quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Agora é o FMI que deve US$ 14 bilhões ao Brasil


Ao falar sobre o "fantasma" do Fundo Monetário Internacional (FMI), que assombrou o país por anos, o Presidente Lula declarou nesta terça-feira, durante discurso de inauguração das obras da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), que o país pagou todas as suas dívidas internacionais e que, atualmente, é o fundo que deve ao país.

- Hoje são eles (FMI) que nos devem US$ 14 bilhões - disse Lula.

Durante o evento de inauguração, o Presidente disse que "nunca mais o Brasil será considerado um país de segunda classe", precisando aceitar a ingerência de organismos internacionais.

- Nunca mais um homem e uma mulher do FMI vão descer de um avião aqui para dizer o que fazer - afirmou.

Lula também destacou o que ele chama de revolução educacional o que ele fez no país no setor.

- Quando chegar no dia 31 de dezembro vou olhar para trás e me sentir muito feliz, sabendo que sou o primeiro presidente sem diploma e o que mais fez pela educação - afirmou.

O presidente afirmou que a revolução da educação aconteceu porque ela foi colocada como prioridade no seu governo e avançou ainda mais na gestão do ministro Fernando Haddad, que a inovou.

O presidente destacou o ProUni (Programa Universidade para Todos), que obrigou as universidades particulares, que não pagam impostos, a dar a sua contribuição para a formação superior da população carente no Brasil. Hoje, segundo ele, são 704 mil jovens inseridos no programa. O presidente voltou a dizer que tinha sido vitima de "uma doença chamada preconceito". Ele reclamou que perdeu as primeiras eleições porque as pessoas não votavam nele, justamente porque tinham medo de votar em alguém parecido com elas mesmas.

- Eu ficava zangado; queria diferenciar o que se aprende na faculdade da inteligência para fazer política. Os de baixo só podiam bater palmas e os granfinos faziam política. A gente lutou e conseguiu superar esse preconceito - afirmou.

Lula citou ainda como exemplo de rompimento do preconceito a vitória de Evo Morales, um índio que foi eleito presidente da Bolívia, e a eleição de Barack Obama, um negro que virou presidente dos EUA. Já ele, Lula, é um ex-torneiro mecânico, sem curso superior, que virou presidente do Brasil. Mas, para Lula, tudo começou com Nelson Mandela, que venceu o "Apartheid" e se tornou presidente da África do Sul.

Na inauguração da UFGD, o presidente estava acompanhado, além do ministro Fernando Haddad, dos ministros Paulo Sérgio Passos (Transportes), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Márcio Fortes (Cidades), do secretário-adjunto de Relações Institucionais, Geraldo Majela da Trindade, e do senador Valter Pereira. Da solenidade, além do reitor Damião Duque de Farias e seus pró-reitores participaram o prefeito Ari Artuzi.
Lula critica falta de diálogo entre seus antecessores na Presidência

O presidente também criticou a falta de diálogo entre seus antecessores na Presidência e os reitores de universidades federais.

Lula ressaltou que a falta de diálogo ocorria inclusive com presidentes com diploma universitário e até "doutores".

- Eu nunca consegui entender por que os reitores, por que os ministros da Educação de governos anteriores, embora fossem reitores, e os presidentes da República, embora fossem doutores, não se reuniam com os reitores. Qual era a doença pegajosa que tinham os magníficos reitores que os presidentes não gostavam de se reunir com eles?- criticou.

Para Lula, a conduta dos últimos ministros e presidentes demonstrava falta de interesse em governar. E governar exige duas competências: saber montar equipe e tomar as decisões na hora certa.

- Saber montar equipe significa colocar as pessoas que você não tenha dificuldade de tirar depois e saber tomar as decisões na hora certa. É como um técnico de futebol, se um ponta direita ou esquerda não está jogando bem, não pode esperar os 39 minutos do segundo tempo para tirar, senão não vai resolver nada - disse.

Antes, o presidente participou da inauguração das obras de duplicação e restauração de trecho da rodovia BR-163/MS que corta a cidade de Dourados. AG

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