sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Como Serra (não) enfrenta as pressões


não enfrenta pressões

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Três episódios que ilustram bem a personalidade de José Serra, que me foram passados por um ex-assessor de comunicação que trabalhou muitos anos ligado ao PSDB.
O primeiro, no comício das diretas. Serra foi contra desde o início, alegando que não daria certo. Quando o carro pegou, tentou embarcar de carona. Provocou revolta nos companheiros, a ponto de ter havido briga de braço um militante qualificado do partido.
O segundo episódio foi com Mário Covas. Na prefeitura, Covas sempre atribuía a Serra as notas que saíam contra ele na imprensa e, depois, às notas plantadas durante a Constituinte. Certo dia Covas deu o troco, com uma crítica em on contra Serra, em plena constituinte.
Em vez de responder, Serra foi até a repórter de O Globo e garantiu, em off, que Covas não tinha feito aquela crítica, que fora mal interpretado pelo jornal. A repórter procurou um assessor do partido que foi direto: converse com o Covas novamente. Cova reiterou as críticas, em on. Serra se escondeu.
No governo FHC, uma característica permanente de Serra era desaparecer de cena assim que acontecia qualquer crise. Sumia, simplesmente, não era achado, conta o ex-assessor. Esse comportamento se repetiu em São Paulo, quando governador. Sumiu de cena no episódio das enchentes, no conflito entre PM e Polícia Civil, nos conflitos da USP.
A explicação do ex-assessor vale para os momentos atuais. Sob pressão, Serra entra em parafuso.
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PITACO DO ContrapontoPIG
O Brasil pulou uma grande fogueira em não escolher para presidente um pulha como este.
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Um comentário:

Pedro Cindio disse...

Eu ainda diria mais. Trabalhei na SSP-SP na época do Ronaldo Marzagão. Fazia clipagem e, após o confronto de PM e PC na porta do Palácio, fui promovido para a assessoria,mesmo sendo estagiário ainda de jornalismo.
O que posso afirmar é que, neste episódio, Serra não apareceu para trabalhar durante 4 dias, alegando indisposição. Meu chefe na época me confidenciou uma coisa muito séria. "Serra está reunido com a imprensa todos esses dias para tentar contornar essa situação e mostrar que os policiais civis são os bandidos da história. Até implantaram um homem armado no meio dos civis para dar tiro e assim desqualificar o movimento".
No dia em que Serra apareceu, precisava de uma declaração dele sobre o ocorrido. Quando falei o que precisava, devidamente alterado, me expulsou de seu gabinete aos gritos, alegando que eu estava prestando um desserviço no governo. Resultado? Fui demitido em dois dias...