quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Alckmin tenta desviar foco da crise de segurança com violência policial em Paraisópolis


“A chamada “operação saturação” já aconteceu em 2005 e 2009, e agora o governador mandou, um dia depois do segundo turno da disputa à prefeitura de São Paulo, cerca de 500 policiais para o local, num momento de evidente crise da segurança pública paulista expressa pelo aumento do número de homicídios – incluindo policiais - e a denúncias sobre a atuação de grupos de extermínio.

Fábio Nassif, Carta Maior
Sob ordem do governador Geraldo Alckmin (PSDB), a polícia militar iniciou uma grande operação repressiva na favela de Paraisópolis na madrugada da segunda-feira (29), um dia depois do segundo turno da disputa à prefeitura de São Paulo. A chamada “operação saturação” já aconteceu em 2005 e 2009, e agora o governador mandou cerca de 500 policiais para o local, num momento de evidente crise da segurança pública paulista expressa pelo aumento do número de homicídios – incluindo policiais - e a denúncias sobre a atuação de grupos de extermínio. Espremidos entre respostas do governo à crise e ao processo de valorização imobiliária da região, os moradores denunciam os abusos da polícia militar.

Paraisópolis é a maior favela da cidade. Durante o período eleitoral, no entanto, era propagandeada por José Serra (PSDB) como exemplo de obra de urbanização. Também é alvo de diversos projetos de intervenção como uma estação da Linha 17 – Ouro de monotrilho. Mas o que os moradores sentem nos últimos 3 dias, além dos problemas estruturais que se mantém, são as violações de direitos humanos praticadas por agentes do estado. Entre a especulação imobiliária e o espetáculo midiático, moradores de Paraisópolis são humilhados.

“Eles estão aqui pra mudar a mídia de rumo”, resume assertivamente um morador de 25 anos de Paraisópolis. Em sua opinião, “querem encher a favela com um monte de polícia, mostrar serviço, para encobrir o tanto de mortes que está acontecendo”, referindo-se aos dados da Secretaria de Segurança Pública que indicam o crescimento de 96% de homicídios no mês de setembro, em comparação com o mesmo período do ano anterior.

“É um desvio de foco diante do descontrole da segurança de São Paulo”, concluiu o morador Cláudio. A reportagem decidiu alterar seu nome, já que ele chegou a esta conclusão depois de ter sua casa invadida por soldados da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) nesta terça-feira a noite e não se sente seguro com o trabalho feito pelos policiais.”
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