14/07/2010 - 10:52h
Papel suporta tudo. Até embrulhar peixe. O cheiro que o impregna nesse caso, pouco difere daquele exalado por alguns artigos publicados nestes dias.
O candidato tucano adiou a publicação de seu programa, previsto para acontecer por prestações a partir de ontem, porque deseja verificar uma última vez. Ele não é daqueles que assina nada sem saber, repete o interessado e aquiescem seus exegetas apoiadores.
Teria algum motivo “oculto” questionar a biografia propagandeada do candidato que pretende debater de trajetórias? Mais ainda quando expurga dela alguns fatos e acrescenta outros produtos de sua fértil imaginação?
O precedente não autoriza nenhum cheque em branco para o candidato tucano em matéria de palavra empenhada. Ou a carta a seguir, não é um precedente para tomar com pinças suas afirmações?
Serra é tão cuidadoso, certo? Nunca assinaria nada sem ler, proclama jactancioso o próprio.
Tanto é assim que ele sabia muito bem, quando assinou seu compromisso de cumprir integralemente seu mandato na prefeitura, que estava enganando o eleitorado pois sua intenção era utilizar o cargo como trampolim. Ficou pouco mais de um ano e pulou fora.
Sua palavra vale tanto como sua assinatura, como prova sua alardeada criação do FAT:
Fui também o autor da emenda à Constituição brasileira que instituiu o que veio a ser o Fundo de Amparo ao Trabalhador, o FAT. O Fundo, hoje, é o maior do Brasil e é patrimônio dos trabalhadores brasileiros, e financia o BNDES, a expansão das empresas, as grandes obras, os cursos de qualificação profissional, o salário dos pescadores na época do defeso. Tudo isso vem do FAT. E tenho orgulho de ter iniciado esse processo.
Graças ao FAT, também, tiramos o seguro-desemprego do papel e demos a ele a amplitude que tem hoje. O seguro-desemprego dormia há mais de 40 anos nas gavetas. Existia na lei, mas pouco na prática. Conseguimos viabilizá-lo e ele já pagou mais de 50 milhões de benefícios na hora mais difícil de qualquer família e de qualquer trabalhador. (Convenção Nacional do PTB, em 12 de junho).
As Centrais Sindicais desmentiram a inverdade e eis que os jornais vêm partidarismo na atuação dos sindicatos, quando deveriam elogiá-los por terem feito o que os próprios jornais tinham abdicado de fazer: constatar a veracidade da autoproclamação feita pelo candidato e o PSDB.
Só depois que o manifesto das Centrais veio a público, manifesto que não se reduz a retificar a paternidade inverídica do tucano, é que alguns jornais finalmente informam que o FAT foi criado por um deputado do PMDB e não por Serra.
LF
Matéria publicada por Leda Ribeiro (Colaboradora do Blog)
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