Presidenta Dilma Rousseff discursa durante cerimônia de lançamento do Plano Brasil Maior. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Do Blog do Planalto - 02/08/2011
O Brasil tem dois obstáculos a vencer para garantir seu desenvolvimento perene e sustentável: superar os riscos à indústria nacional decorrentes de um câmbio desequilibrado e diversificar sua pauta de exportações em direção a manufaturados de maior valor agregado. A afirmação é da presidenta Dilma Rousseff que, nesta terça-feira (2/8), lançou o Plano Brasil Maior, a nova política industrial, tecnológica, de serviços e de comércio exterior do país.
“Estes desafios só podem ser vencidos com inovação, com tecnologia e com produtividade (…). Os industriais brasileiros e os trabalhadores das indústrias brasileiras podem ter certeza de que este governo está do lado deles”, disse a presidenta.
Dilma Rousseff afirmou que hoje, mais do que nunca, é imperativo defender a indústria brasileira da “concorrência desleal e da insanidade cambial” que empobrecem as exportações brasileiras. Nesse sentido, o governo trabalha para garantir condições tributárias e de financiamento adequadas ao estímulo aos investimentos produtivos e à geração de emprego, informou.
A presidenta Dilma Rousseff se dirigiu aos que pensam que o mais prudente é não agir e “esperar a onda passar” e informou que, amparada na experiência brasileira de 2008 e 2009, atuará com indispensável bom senso mas com “uma boa dose de ousadia”. É justamente numa situação de tensões eletrizantes no mundo que devemos agir, completou.
“O nosso desafio é fazer tudo isso sem recorrer ao mesmo protecionismo ilegal que tanto nos prejudica e que tanto criticamos; sem ameaçar a estabilidade com intervenções abruptas e perturbadoras na economia; sem abrir mão da arrecadação necessária para atender às demandas indispensáveis da população, principalmente nas áreas social e de infraestrutura; e, claro, sem desrespeitar os direitos dos trabalhadores.”
Conjuntura internacional – Em seu discurso, a presidenta afirmou que, pelo que tudo indica, o Congresso americano aprovará hoje um pacote de medidas que amplia a capacidade de endividamento dos Estados Unidos. Isto evitará o pior – ponderou – mas o mundo ainda viverá um longo período de tensão econômica.
Em sua opinião, o atual cenário econômico é “resultado dramático da insensatez, da incapacidade política e da supremacia de ambições regionais e corporativas de alguns países sobre as necessidades globais”. Ela frisou ainda que o excesso de liquidez imposta pelos países ricos em direção aos países emergentes provocou um opressivo desequilíbrio cambial, que fará com que a instabilidade continue por mais tempo.
A presidenta garantiu que, apesar do momento turbulento, o Brasil tem condições de enfrentar a crise, ainda que não possa “se declarar isento de seus efeitos. Para ela, as medidas do Brasil Maior vêm ao encontro da estratégia brasileira para enfrentamento da crise, que passa pelo fortalecimento da indústria nacional.
“Fomos o primeiro país a superar aquele período difícil, e temos condições de fazê-lo de novo (…). Estamos iniciando, com o Plano Brasil Maior, uma cruzada em defesa da indústria brasileira diante do mercado internacional. Sobretudo, para que não lhe seja roubado o mercado interno, construído a duras penas e consolidado, nos últimos oito anos, com a ascensão de 40 milhões de brasileiros às classes médias”
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