segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Professor demonstra como Merval é um parvo imortal


Óia a vírgula, Merval Pereira! Óia a vírgula, hômi!
O jornalista Merval Pereira, recém-eleito membro da Academia Brasileira de Letras, bem que poderia fazer jus ao fardão que lhe foi "outorgado" sabe-se lá por quais critérios literários [se é que me entendem].
Em artigo intitulado "A ficção do Amaury" - em que tece críticas ao conteúdo do livro "A Privataria Tucana" e defende, nas entrelinhas, a omissão da "grande imprensa" na divulgação da obra do também jornalista Amaury Ribeiro Jr. -, o Merval se "desvia" do que é posto como padrão "culto" para as situações formais de comunicação e expressão em língua portuguesa.
Assim é que algumas normas são "quebradas", a ambiguidade surge em algum momento e a "limitação" vocabular se faz presente em outro. Tudo isso denuncia o "acadêmico" Merval Pereira como um verdadeiro relaxado no trato com a língua dita "culta".
A seguir, as minhas observações e os meus comentários. Claro que não dá para me comparar ao Merval. Eu, coitado, sou da Acadêmía Brazilêra de Lêtra:
A leitura do segmento "suas denúncias" traz um sabor de... de que, mesmo? Já nem sei... da mesma forma que não sei se as denúncias são dos "novos meios de comunicação e dos blogueiros chapa-branca" ou do "Amaury Ribeiro Jr". Brincadeirinha. O contexto nos dá o caminho para o referente que, neste caso, seria o próprio "Amaury Ribeiro Jr". Agora que o Merval, membro da ABL, poderia ter evitado essa ambiguidade... Ah, poderia!
Embora não esteja "obrigado" a fazer uso da nova ortografia, o Merval escreve "idéia" e não segue a nova orientação ortográfica [aqui]. Será que os acadêmicos da ABL, eminências da língua "correta", estão ainda usando a ortografia anterior? Se não estiverem, Merval, você será chamado às falas... Com aquela gente não se brinca em matéria de língua padrão... Tô logo avisano...
Óia a vírgula, Merval! Óia a vírgula! A oração coordenada explicativa ["pois alegam"] "abriu vaga" para uma intercalada de valor semântico temporal [alguns atribuem ao conectivo "enquanto" um valor de simultaneidade temporal]. Ponha a vírgula adispois do "pois", hômi!
Xiiii... Acho que, na pressa em escrever o artigo para defender a tucanada, o Merval deu um espaço e separou "por que". Não seria "porque", Merval? Vêji isso aí, diretim... Eu tenho cá pra mim que esse "por que" se ajunta, visse?!?!
Merval, fique tranquilo, pois o uso que você fez de "tranqüilo" já foi discutido acima... A nova ortografia, certo?!?!...
Óia a vírgula, Merval! Óia a vírgula! Esse não é o momento adequado para usá-la, hômi de deusi! A oração "se tem provas" é complemento verbal de "verificar", assim como "se ele realmente acrescenta dados novos às denúncias sobre as privatizações". Como se nota, a última oração do parágrafo, introduzida pela coordenativa "e", funciona, sintaticamente, como objeto direto [dizem os doutos da norma padrão que não se separa complemento verbal de seu verbo por vírgula.]. Ah... o uso da vírgula foi para dar ênfase?! Questão de estilo... é isso?!?! Sei não, sei não... Bom... de quarqué modo, vêji isso tamém, visse, Merval?!?!
Pô, Merval! Um minidicionário - daqueles escolares - teria dado uma força para evitar a repetição da palavra "falcatruas"! Aqui, nada demais, sabe, Merval... Mas o povo que entende dessas coisas de língua padrão e indicetra e tá pode achar que você está com o vocabulário meio comprometido. Sugerirão alguns que roubalheira cairia bem no lugar da segunda ocorrência da palavra "falcatruas"... Ah, mas é que, no governo Collor, foram muitas "falcatruas", né? Assim como foi, no caso das privatizações no governo FHC... Como é que eu não saquei isso! Você vai mi adiscurpando aí, visse, Meval?! É que, às vêiz, a gente se impóga e tal...
Óia a vírgula, Merval! "Será o binidito!"! Vêji que o sujeito de "transformou-se" é o mesmo de "desencadeou" - "Roberto Jerfferson". Desse modo, Merval, não haveria o uso da tal vírgula para separar as orações construídas em torno dos referidos verbos, a menos que... peraí, peraí... ah, já sei... Você pensou que a oração iniciada por "de quem..." tivesse caráter explicativo, não foi?!?! Mas ela não tem, né?!?! Então, apague essa vírgula aí tamém, hômi!
Minha nossinhora, Merval Pereira! A vírgula de novo, hômi!!! Pela última vez: a gente não viu aí in riba* que não se separa complementos verbais de seu verbo por vírgula? O mesmo se dá com o sujeito e o seu verbo. Eles não gostam de vírgula atrapalhando a relação. Nisso eles têm razão: quem já se viu uma vírgula se metendo onde não é chamada? Desse modo, bote pra correr a vírgula adispois de "Amaury Ribeiro Jr"!
Rapaz... Eu num tô acreditando, não! Merval!... A vírgula... Meu deus do céu! Óia, Merval, eu não vou tá mais aqui falano de vírgula, não, visse! Chega! Mas, ainda assim, eu vou dizer... Eu sou chato: Ô, misera! Há um tal de paralelismo sintático em "não apenas"... "mas". Apois bote uma vírgula adipois da mulesta dessa palavra "TCU"!
* Vêiz em quando, Merval, é sempre bom usar um latim nordestino - não é o de Roma, não, visse?!?! Só para você entender, caso não saiba, pois agora tá todo chique... é da Academia Brasileira de Letras, né?!?!: "in riba" significa "pras bandas de cima".
Professor DiAfonso
No Terra Brasilis

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