sábado, 14 de abril de 2012

Leréia, o amigo de Cachoeira, é a nova cara do PSDB

Carlos Alberto Leréia, amigo assumido de Carlinhos Cachoeira, com  José Serra, em 2011.
Cadê o Aécio Neves (PSDB/MG)? O que pensa ele sobre a CPI do Cachoeira? E José Serra sobre os remédios genéricos do Cachoeira? E Geraldo Alckmin, FHC, Beto Richa, Simão Jatene?

Os tucanos hibernaram. Todo aquele discurso falso-moralista pseudo-indignado de combate a corrupção está silenciado por Carlinhos Cachoeira. Álvaro Dias finge que fala, mas dissimula, desviando o assunto para poupar Cachoeira.

A voz que sobrou do PSDB foi do deputado federal Carlos Alberto Leréia (PSDB/GO). Eis a entrevista que ele concedeu ao jornalão Folha de São Paulo:

Folha - O senhor tinha conhecimento do envolvimento de Cachoeira com contravenção ou foi surpreendido?
Carlos Alberto Leréia - Ah, se eu falar para você que não tinha conhecimento de que ele mexia com jogo é hipócrita, eu não posso nem falar. Ele mexia com jogo. Agora, como é o meandro desse jogo aí não sei te falar.
Eu nunca joguei em cassino. Eu gosto é de baralho. O Fernando Henrique gosta [de baralho, no caso, pôquer], o Ronaldinho. Nunca joguei bingo, jogo do bicho, agora baralho eu gosto.
O fato de o senhor ser um homem público e saber que ele tinha negócios ilegais não era motivo para romper a relação?De maneira nenhuma, pelo contrário. Mesmo quando ele sair da cadeia eu continuarei amigo dele. Tenho pessoas da minha família que já erraram, não deixaram de ser parentes meus. Amigo que já errou não deixa de ser amigo.
De onde vinha o dinheiro do Cachoeira?Esse negócio de dizer que o Carlinhos só mexeu com dinheiro ilegal, isso é uma grande aberração. Pode até ter uma parte ai, mas tinha também muito dinheiro legal -e dinheiro grande.
Não era do jogo que vinha a maior parte do dinheiro?Tem esses contratos com empreiteiras. Tem que fazer um levantamento.
Cachoeira tinha máquinas caça-níquel.Essas maquininhas no Brasil são para roubar mesmo. Agora, se tiver o controle do governo, bota o chip da Receita, ai a aposta é aleatória.
Defende que ele seja solto?A vida dele foi grampeada nos últimos anos, tá tudo lá. Eles [PF] já sabem quem é quem. Não prejudicaria nada soltá-lo. É uma pessoa boa.Não tem envolvimento com tráfico de droga, com assassinato, essa parte não tem. O que tem aí é contravenção.
O senhor tem um avião em sociedade com Cachoeira?Eu tenho uma parte de um avião pequeno que era em sociedade com o irmão dele. Não é jato, não. Se fosse jato eu não daria conta, aí você poderia saber que era rolo.
Acha que o governo tem que se preocupar com essa CPI?Eu não vou dizer quem fez coisa errada. A investigação já sabe quem é quem. E vai ter desdobramento.
O senhor sabia da relação do senador Demóstenes Torres (ex-DEM) com Cachoeira?Eu sabia que ele e o Demóstenes tinham amizade, mas não sabia que tinha algum tipo de negócio.
O Carlinhos adora política. Por isso ele conseguiu fazer tantas relações com tantas pessoas.
A Folha não aprofundou nas perguntas, mas é o suficiente para mostrar que essa é a veja. 
 

Um comentário:

MILENE DELIAN GOMEZ disse...

Olá pessoas, sou apartidária, mas ADOREI o que li nesta matéria!...É isso aí Deputado Carlos Alberto Lereia, sem hipocrisia! Já está passando da hora desta sociedade brasileira HIPÓCRITA rever os seus conceitos, quebrar esses tabus que nos acompanham desde nosso descobrimento, por muitas vezes me sinto vivendo no ano de 1500! Todo mundo sabe que existem as contravenções, vários convivem diariamente com estas contravenções, mas fingem que não veem, fingem que não existe...é mais fácil né! A sociedade brasileira está amadurecendo e, creio que já passou da hora de deixarmos essa adolescência que nos acompanha e, partirmos para uma vida adulta. Onde os nossos TABUS, dentre eles o jogo de azar, devem ser debatidos publicamente, resultando em legislações que legalizem esses. O jogo sempre existiu no Brasil, não é novidade para ninguém! Então, por que não legalizarmos isso e, gerarmos emprego e renda à nossa população? Ah, alegarão que existe a dependência, oras meu povo, realmente existe a dependência e já convivemos com os seus frutos, só que de forma velada, de forma hipócrita! E o pior de tudo, sem arrecadações para tratar esses dependentes! Vamos legalizar os jogos de azar no Brasil e, arrecadar dinheiro para tratar os viciados em jogos, e por que não? E por que não propormos projetos de Lei delimitando áreas territoriais extremamente pobres, como o Vale do Jequitinhonha (mais conhecido como o Vale dos Esquecidos), para a abertura de cassinos, como foi feito com Las Vegas! Levaremos desenvolvimento local para aqueles cidadãos, que deixarão de passar fome, que deixarão a miséria para trás, o que é pior: o jogo de azar ou a fome, a miséria? Está no momento de que a sociedade brasileira reveja os seus conceitos e, deixe de ser tão cruel com os esquecidos, com os cidadãos invisíveis, pois, infelizmente, fingimos que não vemos a miséria! Já está passando da hora de ser quebrada a hegemonia da Caixa Econômica Federal sobre os jogos no Brasil, que é a única instituição legalizada a realizar jogos, pois a loteria é um jogo de azar também!