quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Lula e Dilma turbinam campanha de Zeca do PT no MS

Claudio Leal, Portal Terra

“Na noite desta terça-feira (24), em Campo Grande, o comício da candidata Dilma Rousseff (PT) dirigiu foguetes contra o governador do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), líder nas pesquisas da sucessão estadual. Para ajudar a campanha de Zeca do PT, o presidente Lula protagonizou o palanque e coordenou os ataques ao adversário peemedebista, aliado de José Serra (PSDB) no Estado. "Não vou falar mal de ninguém, mas queria retratar com fidelidade as coisas que estão acontecendo neste País", iniciou Lula.

Depois de referir-se à "lua pantaneira", tediosamente citada por todos os oradores, o presidente ironizou um velho elogio de Puccinelli. "Não faz muito tempo, eu e essa mulher aqui (Dilma) viemos no Mato Grosso do Sul lançar o PAC. E os jornais daqui diziam que o governador era o Lula, porque o governador (Puccinelli) não governava o Estado. Não era o Lula que falava, eram os jornais daqui. Não sei se eram amigos ou inimigos...", brincou.
"Aí veio o governador e se referiu a esses jornais. Me chamou de 'pai Lula' e chamou a Dilma de 'fada madrinha'... Não fomos nós que pedimos elogios. Eu até fiquei agradecido ao perceber que um homem que governava o Estado reconhecia o trabalho de uma mulher", ironizou, com voz iracunda.

Ainda mais indignado, o presidente revelou uma decepção: "confesso que fiquei chateado. Aos 64 anos, eu não tenho o direito de me decepcionar... Não é justo, não é honesto, não é eticamente correto: no dia em que eu estou no Mato Grosso, ele diz isso. Uma semana depois, diz que Lula não é pai coisa nenhuma e que ela não é fada madrinha! Não é honesto, não é eticamente aceitável! Nunca pedi elogio de ninguém".

Em seu discurso, a candidata à presidência adotou um ritmo acelerado, com frases rascantes, contrariando a frieza dos comícios anteriores, em São Paulo. No Mato Grosso do Sul, Dilma poetizou a "lua pantaneira luminosa" e pediu votos para Zeca do PT, exaltando o legado de Lula. "Numa eleição, vocês não podem se deixar enganar... Nós somos do grupo dos que fazem. Eles (do PSDB) são do grupo dos que dizem e falam só nas eleições", atacou.

Antes da ex-ministra da Casa Civil, Zeca do PT relembrou os preconceitos sofridos por Lula nas eleições presidenciais e partiu para o confronto com Puccinelli. "Estamos aqui não mais com projeto de mudança, mas de respeito às instituições, aos empresários, aos servidores públicos, aos que lutam pela reforma agrária", defendeu o candidato ao governo. "Tenho o senhor como meu líder. Sou-lhe eternamente grato", declarou o petista a Lula. No início do discurso, Zeca arrancara da lua pantaneira uma inusitada confissão de amizade ao ex-operário: "a partir de janeiro, o senhor deve estar em outra parte do mundo, mas quero que o senhor leve desta noite enluarada o companheirismo, a admiração...". E a Lua seguia cheia.”
Foto: Divulgação

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