MARINA NOVAES
VAGNER MAGALHÃES
Primeiro entrevistado da série de sabatinas promovidas pelo Terra e pelo
SBT sobre a corrida eleitoral, o ex-ministro da Educação e
pré-candidato a prefeito de São Paulo pelo PT, Fernando Haddad, disse
nesta quarta-feira acreditar que enfrentará o adversário do PSDB, o
ex-governador paulista José Serra, no segundo turno das eleições
municipais.
"Eu acho que vou enfrentar o José Serra, em virtude dele ter disputado
as últimas quatro eleições. Ele deverá estar no segundo turno", afirmou,
ao ser questionado sobre sua aposta para a próxima etapa da disputa,
caso avance nas urnas. Durante uma hora de entrevista, Haddad deixou
claro que sua estratégia de campanha será o ataque à gestão do prefeito
Gilberto Kassab (PSD) e, consequentemente, à gestão de Serra na
prefeitura. O petista também reforçou em vários momentos que o tucano
deixou a prefeitura para concorrer ao governo do Estado, em 2006.
"Eu penso que ele representa a gestão atual, teve a oportunidade e não
quis exercer seu mandato. Nós olhamos para São Paulo de uma maneira
diferente, nós achamos que São Paulo precisa de um prefeito 24 horas por
dia", completou o petista. Entre os principais problemas da capital
paulista, Haddad destacou a falta de moradias, o caos do transporte
público e a deficiência "crônica" na área da saúde pública.
Em um esforço de demonstrar sintonia com a ex-prefeita e senadora Marta
Suplicy, o petista lembrou os investimentos feitos por ela para a
construção de corredores de ônibus e para combater inundações na cidade.
"Em quatro anos, nós entregamos oito piscinões. Em oito anos, (a dupla)
Serra e Kassab entregaram dois", alfinetou.
Aliança com Dilma
Haddad também lembrou o trabalho desenvolvido por ele no Ministério da
Educação durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
seu padrinho político e principal cabo eleitoral, e no início do governo
da presidente Dilma Rousseff, e se defendeu das críticas ao ser
questionado sobre os problemas envolvendo o vazamento de provas do Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem).
"É uma injustiça atribuir ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela aplicação do Enem,
a responsabilidade por ter sido vítima de um crime", rebateu. Ele
também negou ser inexperiente para administrar a prefeitura da capital
paulista, embora nunca tenha disputado uma eleição. "Eu liderei um
ministério que tem um orçamento que é o dobro do de São Paulo. Eu diria
que a pressão era até maior", disse.
Por fim, ao ser questionado sobre o papel que a presidente terá sobre
sua campanha e sobre como vê a evolução que Dilma teve em sua campanha à
Presidência em 2010, quando também era desconhecida do eleitorado,
Haddad afirmou que se sente "inspirado" por sua trajetória. "A
presidenta Dilma me inspira muito", afirmou.
Estreia
O jornalista Carlos Nascimento, do SBT, afirmou que o formato do
programa - que durou cerca de 1 hora - ajudou para que fosse possível
abordar os principais temas da cidade e difundir os tópicos do debate
que estarão na pauta deste pleito. "Foi o primeiro programa e avalio que
apertamos pouco o candidato. Mas os temas principais da cidade foram
abordados de maneira bastante civilizada", disse.
O diretor de jornalismo do SBT, Marcelo Parada, disse que abrir debate
quase meio ano antes da eleição fará com que os problemas efetivos da
cidade sejam debatidos da forma mais ampla possível. "É preciso menos
blablabá na discussão dos problemas da cidade, que atingem diretamente a
população, que quer soluções", disse.
A apresentadora do Terra, Maria Lins, afirmou que esse tipo de
entrevista faz com que o eleitor tenha mais chances de votar bem. "A
eleição para prefeito é a mais importante, porque é ele quem trata
diretamente da cidade. É muito importante que as pessoas estejam bem
informadas, para que o voto seja de melhor qualidade", disse.
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