Poderão pensar que sou dado a vaticínios, mas se enganarão. O que faço, quando prevejo alguma coisa, é usar a lógica. Entendo que os fatos se encadeiam como números em uma equação e que os resultados desta, com as variáveis corretas sendo consideradas, podem ser absolutamente previsíveis.
Ao longo da primeira semana em que estourou a crise econômica mundial, em 2008, disse aqui, na contramão do sentimento então vigente de que a crise nos pegaria de jeito, que ela seria o que o presidente Lula disse, ou seja, seria uma marolinha.
Quem se der ao trabalho de acessar o histórico deste blog e for percorrendo o mês de setembro daquele ano, constará que não dei apenas um chute. Disse por que o Brasil não entraria em crise. Dei as razões e elas acabaram determinando o que ocorreria de fato.
O Brasil não tinha por que entrar em crise tendo um comércio exterior tão incipiente (diante de seu gigantesco e crescente PIB), um colchão de reservas de 200 bilhões de dólares, bancos oficiais montados em dinheiro e absolutamente saudáveis para suprir o crédito que escasseava mundialmente e um mercado interno de proporção continental.
Faço, agora, um novo “vaticínio”: a mídia será vencida neste ano. E, dali em diante, descobrirá que terá que mudar para reconquistar a confiança da sociedade. Ao fracassar em influir eleitoralmente na opinião pública, tentará entregar os anéis e salvar os dedos.
Hoje, quando dizem que o Brasil não acredita mais na mídia, ela dá de ombros. Se usasse a lógica, não faria isso.
Durante quase oito anos ela tentou “desconstruir” Lula. Acusou-o de tudo que se possa imaginar. Assassinato, perversões, vícios, corrupção, mitomania, deslealdade... Do que se puder pensar, Lula já foi acusado.
Pergunto: qual foi o resultado? Lula perdeu um único ponto percentual de popularidade? De acordo com as pesquisas da própria mídia, aconteceu o contrário.
E Dilma Rousseff? Não posso dizer que foi mais acusada e insultada do que Lula porque ele vive essa realidade midiática há pelo menos duas décadas, mas a virulência e o empenho com que foi atacada nos últimos dois anos daria para umas dez campanhas eleitorais.
O ano mais duro desse processo foi 2009. Já em janeiro surge o “dossiê” imaginário contra FHC, depois a ficha policial falsa, depois o caso Lina Vieira, tudo martelado sobre o público por milhões de edições de jornal e horas incontáveis de programação pelo espectro radioelétrico.
Análises políticas otimistas para a mídia e para a oposição a Lula infestaram todos os grandes meios de comunicação possíveis e imagináveis prevendo que Dilma não iria crescer nas pesquisas e que teria se inviabilizado por fatores absurdos como o seu suposto “mau gênio” ou por acusações que jamais ganharam fôlego por ausência absoluta de provas.
O resultado disso todos têm visto: Dilma cresce mais e cresce mais rápido do que se previa.
A mídia acha que Dilma teria crescido ainda mais, em todos os sentidos, se não tivesse sido atacada. Engana-se. Por isso se descredenciou como analista isenta.É senso comum que tevês, rádios, jornais etc. não gostam da ministra tanto quanto de Lula. É um fato verificável em qualquer conversa sobre política que surja em qualquer lugar do país. Até entre os menos politizados.
Simplesmente porque as acusações são sistemáticas e, claro, porque o acerto das políticas públicas dos últimos sete anos e tanto tem se transformado em bem estar social e em um sentimento mundial de que o Brasil é uma país que finalmente começa a assumir seu lugar de fato e de direito entre a comunidade das nações.
Parece-me gritantemente óbvio que a sociedade não acreditou em uma só palavra do que a mídia disse sobre Lula e sobre Dilma em todos estes anos. Se tivesse acreditado, o presidente não seria tão popular e a ministra não dispararia nas pesquisas.
A mídia diz que é porque Lula e Dilma fazem campanha antecipada, porque ela dança samba no Carnaval, vai a inaugurações, a comícios, a programas de auditório etc., e que Serra cai porque não faz nada disso.
É mentira. Serra está gastando milhões e milhões de reais em publicidade de seu governo enquanto São Paulo se afoga por falta de dinheiro nas obras de desassoreamento do rio Tietê e a locomoção trava, na capital do Estado, por falta de metrô.
O ensino público simplesmente não existe. O Estado, antes muito mais seguro do que o Rio, por exemplo, talvez já ultrapasse a insegurança que há por lá.
O governador paulista também não sai da mídia. Vai a programas de auditório, passa o Carnaval no Nordeste e sai fazendo campanha entre o público (morrendo de medo de ser tocado), gasta dinheiro de São Paulo para fazer mais publicidade em outros Estados, encena premiações internacionais etc.
A mídia acha que ninguém vê, mas está fatalmente enganada. Por isso ela será derrotada e Dilma Rousseff será eleita.
Cada vez mais, acho que só uma ruptura institucional pode impedir que isso aconteça. Não se trata de torcida ou previsão. É lógica. Se o conjunto da sociedade ignora os ataques a Dilma ao não lhe impor a menor dificuldade para se consolidar como candidata, certamente que acha que tentam destruí-la injustamente.
Entretanto, não serão Lula ou Dilma que vencerão a mídia. Não têm poder para isso. Só têm se mantido à tona porque uma entidade poderosa, que é quem de fato manda no país, permite. Quem derrotará a mídia será essa entidade, e ela se chama povo.
Escrito por Eduardo Guimarães às 01h22
Matéria publicada por Leda Ribeiro (Colaboradora do Blog)
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