domingo, 8 de abril de 2012

Tucano admite pedido de ajuda eleitoral a Cachoeira


Deputado federal e pré-candididato tucano à Prefeitura de Goiânia, Leonardo Vilela não só confirmou o contato com o bicheiro, como informou, em nota, que buscou ajuda política de Cachoeira
Citado em reportagem do Correio Braziliense deste sábado como presente em lista de ligações trocadas com com Carlinhos Cachoeira, o deputado federal e pré-candididato tucano à Prefeitura de Goiânia, Leonardo Vilela, não só confirmou o contato com o bicheiro, como informou, em nota, que buscou ajuda política de Cachoeira.
Em nota oficial, Leonardo diz textualmente: "Na ocasião (do contado), discutia-se a possibilidade de o senador Demóstenes Torres ser ou não ser candidato a prefeito em Goiânia. Eu precisava falar com ele, pois o seu apoio seria importante para qualquer candidatura, caso desistisse. Todos sabem da amizade do senador com o empresário Carlos Ramos. Ele me ajudou a marcar esse encontro com o senador, quando pedi seu apoio à minha pré-candidatura."
Leonardo Vilela é o nome escolhido por Marconi Perillo para disputar a prefeitura. É o seu candidato. E, como tal, recorre a Carlinhos Cachoeira, para articular o apoio do senador. Ato isolado? Orientação superior?
Outra curiosidade da nota oficial do tucano: ele diz ter tido duas conversas com Cachoeira, mas em ambas pediu. Pediu ajuda para sua filha e pediu ajuda para seu projeto eleitoral. Depois disso, só beijando a mão.
Um último detalhe: até o final do mês passado, Leonardo Vilela era secretário de Meio Ambiente de Goiás. Saiu para ser pré-candidato a prefeito, e deu lugar a um promotor de Justiça, Umberto Machado, que coincidentemente foi chefe de gabinete de Demóstenes Torres quando este era Procurador-Geral de Justiça de Goiás - cargo, aliás, ocupado hoje, também coincidentemente, pelo irmão de Demóstenes, Benedito Torres.
Leia a nota do deputado e pré-candidato na íntegra:
Tenho a honra de representar o povo goiano pela terceira vez como deputado federal. Nesses mandatos e também nas minhas passagens pela administração pública, me orgulho de sempre ter adotado uma postura ilibada. Faço este esclarecimento justamente para que não pairem dúvidas sobre a minha conduta e em respeito ao meu eleitorado.
Não tenho nem nunca tive negócios com o empresário (sic) Carlos Ramos. Em todos esses anos em que estou na vida pública troquei duas conversas com este empresário.
A primeira delas aconteceu há mais de um ano. Minha filha é farmacêutica e, por conta da Lei do Nepotismo, precisou deixar seu trabalho no Centro de Distribuição de Medicamentos Juarez Barbosa logo que eu assumi como secretário de Meio Ambiente. Na época, ela descobriu uma vaga no Instituto de Ciências Farmacêuticas (ICF), uma empresa conceituada nacionalmente, e me pediu apoio para conseguir uma entrevista de emprego. Me informaram que o empresário (sic) Carlos Ramos é ex-marido da presidente do instituto e que poderia nos ajudar. Como pai, fiz o pedido e ela conseguiu a entrevista de emprego.
A outra conversa foi no segundo semestre do ano passado. Na ocasião, discutia-se a possibilidade de o senador Demóstenes Torres ser ou não ser candidato a prefeito em Goiânia. Eu precisava falar com ele, pois o seu apoio seria importante para qualquer candidatura, caso desistisse. Todos sabem da amizade do senador com o empresário (sic) Carlos Ramos. Ele me ajudou a marcar esse encontro com o senador, quando pedi seu apoio à minha pré-candidatura. Foi o que aconteceu.
É importante deixar claro que nunca defendi negócios ilícitos nem participei de qualquer votação que pudesse favorecer este empresário (sic). Não sou investigado por qualquer ilicitude pela Polícia Federal, muito menos nesta Operação Monte Carlo. Estou à inteira disposição da sociedade para prestar os esclarecimentos necessários.
Com a consciência tranquila, sigo minha trajetória em defesa do desenvolvimento de Goiás e de melhor qualidade de vida para todos os goianos.
Leonardo Vilela Deputado Federal
No Brasil 247

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