própria presidente
ou algum de seus assessores intuiu que não seria conveniente abrir a
reunião para os fotógrafos que cobrem o Palácio do Planalto.
E Barbosa saiu de lá com a certeza da presença de Dilma em
sua posse, mas sem a imagem que seria também um troféu - não apenas
para ele, mas também para os meios de comunicação que atuaram
intensamente ao longo do julgamento, apostando na divisão entre Dilma e
Lula (ou, ao menos, entre Dilma e o PT).
Quem quer que tenha sido o responsável, acertou. Naquele
momento, não se imaginava que o dia do encontro entre Joaquim Barbosa e
Dilma Rousseff seria também a data das penas de José Dirceu, José
Genoino (que Dilma se recusou a demitir) e Delúbio Soares, além da
banqueira Kátia Rabello.
Horas depois de deixar o Palácio do Planalto, Joaquim
Barbosa inverteu a ordem de votação da Ação Penal 470, com a colaboração
de Ayres Britto, que se aposenta no dia 18, e guilhotinou figuras
emblemáticas do PT.
Para que seu dia fosse completo, faltava apenas a foto com
Dilma. Mas esse troféu ele não conquistou. Aliás, fica a indagação: que
efeito teria esta imagem para a militância do PT no dia em que três
personagens que ajudaram a eleger Lula foram sentenciados?
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