Merval Pereira "senta na cadeira". Na ânsia de lançar um pouco de bálsamo sobre as mordidas que Lula deu na oposição nas últimas semanas, o colunista exagera no otimismo quanto aos resultados eleitorais da oposição. Mas achei válido, por uma questão terapéutica. Não acho saudável botar a oposição contra a parede e tirar-lhe toda esperança, porque isso pode jogá-la no banditismo político, prejudicando a estabilidade democrática nacional.
E por falar em sentar na cadeira, o assunto rendeu mídia positiva para Dilma, que está se mostrando bastante hábil em se esquivar de bombardeios tucanos através de contra-ataques inteligentes.
(O Globo, 30/08)
O "jênio" tentou lançar uma pedrinha nas costas da Dilma, mas a pedra acabou caindo em sua própria cabeça. A troco de que Serra falou em "sentar na cadeira"? Pareceu um anão chamando outro de baixinho. Dilma respondeu com bom humor mas de maneira fulminante, porque aproveitou para associar Serra a seu mentor, FHC, um político com o dom mágico de arrastar qualquer político para o fundo do poço.
*
Malucos missivistas em polvorosa
Outro dia li uma frase do Drummond: "Quem gosta de escrever cartas para os jornais não deve ter namorada". Bobeira, claro, mas com um fundo de verdade, pelo menos para um tipo de leitor. Abaixo, há duas cartas publicadas na edição impressa do Globo, uma logo acima da outra. Qual das duas se encaixa no perfil descrito pelo poeta?
Recado para Marisa Dezouzart: você tá vivendo em outro mundo.
*
Antes dessa nova estratégia do Serra, de "colar" em Anastasia, eu acreditava que a eleição em Minas havia se inclinado definitivamente em favor do PSDB. Agora, sei não. Acho que Serra vai conseguir a proeza de paralisar o processo de virada tucana em Minas e revertê-lo numa onda pró-Hélio Costa. Mas eu tô brincando. Continuo achando que Anastasia ganha, em função da popularidade titânica de Aécio Neves em Minas Gerais. Mas se o vampiro insistir demais em Minas, sabe-se lá o que pode acontecer.
*
Esta é outra notícia que gostaria de comentar. Bem na hora em que Serra se postou diante do "impostômetro" para ser fotografado no momento em que ele atingiria a marca de 800 bilhões de reais, o mecanismo sai do ar. Guilherme Afif, candidato a vice-governador de São Paulo, disse que havia "suspeita de ação de hackers", mas evitou responsabilizar o PT. Bem, se foram hackers que fizeram isso, eu gostaria de parabenizá-los efusivamente, porque não existe nada mais despolitizante, antinacionalista e idiota (ou "indiota") do que esse "impostômetro". Só mesmo o sem-noção do Serra para posar ao lado dessa coisa. Até entendo que um empresário tenha interesse em divulgar o impostômetro, mas um homem de Estado? Um político até pouco conhecido como "desenvolvimentista"? Esse impostômetro produz uma crítica política altamente nociva e mesquinha, porque o problema dos impostos não é o valor alcançando pela receita tributária total. O problema - e penso no ponto-de-vista dos empresários e das classes médias e altas - é a carga tributária. Que o governo arrecade mais deveria ser visto como algo positivo, porque é sinal de que o país está crescendo e que o Estado terá mais dinheiro para investir em educação, saúde, pesquisa, etc. O problema do imposto é o peso percentual no orçamento de uma empresa e a sua distribuição injusta e desorganizada entre os diferentes agentes sociais. Quanto mais o pais cresce, maior a arrecadação, ao mesmo tempo que se abre espaço para redução da carga tributária. Mas daí a protestar que o Estado brasileiro arrecade mais, é de uma estupidez somente possível num político que, pelo visto, está totalmente destrambelhado.
*
Os tucanos e a mídia se acham os paladinos da democracia, mas não parecem entender que acusar sem prova é uma atitude antidemocrática. Uma das maiores conquistas do estado de direito é o respeito à inocência do cidadão e das instituições até prova em contário, sendo que o ônus da prova pertence ao acusador. A repercussão sobre quebra do sigilo de membros do PSDB exalou cheiro pútrido de golpe hondurenho. Serra, de maneira leviana e desesperada, acusou a campanha de sua adversária mesmo não dispondo de nenhuma prova para sustentar suas aleivosias. Além do mais, é burrice do ponto-de-vista estritamente político, porque joga todos os holofotes sobre Dilma, que, ao conseguir se defender satisfatoriamente, ganha a simpatia da sociedade. Está acontecendo isso agora.
*
A bala nem de latão era, pelo jeito, mas de festim mesmo. Hoje os jornalões nem mais repercutem as acusações de Serra contra a campanha de Dilma, talvez com medo de prejudicar ainda mais o tucano. Serra também, ao que parece, depois de ser processado várias vezes, parece ter tomado juízo. Somente o fim-de-linha Eduardo Jorge continua chiando. Dora Kramer segura a tocha olímpica hoje, mas sem conseguir ir muito longe. Desse jeito, a tocha apaga ainda esta semana.
