Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Senador deixa tucano em
saia-justa ao afirmar que, mesmo se for eleito à Prefeitura de São
Paulo, ele deixará o mandato para se lançar cadidato em 2014 caso o PSDB
considerar a "opção mais viável"
247 – A rivalidade entre o senador Aécio Neves e José Serra dentro do
PSDB não é nenhuma novidade. Ambos almejam, ou pelo menos almejavam,
disputar a eleição à Presidência em 2014 pelo partido. No entanto, ao
ceder à pressão dos tucanos para se candidatar à Prefeitura de São Paulo
neste ano, Serra passou a negar a possibildiade para se desvincular da
imagem de "fugitivo" de mandatos na capital. Em uma entrevista à Folha e
ao UOL, o senador colocou José Serra em posição delicada ao dizer que,
se for a "opção mais viável" da legenda para 2014, ele poderá ser
candidato a presidente, mesmo se estiver à frente da prefeitura de SP.
Recentemente, o nome do senador apareceu nas investigações da Polícia
Federal na operação Monte Carlo. A pedido de Demóstenes Torres, ele
nomeou a prima de Cachoeira em Uberaba. A revelação pode atrapalhar seus
planos para 2014.
Leia na matéria da Folha:
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse ontem que seu colega de partido
José Serra poderá ser candidato a presidente da República pelo PSDB em
2014 se for a "opção mais viável" da legenda.
Indagado se essa hipótese vale se Serra vencer a disputa para prefeito
de São Paulo, Aécio respondeu que sim. O mineiro acredita que Serra
tenha intenção de ficar no cargo por quatro anos no caso de vitória em
outubro. Mas ressalvou: "Todos nós somos de alguma forma reféns das
nossas circunstâncias".
Em entrevista à Folha e ao UOL, foi além: "As circunstâncias lá na
frente podem demonstrar que ele [Serra] é a grande alternativa para a
sucessão presidencial. Eu não afasto isso de maneira peremptória e
definitiva".
A declaração de Aécio contrasta com a estratégia atual de Serra, que
tenta a todo custo sepultar a discussão sobre se vai cumprir ou não o
mandato completo de prefeito.
Em 2004, Serra prometeu que se vencesse a disputa pela Prefeitura de São
Paulo ficaria quatro anos no cargo. Só que renunciou em 2006 para
concorrer -e ganhar- o governo paulista.
Aécio também pretende se apresentar como pré-candidato a presidente pelo
PSDB. Defende um sistema de eleições prévias internas na sigla, de
preferência já em outubro de 2013 -um ano antes da disputa de 2014.
Aos 52 anos, o senador mineiro afirma estar "preparado" e se considera
"muito competitivo" para disputar o Planalto. Diz ter "muitos defeitos,
mas entre eles não está o da obsessão" para se tornar candidato.
Na entrevista, Aécio criticou a presidente Dilma Rousseff, a quem deu
nota 5, numa escala de 0 a 10. Para ele, a popularidade do governo seria
decorrente apenas do estado da economia.
Ao falar de como está a administração federal, o senador cita de cabeça
vários números sobre investimentos nas áreas de segurança e saúde, entre
outros. Sua estratégia é transmitir ao eleitor que o Brasil pode ir
além do que foi realizado até agora.
INVESTIGAÇÃO
A respeito da CPI do Cachoeira, o mineiro afirma que a investigação deve
ter transparência para evitar "vazamentos seletivos". Sobre o futuro do
senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), acha que "a probabilidade
maior é que ele seja cassado".
No caso de tucanos citados nos fatos relacionados à CPI, Aécio considera
que o governador de Goiás, Marconi Perillo, tem de "ser investigado" e
que o deputado federal Carlos Alberto Lereia (PSDB-GO) precisa se
licenciar da legenda para se defender.
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