O PSDB tem feito de tudo para livrar a cara do governador de Goiás,
Marconi Perillo, acusado de estreitas relações com o mafioso Carlinhos
Cachoeira. Até José Serra jurou em entrevista que daria “um voto de
confiança” ao amigo – ele também queria Arruda, ex-governador do
Distrito Federal preso por corrupção, com o seu “vice-careca”. Mas com a
instalação da CPI, o tucano metido a “ético”, que até já sonhou em ser
presidente da República, parece caminhar para o abate.
Num primeiro momento, Perillo negou ter transformado o governo estadual
numa repartição da quadrilha, com a nomeação de vários aspones do
mafioso para cargos públicos. Nesta semana, porém, ela admitiu uma
“pequena” influência de Cachoeira em seu governo, segundo matéria de
Josias de Souza, da Folha. A confissão pode significar o enterro definitivo do tucano.
Pacote com R$ 500 mil
Desde os primeiros vazamentos dos grampos da Operação Monte Carlo da
Polícia Federal, Marconi Perillo já ceifou a cabeça de três auxiliares
próximos: sua chefe de gabinete, Eliane Gonçalves Pinheiro; o presidente
do Detran-GO, Edvaldo Cardoso; e o procurador-geral do Estado, Ronald
Bicca. A tentativa de sair do foco do escândalo, porém, não conteve a
sangria.
As denúncias continuam a pipocar. Ontem, vários veículos noticiaram que
um pacote recheado de dinheiro teria sido entregue em plena sede do
governo goiano. Escutas da Polícia Federal levantam a suspeita de que a
grana foi enviada pelo mafioso Carlinhos Cachoeira. O próprio “Jornal da Globo” especulou que o valor enviado ao Palácio das Esmeraldas teria sido de R$ 500 mil.
A aparente tranquilidade do tucano
Diante da cachoeira de denúncias, o governador Marconi Perillo ainda
tenta aparentar tranquilidade. “Eu não sou investigado. Só há algumas
citações irresponsáveis em relação ao meu nome... O governo do Estado
não tem envolvimento em nenhuma destas investigações da Operação Monte
Carlo”. Ele também jura contar com a “absoluta solidariedade” do seu
partido, o PSDB. Será?
Até Josias de Souza, o blogueiro da Folha, parece não acreditar
na conversa fiada do governador tucano. Em tom irônico, ele conclui seu
artigo: “Como se vê, Marconi Perillo defende-se com a segurança retórica
de alguém que, tendo caído de um edifício de dez andares, solta fogos
ao passar pelo sétimo pavimento: Até aqui, tudo bem”.
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