“Grampo publicado pelo JB mostra Carlinhos
Cachoeira parabenizando o diretor de Veja por reportagem; conversa se deu após
denúncia de corrupção em Brasília; em agosto do ano passado, os dois almoçaram
juntos; na sequência, ministros foram filmados no Naoum; na edição desta
semana, Veja silencia
Brasil 247
Uma semana atrás, a revista Veja publicou
trecho de uma conversa entre o bicheiro Carlos Cachoeira e o araponga Jairo
Martins, relacionada a seu diretor em Brasília, Policarpo Júnior. “O Policarpo
nunca vai ser nosso”, disse Cachoeira a Jairo e, com este atestado de
idoneidade, fornecido pelo bicheiro, Veja tentou virar a página e encerrar a
discussão sobre seu polêmico relacionamento com um dos maiores contraventores
do País. Pois neste fim de semana, o Jornal do Brasil reabriu o caso. Na sua
página, o JB publicou todo o inquérito da Operação Monte Carlo e dois trechos
de grampos constrangedores para a maior revista semanal do País (leia mais aqui).
No dia 30 de julho de 2011, segundo a
Polícia Federal, Carlos Cachoeira enviou uma mensagem a Policarpo Júnior. Nela,
o bicheiro parabenizava o jornalista por uma reportagem. Também de acordo com a
PF, Policarpo respondeu agradecendo. Na reportagem do JB, não se faz menção a
nenhuma reportagem específica. Mas o mais provável é que ela diga respeito a
uma matéria publicada por Veja no dia 27 de julho de 2011, sobre Daniel
Tavares, ex-funcionário do laboratório União Química, que acusava – e ainda
acusa – o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, de receber propinas.
Ela foi assinada pelo repórter Gustavo Ribeiro, que é o mesmo que se envolveu
na polêmica tentativa de invasão de um quarto no Hotel Naoum, onde se hospedava
o ex-ministro José Dirceu – há suspeitas de que o filme também tenha sido
produzido por pessoas ligadas a Cachoeira. Embora seja mais conhecido por suas
atividades no ramo de jogos ilegais, o contraventor Cachoeira também tem
negócios na área farmacêutica.
Depois, no dia 11 de agosto de 2011,
Cachoeira fala com o interlocutor Lenine sobre um almoço que teria com
Policarpo Júnior. E pede a Lenine que busque o diretor de Veja no “aeroporto
pequeno”, no que seria um eventual indício de uso de jato particular. O
relatório da Polícia Federal, publicado pelo JB, também não menciona qual teria
sido o assunto tratado por Policarpo e Cachoeira no referido almoço. Vinte dias
depois, Veja publicou a polêmica capa sobre os encontros do Hotel Naoum. Além
de José Dirceu, foram filmados ministros, como Fernando Pimentel, do
Desenvolvimento, e o ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. O caso
contribuiu para a queda do então redator-chefe de Veja, Mario Sabino, pois
coincidiu com a chegada de Fábio Barbosa, que prega um discurso ético, ao
comando da Abril.”
Matéria Completa, ::Aqui::
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