(manchete do Globo desta segunda-feira.)
No quesito arrecadação de campanha, um dos mais importantes - por razões óbvias - numa democracia capitalista, Dilma Rousseff está dando uma goleada em Serra. E desmoralizou o discurso macarthista do Globo e suas hienas amestradas. Vários colunistas do Globo (e estenda essa crítica a todos os articulistas conservadores de outros jornais) vinham tentando colar em Dilma a pecha de uma estalinista enrustida, inimiga da propriedade privada, uma terrorista de esquerda infiltrada nas altas esferas da política pública.
Os empresários, pelo visto, não caíram nessa esparrela e apostam pesado na continuidade de um governo positivo para todo mundo: trabalhadores e patrões. Uns ganharam empregos, os outros, mais lucros.
Na tentativa de explicar o fracasso tucano, o Globo ensaia um discursinho de perdedor, colhendo neste supermercado de opiniões que são a universidade e os partidos algumas frases convenientes.
É certo que a situação tem mais facilidade para gerir uma campanha do que a oposição. Mas nem sempre. No Rio Grande do Sul, a governadora Yeda Crusius, conseguiu bem menos dinheiro que Tarso Genro candidato de oposição e pole position em arrecadação na tchêlândia. O governo precisa ser bem avaliado e o candidato tem que ser bom. Em 2002, os tucanos estavam no poder e mesmo assim Lula conseguiu arrecadar, oficialmente ao menos, mais do que Serra.
Não vi nenhum analista da mídia tirar a conclusão mais óbvia: a arrecadação pífia de Serra é resultado da fragilidade de sua candidatura, de ideário confuso e até mesmo ameaçador. A impressão que Serra passa é que será uma espécie de Uribe furioso, brigando com todos nossos vizinhos, brigando com seus próprios aliados, governando através de medidas provisórias (visto que não terá maioria no Congresso ou no Senado), arrochando o funcionalismo público e o salário mínimo, e conspirando pessoalmente contra qualquer jornalista que não rezar na sua cartilha.
A postura de serra desde sempre se mostrou tropeçante e errática. Não fosse o apoio canino da mídia, seu agora declinante capital eleitoral teria se evaporado há tempos. Demorou para se definir como candidato. Não soube articular positivamente a dialética interna do PSDB no processo de escolha do candidato. Aceitasse participar de prévias, teria dado mostras de magnanimidade e trazido uma visibilidade extremamente positiva para o PSDB, que vem perdendo muito espaço para o PT nos últimos anos. Os grão-tucanos não percebem a importância de investir na militância. Desprezam o que pensam os jovens, depois vem chorar e fazer acusações rasteiras porque a UNE apoia a Dilma. Pura inveja.
Serra é um péssimo articulador político e o resultado está aí. Agora pedem que ele peça pessoalmente dinheiro aos empresários. Ahah, vão acabar rasgando o tucano, de tanto que puxam para cá e para lá. Virgílio quer o Serra no Amazonas fazendo campanha; diz que se o tucano não for lá, vai tomar uma surra. Ora, como se a presença "magnética" de Serra fosse fazer alguma diferença. O tucano pode ir à Manaus, mas ver-se-á, como em todo lugar, cercado apenas de repórteres. Querem o Serra em Pernambuco, daí ele perde votos no Sudeste, então chamam ele para São Paulo e Minas. Problemas no Rio Grande do Sul? Serra neles. Como se a presença de Serra tivesse o dom mágico de transformar-se em votos.
No quesito arrecadação de campanha, um dos mais importantes - por razões óbvias - numa democracia capitalista, Dilma Rousseff está dando uma goleada em Serra. E desmoralizou o discurso macarthista do Globo e suas hienas amestradas. Vários colunistas do Globo (e estenda essa crítica a todos os articulistas conservadores de outros jornais) vinham tentando colar em Dilma a pecha de uma estalinista enrustida, inimiga da propriedade privada, uma terrorista de esquerda infiltrada nas altas esferas da política pública.
Os empresários, pelo visto, não caíram nessa esparrela e apostam pesado na continuidade de um governo positivo para todo mundo: trabalhadores e patrões. Uns ganharam empregos, os outros, mais lucros.
Na tentativa de explicar o fracasso tucano, o Globo ensaia um discursinho de perdedor, colhendo neste supermercado de opiniões que são a universidade e os partidos algumas frases convenientes.
É certo que a situação tem mais facilidade para gerir uma campanha do que a oposição. Mas nem sempre. No Rio Grande do Sul, a governadora Yeda Crusius, conseguiu bem menos dinheiro que Tarso Genro candidato de oposição e pole position em arrecadação na tchêlândia. O governo precisa ser bem avaliado e o candidato tem que ser bom. Em 2002, os tucanos estavam no poder e mesmo assim Lula conseguiu arrecadar, oficialmente ao menos, mais do que Serra.
Não vi nenhum analista da mídia tirar a conclusão mais óbvia: a arrecadação pífia de Serra é resultado da fragilidade de sua candidatura, de ideário confuso e até mesmo ameaçador. A impressão que Serra passa é que será uma espécie de Uribe furioso, brigando com todos nossos vizinhos, brigando com seus próprios aliados, governando através de medidas provisórias (visto que não terá maioria no Congresso ou no Senado), arrochando o funcionalismo público e o salário mínimo, e conspirando pessoalmente contra qualquer jornalista que não rezar na sua cartilha.
A postura de serra desde sempre se mostrou tropeçante e errática. Não fosse o apoio canino da mídia, seu agora declinante capital eleitoral teria se evaporado há tempos. Demorou para se definir como candidato. Não soube articular positivamente a dialética interna do PSDB no processo de escolha do candidato. Aceitasse participar de prévias, teria dado mostras de magnanimidade e trazido uma visibilidade extremamente positiva para o PSDB, que vem perdendo muito espaço para o PT nos últimos anos. Os grão-tucanos não percebem a importância de investir na militância. Desprezam o que pensam os jovens, depois vem chorar e fazer acusações rasteiras porque a UNE apoia a Dilma. Pura inveja.
Serra é um péssimo articulador político e o resultado está aí. Agora pedem que ele peça pessoalmente dinheiro aos empresários. Ahah, vão acabar rasgando o tucano, de tanto que puxam para cá e para lá. Virgílio quer o Serra no Amazonas fazendo campanha; diz que se o tucano não for lá, vai tomar uma surra. Ora, como se a presença "magnética" de Serra fosse fazer alguma diferença. O tucano pode ir à Manaus, mas ver-se-á, como em todo lugar, cercado apenas de repórteres. Querem o Serra em Pernambuco, daí ele perde votos no Sudeste, então chamam ele para São Paulo e Minas. Problemas no Rio Grande do Sul? Serra neles. Como se a presença de Serra tivesse o dom mágico de transformar-se em votos.
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