"Não nos resta outra alternativa se não viajar
até um país civilizado, espécie de América Latina que deu certo, para
nos sentir civilizados. É necessário ficar longe da baderna toda para
ser reconhecido, para dar autógrafo a outros almofadinhas em um lugar
limpo e livre dos incapazes de reconhecer a própria inferioridade - sem
inveja da civilização porque está no coração da civilização. Um lugar
onde, enfim, podemos exercer nosso direito à almofadagem em paz."
Almeidinha: "Fujam para Miami. Os bárbaros chegaram"
Todo mundo sabe como devemos nos comportar no shopping: como bons almofadinhas. Lugar de baderna é baile funk
Por Matheus Pichonelli - CartaCapital - 15/01/2014
Vou confessar uma coisa: não estou acostumado com a fama. Mas ser astro das redes sociais e ter dado entrevista em programa de apresentador misógino de tevê fizeram de mim um rosto conhecido nos lugares onde a civilização já chegou. Por exemplo. Durante as férias, andava pelas ruas de Miami, onde posso comprar por um preço civilizado um perfume que no Brasil é vendido com taxas e impostos de odores bárbaros, quando fui reconhecido por um fã:
-Oi, você não é aquele almofadinha da internet?
A expressão soou como um sopro quentinho de um leite com pera no inverno: estava em casa.
Um almofadinha reconhece o outro pelo olhar: e o meu, em evidência, atravessou a fronteira. Sim: é bom sentir essa sensação. E é bom saber que somos muitos.
Todo mundo sabe como devemos nos comportar no shopping: como bons almofadinhas. Lugar de baderna é baile funk
Por Matheus Pichonelli - CartaCapital - 15/01/2014
Vou confessar uma coisa: não estou acostumado com a fama. Mas ser astro das redes sociais e ter dado entrevista em programa de apresentador misógino de tevê fizeram de mim um rosto conhecido nos lugares onde a civilização já chegou. Por exemplo. Durante as férias, andava pelas ruas de Miami, onde posso comprar por um preço civilizado um perfume que no Brasil é vendido com taxas e impostos de odores bárbaros, quando fui reconhecido por um fã:
-Oi, você não é aquele almofadinha da internet?
A expressão soou como um sopro quentinho de um leite com pera no inverno: estava em casa.
Um almofadinha reconhece o outro pelo olhar: e o meu, em evidência, atravessou a fronteira. Sim: é bom sentir essa sensação. E é bom saber que somos muitos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário