Por Altamiro BorgesA
velha mídia levou um baile das redes sociais e da blogosfera e, aos
poucos, rompe seu silêncio sobre o best-seller “A privataria tucana”, de
Amaury Ribeiro. Na mídia impressa, a Folha engoliu a seco e publicou
um artigo com o único intuito de desqualificar o autor e blindar o
tucanato privatista e corrupto. O texto nem é assinado. Deve ter sido
“obra” do Otavinho, o patrão serrista do diário. Um dia depois, o
Estadão também reconheceu que o livro é um sucesso, num artigo um pouco
mais isento.
Já nas telinhas, até o Boris Casoy, outro
direitista convicto, noticiou o estrondo causado pelo livro. Só faltou o
bordão: “Isto é uma vergonha”. Antes, vale registrar, a Record, por
razões mercadológicas e políticas conhecidas, foi a primeira a dar
destaque à obra – inclusive com uma excelente entrevista do autor ao
jornalista Paulo Henrique Amorim. Bob Fernandes também usou a sua
coluna na TV Gazeta para criticar o silêncio hipócrita e seletivo da
maior parte da chamada grande imprensa.
E cadê os histéricos “calunistas”?A
pergunta que não quer calar é a seguinte: cadê os histéricos
“calunistas” dos impérios midiáticos? Eles saíram de férias, ficaram com
preguiça de ler o livro, estão com medo do vingativo Serra ou tem
algum peso na consciência por terem apoiado o criminoso processo de
privatização das estatais na era FHC? Será que alguém usou as
lavanderias tucanas nos paraísos fiscais? Será?
No caso de Eliane
Cantanhêde, da “massa cheirosa” do PSDB, ela tem uma justificativa.
Está em férias. Mesmo assim, a incansável colunista da Folha escreveu
mais um de seus petardos contra Hugo Chávez. Deve ser pura obsessão
contra o líder venezuelano. Já o Josias de Souza, também da Folha, o
famoso carona do FHC, não escreveu uma linha sobre o livro e também
entrou em férias.
“Não-notícia” na telinha da GloboMirian
Leitão e Dora Kramer, outras duas colunistas estridentes da mídia
imprensa, também murcharam. A colunista do Estadão até ficou irritada
com seus seguidores na internet, que criticaram o silêncio. “Façamos o
seguinte: matriculem-se na faculdade de jornalismo, trabalhem 30 anos no
ramo e aí a gente discute”, disparou a deselegante Kramer. Para ela,
“o envolvimento do autor com dossiês de campanha, arranha a
credibilidade [do livro]”. O policial-bandido João Dias, herói da
mídia, não arranhou?
Já para o campeão de audiência na tevê, o
Jornal Nacional, o livro de Amaury Ribeiro não existe, é uma
“não-notícia”. O veterano Willian Bonner está calado e a novata
Patrícia Poeta está muda. No Jornal da Globo, o requisitado Willian
Waack, freqüentador da embaixada dos EUA, também está quieto. E o
Arnaldo Jabor ainda não fez os seus trejeitos patéticos para tratar do
tema tabu. Ele adora falar sobre as tais maracutaias, desde que não
atinjam os seus íntimos amigos tucanos.
Noblat não se acovardouEntre
os colunistas da mídia demotucana que não se acovardaram diante do
best-seller, o primeiro foi Ricardo Noblat, o blogueiro mais acessado
das Organizações Globo. De imediato, ele escreveu: “O livro desperta
desde já dois tipos de reação: ‘Não li e não gostei’. E: ‘Não li e
gostei’. Comecei a ler ontem. É uma leitura penosa para quem tem pouca
intimidade com o mundo financeiro”.
Na sequência, ele assumiu o
seu lado na contenda. Publicou o chilique de José Serra contra o livro.
“Lixo é lixo”. E depois, como se fosse o porta-voz dos tucanos, ele
antecipou que a “bancada de deputados federais do PSDB se reúne esta
tarde, em Brasília, para anunciar providências quanto à publicação do
livro ‘A Privataria Tucana’, que começou a ser vendido no último
domingo”.
Merval Pereira, o “imortal” da Academia Brasileira de
Letras, demorou, mas também se posicionou – como sempre, em apoio aos
santos tucanos. Já com relação a Reinaldo Azevedo e Augusto Nunes, os
blogueiros da Veja, não vale a pena falar. Eles babam!
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