Kirchner mostra que é possível retomar o que foi arrancado de seu país.
Por Douglas Yamagata
A presidenta Cristina Kirchner foi no mínimo ousada e corajosa ao apresentar projeto para reestatizar a YPF que foi na década de 90 concedida à empresas espanholas. Atualmente, a maior parte da petroleira é controlada pela empresa espanhola Repsol. Trata-se de expropriação de 51% das ações da companhia, sendo que hoje a Repsol detém 57,43% das ações.
O projeto prevê que 51% das ações expropriadas fiquem com o governo e 49% fiquem com as províncias. Será mais ou menos como o pré-sal no Brasil. A diferença é que na Argentina não nada precisa ser descoberto e está sendo apenas tomado de volta aquilo que lhes foi tirado.
O governo já apresentou uma lista de executivos que devem pedir demissão, inclusive ordenou que peguem seus pertences e deixem o prédio da empresa. Na lista está o diretor-geral da Repsol, Antonio Gomis.
Agora, a Argentina sofre ameaça do governo espanhol. Mas quem é a Espanha para exigir seus direitos? Um país que historicamente explorou o ouro e a riqueza latino americana? Que escravizou milhares de pessoas, sobretudo índios e negros? Portanto, existe uma dívida histórica que deve ser considerada.
E essa exploração não é secular, é recente também. A Espanha foi um país que se aproveitou muito do neoliberalismo latino-americano nos anos 90. Não é a toa que temos hoje a presença do Banco Santander e da Telefonica no Brasil.
Entre 1999 e 2011, a Repsol na Argentina obteve lucro líquido de US$ 16,450 bilhões, que equivale a cerca de R$30 bilhões. Isso não é nada se comparado com o Banco Santander no Brasil, que só entre 2009 e 2011 lucrou mais de R$20 bilhões.
Kirchner nos deixa uma lição de que é possível retomarmos o que é nosso. Erros históricos parecem estar sendo corrigidos na Argentina. Nada mal para quem teve seu patrimônio dilapidado há tempos atrás.
Que bom seria se pudéssemos ter o Banespa ou quem sabe a Telesp de volta. Aliás, petróleo, bancos e comunicações, nunca deveriam ser privatizados, assim como diversos setores estratégicos e essenciais à soberania do país.
Ao que parece, Kirchner deve estar surpreendendo Evo Morales e até Hugo Chaves.
Por Douglas Yamagata
A presidenta Cristina Kirchner foi no mínimo ousada e corajosa ao apresentar projeto para reestatizar a YPF que foi na década de 90 concedida à empresas espanholas. Atualmente, a maior parte da petroleira é controlada pela empresa espanhola Repsol. Trata-se de expropriação de 51% das ações da companhia, sendo que hoje a Repsol detém 57,43% das ações.
O projeto prevê que 51% das ações expropriadas fiquem com o governo e 49% fiquem com as províncias. Será mais ou menos como o pré-sal no Brasil. A diferença é que na Argentina não nada precisa ser descoberto e está sendo apenas tomado de volta aquilo que lhes foi tirado.
O governo já apresentou uma lista de executivos que devem pedir demissão, inclusive ordenou que peguem seus pertences e deixem o prédio da empresa. Na lista está o diretor-geral da Repsol, Antonio Gomis.
Agora, a Argentina sofre ameaça do governo espanhol. Mas quem é a Espanha para exigir seus direitos? Um país que historicamente explorou o ouro e a riqueza latino americana? Que escravizou milhares de pessoas, sobretudo índios e negros? Portanto, existe uma dívida histórica que deve ser considerada.
E essa exploração não é secular, é recente também. A Espanha foi um país que se aproveitou muito do neoliberalismo latino-americano nos anos 90. Não é a toa que temos hoje a presença do Banco Santander e da Telefonica no Brasil.
Entre 1999 e 2011, a Repsol na Argentina obteve lucro líquido de US$ 16,450 bilhões, que equivale a cerca de R$30 bilhões. Isso não é nada se comparado com o Banco Santander no Brasil, que só entre 2009 e 2011 lucrou mais de R$20 bilhões.
Kirchner nos deixa uma lição de que é possível retomarmos o que é nosso. Erros históricos parecem estar sendo corrigidos na Argentina. Nada mal para quem teve seu patrimônio dilapidado há tempos atrás.
Que bom seria se pudéssemos ter o Banespa ou quem sabe a Telesp de volta. Aliás, petróleo, bancos e comunicações, nunca deveriam ser privatizados, assim como diversos setores estratégicos e essenciais à soberania do país.
Ao que parece, Kirchner deve estar surpreendendo Evo Morales e até Hugo Chaves.
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