quinta-feira, 14 de outubro de 2010

José Serra: Poder e corrupção - Parte 1: A serpente sai do ovo

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Aparelhamento e nepotismo já no primeiro cargo

Não se sabe exatamente quando o ovo da serpente começou a ser chocado, mas a face mais visível da ganância desmedida de José Serra pelo poder pode ser facilmente constatada a partir dos anos 80.

Desde então, sua ascensão é uma saga pelo poder cercada por escândalos de corrupção, envolvendo nomes de sócios, parentes, amigos, ex-amigos, tesoureiros e financiadores de campanhas.

Em 1983, José Serra assume a secretaria estadual de Planejamento de São Paulo, como um novo quadro promissor. Sai em 1986 como um coronel político, capaz das piores práticas.

Com o poder de indicar e nomear pessoas, Serra aparelhou o Conselho de Administração do BANESPA (onde são decididos os grandes negócios do banco), apoiando a indicação de um parente e sócio: o compadre Gregório Marim Precidado.

Espanhol, naturalizado brasileiro, Gregório é casado com uma prima de José Serra. Mas as relações entre os dois iam muito além do nepotismo. Serra e Gregório já eram sócios, proprietários de um terreno no bairro nobre do Morumbi, na capital paulista, desde 13 de fevereiro de 1981.

Gregório ainda aparecerá muitas vezes nesta saga, envolvido em negócios com governos tucanos, através de pessoas ligadas a Serra.

Entrando no mesmo ramo de negócio de PC Farias

Em 1986, Serra sai da Secretaria de Planejamento para candidatar-se a deputado federal.

Em paralelo com a campanha eleitoral naquele ano, abre no dia 10 de março de 1986 a empresa "Consultoria Econômica e Financeira Ltda", entrando no mesmo ramo de atividade (consultoria) que PC Farias viria a exercer mais tarde.

Como sócio na consultoria, Serra tinha um antigo amigo de militância na Ação Popular: Vladimir Antônio Rioli. A consultoria funcionou até 17 de março de 1995.

Nos anos seguintes, veremos que Rioli, o consultor sócio de Serra, ocupou cargos de direção no BANESPA e fez diversos empréstimos e operações, junto a Gregório Preciado, Ricardo Sérgio de Oliveira e outros, causando rombos no banco, que o levou à duas condenações na justiça: uma de 4 anos de prisão e outra de 6 anos.

Rioli, Preciado, e Ricardo Sérgio de Oliveira foram arrecadadores de campanha do PSDB até os anos 90.

De quadro promissor a coronel político

A campanha de Serra de 1986 invadiu redutos eleitorais de membros de seu partido (PMDB, na época), com uma campanha milionária, desleal e sem escrúpulos, pisando no pescoço de seus próprios companheiros de partido, para subir no poder às custas da ruína deles.

Ex-amigos denunciaram que Serra usou a máquina da Secretaria de Planejamento (responsável pelo orçamento, pela liberação de verbas) para corromper políticos de todo o estado a apoiá-lo, além de montar esquemas de financiamento de uma campanha milionária, agindo com as piores práticas do coronelismo político.

Flávio Bierrenbach, atual ministro do STM, um ex-deputado federal, ex-amigo, atropelado e traído por Serra na época, o descreveu assim:

- José Serra entrou pobre na Secretaria de Planejamento do Governo Montoro e saiu rico.

- Ele usa o poder de forma cruel, corrupta e prepotente.

- Poucos o conhecem. Engana muita gente.

- Uma ambição sem limites. Uma sede de poder sem nenhum freio. E pelo poder eles são capazes de tudo.

Fontes:
Denúncia do Ministério Público Federal.
Carta Capital.

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