quarta-feira, 14 de julho de 2010

O mercado tem confiança na continuidade do atual governo

14/07/2010 - 07:47h

A calmaria do momento, vai além. “O mercado não está embutindo nos preços dos ativos a possibilidade do candidato do PSDB, José Serra, vencer as eleições.”

É o principal destaque das matérias do Valor de hoje, que abordam a reação dos principais agentes do mercado financeiro perante a conjuntura eleitoral. O jornal destaca a diferença existente com relação a 2002. “O setor financeiro prepara-se para a eleição, mas o dólar e o risco-país, termômetros de inquietação, em nada lembram o pleito de 2002, quando Lula chegou ao planalto.”



Brasília - DF por dilmarousseff.
13/07/2010. Brasília – DF. Inauguração do Comitê Presidente Dilma. Foto: Roberto Stuckert Filho.


Risco-país blinda câmbio contra volatilidade

VALOR

O mercado de câmbio, hoje escorado num estoque espetacular de reservas, ainda é o mais sensível a situações de risco econômico ou político. Mas, diferente do que ocorreu em 2002, o comportamento recente do dólar não sugere tensão com a campanha eleitoral em curso que selará a passagem de bastão do presidente Lula para o sucessor, após oito anos de mandato e índices inéditos de aprovação.

Há oito anos, ante o temor de que Lula, se eleito, poderia romper com a política econômica vigente, o dólar chegou a subir 70%. Em outubro de 2001, o dólar encostou em R$ 4. Nos seis primeiros meses daquele ano, a cotação avançou quase 24%. Agora, em 2010, o dólar ganhou pouco mais de 3% e a alta acumulada no ano até outubro – sinalizada pelo mercado futuro – nem chega a 3,5%.

A melhora dos fundamentos econômicos do país explica, em parte, o comportamento do câmbio. Mas a calmaria do momento, vai além. Também indica confiança na continuidade do atual governo. O mercado não está embutindo nos preços dos ativos a possibilidade do candidato do PSDB, José Serra, vencer as eleições.

Outra indicação de que em oito anos mudaram o país e o mundo é a medida de risco internacional das diversas economias.

Em 2002, o termômetro considerado relevante de risco-país para os grandes investidores globais era representado pelo EMBI+, o Emerging Markets Bond Index Plus calculado pelo JP Morgan, desde 1994.

Com a crise financeira de 2008, tornaram-se mais relevantes as cotações do Credit Default Swap (CDS) que indicam as expectativas do mercado quanto à capacidade de empresas e países em cumprir seus pagamentos.

O CDS é um instrumento financeiro que permite ao comprador proteger-se do não cumprimento de determinado crédito. O mesmo JP Morgan, responsável pelo cálculo do EMBI+, liderou um grupo de bancos que criou o mercado de CDS em 1994.

Em 2002, com Lula a caminho do Planalto, o EMBI+ dobrou e chegou à cotação máxima histórica de 2.436 pontos. Oito anos depois, o EMBI+ vale 10 vezes menos e navega em estabilidade.

Postado por Luis Favre
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Matéria publicada por Leda Ribeiro (Colaboradora do Blog)

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