Seria compreensível se a velha imprensa cobrasse celeridade do
Judiciário como um todo. Mas causa estranheza quando, em ano eleitoral,
essa velha imprensa só bate o bumbo sobre o processo do chamado
"mensalão".
Por que então não cobrar o julgamento também do processo que José Serra
responde por atos praticados ainda no governo FHC e que se arrasta até
hoje? Em termos de réus ilustres supera o chamado "mensalão", e em
termos de valores também, além de ser bem mais antigo, pois se arrasta
desde 2003.
Não é um processo qualquer. Trata-se do rombo no Banco Econômico,
socorrido com R$ 3 bilhões no âmbito do PROER, quando Serra era ministro
do planejamento. São réus também praticamente toda a equipe econômica
do governo FHC, incluindo o ex-ministro Pedro Malan, ex-ministro e
banqueiro Ângelo Calmon de Sá e os ex-presidentes do Banco Central
Gustavo Loyola e Gustavo Franco.
A juíza Daniele Maranhão Costa, da 5ª Vara da Seção Judiciária do
Distrito Federal, acatou a denúncia apontando dano ao erário,
enriquecimento ilícito e violação aos princípios administrativos no
caso.
Note-se que Serra é o candidato mais célebre destas eleições de 2012,
e a celeridade no julgamento seria uma oportunidade para o tucano sair
inocentado, ou para o eleitor saber se estará votando em alguém
condenado em primeira instância.
O processo corre no TRF1-DF, e os detalhes da ação estão aqui, íntegra.
Helena Sthephanowitz
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