Ex-prefeito de Anápolis diz que fita foi divulgada em represália ao ex-ministro
Em entrevista ao jornalista Paulo Henrique Amorim, no Domingo
Espetacular, o ex-prefeito de Anápolis (GO), Ernani José de Paula,
afirmou que o vídeo que deu origem ao escândalo do mensalão foi obra do
bicheiro Carlinhos Cachoeira.
A fita, que provocou uma crise no primeiro governo de Lula, mostra o
funcionário público Maurício Marinho, à época chefe de um departamento
dos Correios, recebendo suborno de três mil reais.
Quem mandava nos Correios era o PTB, presidido pelo ex-deputado Roberto
Jefferson, que entendeu que o governo não agiu como devia na ocasião e
resolveu denunciar um esquema de corrupção que chamou de “mensalão”.
O escândalo derrubou o chefe da Casa Civil, José Dirceu, então homem
forte do governo. Na entrevista, Ernani José de Paula é categórico:
— Essa fita foi produzida pela equipe do Carlos Cachoeira. Ele me
contou, comentou que aquele vídeo era dele, que tinha ajudado a
produzir.
Segundo a reportagem, o maior interessado na história seria o senador
Demóstenes Torres (sem partido-GO), que ficou famoso por denunciar
escândalos do governo.
O ex-prefeito de Anápolis diz que o vídeo foi, na verdade, uma vingança
de Demóstenes contra Dirceu. O senador teria sido vetado pelo então
ministro-chefe da Casa Civil na disputa por um cargo no Ministério da
Justiça.
Relações suspeitas
O bicheiro Carlinhos Cachoeira está preso desde fevereiro, quando a
operação Monte Carlo da Polícia Federal desmontou um esquema de
exploração de jogos de azar e deteve acusados de envolvimento com os
atos ilícitos.
Após a ação policial, vazaram escutas que mostram conversas entre Demóstenes e Cachoeira.
O senador ganhou presentes, teve despesas pagas por Cachoeira e atuava a favor de seus interesses nos corredores do Senado.
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No R7
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