Se alguém pensar que acho que entrevistas não podem ser duras sem serem grosseiras, peço que recordem(em três partes, aqui, aqui e aqui) como foi a do jornalista Kennedy Alencar com Hugo Chávez. Duríssima, jamais grosseira. Feita esta ressalva, vamos aos fatos.
Porque há um fato de repercussão futura no ato do presidente Lula, ontem à noite, entregando uma rosa a Dilma Rousseff pelo seu comportamento inabalável na entrevista ao Jornal Nacional e a menção ao fato de Willian Bonner ter sido grosseiro com a candidata, o que você pode ver e ouvir no vídeo que posto aí em cima.
Além de ter dito uma verdade, Lula colocou uma pressão sobre o apresentador na entrevista de hoje, com José Serra. Bonner tem um impasse: se for gentil ou mesmo apenas neutro, deixará evidente a animosidade que teve em relação a Dilma. Se resolver pressionar Serra com dureza, para figurar uma “imparcialidade” da Globo… Bem, todos nós e, sobretudo os jornalistas – Miriam Leitão e Heródoto Barbeiro à frente – sabem como costuma reagir Serra ao receber perguntas desconfortáveis…
Sei que lá, na “cova da onça”, Serra não vai “estar podendo” como em outras ocasiões. Mas ele está acuado, pressionado e, hoje à noite, já deve estar sabendo do resultado real do Datafolha que está terminando a coleta de entrevistas. Sabe que não se destacou no debate e que hoje vai ter de encontrar espaço para falar em catarata, próstata, varizes, apaes (depois comento a besteira que falou sobre isso) e outros temas que tais, enquanto vai ter – se não tiver, é uma vergonha – de enfrentar perguntas sobre a crise do vice, a aliança com Jefferson, Maluf, Quércia e Fernando Henrique.
Se fosse uma partida de tênis, seria algo assim: Dilma confirmou seu serviço no primeiro set. Agora, Serra vai para o saque e o rapaz do outro lado da rede, com a pressão que Lula colocou, vai ter de rebater com força.
Lula inviabilizou o jogo de compadres, ao menos o evidente. Serra e Bonner vão ter de suar.
Matéria publicada por Leda Ribeiro (Colaboradora do Blog)
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