sábado, 7 de abril de 2012

Governador Marconi Perillo fala sobre envolvidos em operação


No início da tarde desta última quarta-feira (4), o governador Marconi Perillo (PSDB) conversou com o repórter Murilo Santos, no Jornal Anhanguera 1° Edição, sobre as denúncias de influência com o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso em fevereiro pela Polícia Federal (PF) na Operação Monte Carlo
CACHOEIRA
“Todo político goiano tem algum tipo de relacionamento com Carlinhos Cachoeira" afirmou o deputado Jovair Arantes (PTB). Perguntado sobre essa afirmação, Marconi disse que não todos, mas os principais políticos e empresários de Goiás certamente já tiveram algum tipo de conversa com ele.
Com relação a seu possível envolvimento com o empresário Cachoeira, Marconi é taxativo: “Após um pedido de audiência do senador Demóstenes em 2011, eu recebi Cachoeira para falar sobre uma indústria química de Anápolis, de negócios comerciais”. O governador ainda afirmou que eles se encontraram provavelmente três vezes em ocasiões festivas, mas não são amigos.
ASSESSORES
Na última terça-feira (3), a então chefe de gabinete do governador Marconi Perillo, Eliane Gonçalves Pinheiro, pediu demissão após ter seu nome envolvido em escutas da Operação Monte Carlo e de acordo com a Polícia Federal (PF). Ela também tinha um dos celulares habilitado nos Estados Unidos, como os integrantes da quadrilha.
Eliane teria vazado informações sobre operações da PF em 2011 contra prefeituras e câmaras municipais acusadas de fraudar imposto de renda e, a pedido de Cachoeira, ela teria avisado o prefeito de Águas Lindas sobre a operação. No dia da operação na cidade, o prefeito não estava. Ainda sobre a ex-chefe de gabinete, o jornal Folha de São Paulo afirma que Eliane teria recebido informações de Cachoeira sobre operações policiais que foram repassadas a envolvidos e prejudicou o trabalho da polícia.
Segundo o governador, Eliane disse a ele que teve cerca de duas conversas com o empresário Carlinhos Cachoeira. Marconi disse que não sabia dessa ligação entre eles e que se soubesse, reprovaria. “A Eliane me disse que existe outra Eliane advogada, e que essas gravações seria com essa outra Eliane e não com ela” disse Perillo.
Quando soube das ligações com o prefeito de Águas Lindas, Eliane confirmou ao governador que conversou com ele, mas que não avisou sobre a operação e então ela mesma pediu exoneração do cargo. Marconi acha que ela tomou a decisão certa, para que não haja qualquer dúvida sobre o governador e o governo.
Em reportagem do jornal O Globo, a Eliane que estaria envolvida na Operação é a mesma Eliane ex-chefe de gabinete e não a outra advogada, e com relação a isso, Marconi diz: "Se ela tiver cometido qualquer crime, ilegalidade, ela vai pagar na justiça. Eu não tive, não tenho e jamais terei qualquer comprometimento com ilegalidade, ilícito, contravenção ou qualquer coisa errada e qualquer secretário funcionário do governo, concursado e auxiliar que cometer crimes vai pagar com demissão e depois vai pagar na justiça. O que tinha que acontecer, já aconteceu, ela saiu do governo e hoje eu vou assinar o decreto de exoneração”.
Sobre a troca de mensagens via celular entre Carlinhos e Eliane, divulgadas a 10 dias pelo jornal POPULAR, Marconi afirma que nunca acreditou nisso e por isso não pediu pra ela sair. “Foi um desejo dela e eu torço para que ela prove sua inocência, sempre confiei nela” diz o governador.
DEMÓSTENES
Sobre o relacionamento com o senador Demóstenes Torres, Marconi disse que começou em 1999 quando Torres era Procurador Geral de Justiça do governo anterior e o convidou para assumir a Secretaria de Segurança Público de seu governo. Logo depois, em 2002 foi indicado pelo PFL, atual Democratas, na chapa junto com Lucia Vânia para concorrer ao Senado Federal, depois tiveram um rompimento e em 2006 ele se candidatou ao governo do Estado sem o seu apoio e com a chegada dele ao Senado eles se reaproximaram e em 2010 ele foi decisivo na campanha ao governo.
Perguntado se está arrependido de ter disputado a eleição de 2010 com o senador, Marconi afirma: “Não estou porque o Demóstenes produziu muito no Senado, foi um dos principais protagonistas na mudança dos códigos, apresentou projetos de lei para aprimorar a legislação e combater o crime”.
O repórter Murilo Santos perguntou se o governador Marconi acredita que Demóstenes é inocente, Perillo diz “Está claro que ele tem envolvimento com Cachoeira”. Sobre a influência do senador na administração do governo do Estado, Marconi disse que Demóstenes está muito preocupado com a defesa dele e deve passar os próximos meses se defendendo no conselho de ética do Senado e sempre se defendendo na justiça. “O que passou, passou e muitas mudanças serão feitas daqui pra frente de acordo com a necessidade do Estado de ajustes administrativos”, afirma o governador.
GOVERNO
Com relação à preocupação de senadores do PSDB (partido de Marconi Perillo) com a gestão do governador. Marconi disse que não tem essa informação e que conversou com o senador Álvaro Dias, que perguntou se o governador tinha algo que poderia falar com relação às denúncias da Operação Monte Carlo. “Nossa administração sempre foi referencial e vitrine em termos de inovação e resultados positivos para a população” afirmou o governador, e completa, "Eu não tenho o que temer, não sou investigado e não há nada que aponte qualquer relação minha com qualquer envolvido dessa operação, a não ser a relação político com o senador Demóstenes que me ajudou muito na última eleição”.

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