E por falar em sentar na cadeira, o assunto rendeu mídia positiva para Dilma, que está se mostrando bastante hábil em se esquivar de bombardeios tucanos através de contra-ataques inteligentes.
(O Globo, 30/08)
O "jênio" tentou lançar uma pedrinha nas costas da Dilma, mas a pedra acabou caindo em sua própria cabeça. A troco de que Serra falou em "sentar na cadeira"? Pareceu um anão chamando outro de baixinho. Dilma respondeu com bom humor mas de maneira fulminante, porque aproveitou para associar Serra a seu mentor, FHC, um político com o dom mágico de arrastar qualquer político para o fundo do poço.
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Malucos missivistas em polvorosa
Outro dia li uma frase do Drummond: "Quem gosta de escrever cartas para os jornais não deve ter namorada". Bobeira, claro, mas com um fundo de verdade, pelo menos para um tipo de leitor. Abaixo, há duas cartas publicadas na edição impressa do Globo, uma logo acima da outra. Qual das duas se encaixa no perfil descrito pelo poeta?
Recado para Marisa Dezouzart: você tá vivendo em outro mundo.
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Antes dessa nova estratégia do Serra, de "colar" em Anastasia, eu acreditava que a eleição em Minas havia se inclinado definitivamente em favor do PSDB. Agora, sei não. Acho que Serra vai conseguir a proeza de paralisar o processo de virada tucana em Minas e revertê-lo numa onda pró-Hélio Costa. Mas eu tô brincando. Continuo achando que Anastasia ganha, em função da popularidade titânica de Aécio Neves em Minas Gerais. Mas se o vampiro insistir demais em Minas, sabe-se lá o que pode acontecer.
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Esta é outra notícia que gostaria de comentar. Bem na hora em que Serra se postou diante do "impostômetro" para ser fotografado no momento em que ele atingiria a marca de 800 bilhões de reais, o mecanismo sai do ar. Guilherme Afif, candidato a vice-governador de São Paulo, disse que havia "suspeita de ação de hackers", mas evitou responsabilizar o PT. Bem, se foram hackers que fizeram isso, eu gostaria de parabenizá-los efusivamente, porque não existe nada mais despolitizante, antinacionalista e idiota (ou "indiota") do que esse "impostômetro". Só mesmo o sem-noção do Serra para posar ao lado dessa coisa. Até entendo que um empresário tenha interesse em divulgar o impostômetro, mas um homem de Estado? Um político até pouco conhecido como "desenvolvimentista"? Esse impostômetro produz uma crítica política altamente nociva e mesquinha, porque o problema dos impostos não é o valor alcançando pela receita tributária total. O problema - e penso no ponto-de-vista dos empresários e das classes médias e altas - é a carga tributária. Que o governo arrecade mais deveria ser visto como algo positivo, porque é sinal de que o país está crescendo e que o Estado terá mais dinheiro para investir em educação, saúde, pesquisa, etc. O problema do imposto é o peso percentual no orçamento de uma empresa e a sua distribuição injusta e desorganizada entre os diferentes agentes sociais. Quanto mais o pais cresce, maior a arrecadação, ao mesmo tempo que se abre espaço para redução da carga tributária. Mas daí a protestar que o Estado brasileiro arrecade mais, é de uma estupidez somente possível num político que, pelo visto, está totalmente destrambelhado.
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Os tucanos e a mídia se acham os paladinos da democracia, mas não parecem entender que acusar sem prova é uma atitude antidemocrática. Uma das maiores conquistas do estado de direito é o respeito à inocência do cidadão e das instituições até prova em contário, sendo que o ônus da prova pertence ao acusador. A repercussão sobre quebra do sigilo de membros do PSDB exalou cheiro pútrido de golpe hondurenho. Serra, de maneira leviana e desesperada, acusou a campanha de sua adversária mesmo não dispondo de nenhuma prova para sustentar suas aleivosias. Além do mais, é burrice do ponto-de-vista estritamente político, porque joga todos os holofotes sobre Dilma, que, ao conseguir se defender satisfatoriamente, ganha a simpatia da sociedade. Está acontecendo isso agora.
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A bala nem de latão era, pelo jeito, mas de festim mesmo. Hoje os jornalões nem mais repercutem as acusações de Serra contra a campanha de Dilma, talvez com medo de prejudicar ainda mais o tucano. Serra também, ao que parece, depois de ser processado várias vezes, parece ter tomado juízo. Somente o fim-de-linha Eduardo Jorge continua chiando. Dora Kramer segura a tocha olímpica hoje, mas sem conseguir ir muito longe. Desse jeito, a tocha apaga ainda esta semana.
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