sábado, 10 de novembro de 2012

"Portugueses é que financiam a banca alemã..."


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Não é a Europa que está a "ajudar" Portugal, como se pretende fazer crer, são sim os cidadãos portugueses que, à custa de cortes de salários e pensões, desemprego, precariedade, estão a financiar a banca alemã, denunciou a eurodeputada Marisa Matias no programa Conselho Superior da Antena Um a propósito da próxima visita de Angela Merkel a Lisboa.
Crónica de Marisa Matias
No actual contexto, afirmou a eurodeputada da Esquerda Unitária (GUE/NGL) eleita pelo Bloco de Esquerda, a visita da senhora Merkel "é uma provocação" e não "uma visita de solidariedade ao povo português". Não é por muita vez se repetir a mentira do mito de que a Alemanha ajuda Portugal porque os portugueses gastaram acima das suas possibilidade que ela se torna verdade, acrescentou.
"O que acontece", explicou Marisa Matias, "é que o Estado alemão concedeu garantias a um fundo que emite dívida a taxas muito próximas de zero e depois empresta aos países resgatados a taxas de três e quatro por cento".
Isto é, disse Marisa Matias, "alguém está a lucrar com os sacrifícios dos portugueses, gregos, irlandeses e outros e esse alguém não são os contribuintes alemães, com quem estamos totalmente solidários, mas sim a banca alemã". A eurodeputada sublinhou que nenhum contribuinte alemão contribuiu com um euro para esses resgates mas, por outro lado, também não são os contribuintes alemães, com os salários congelados há muitos anos, que vão tirar proveitos dos sacrifícios dos outros povos.
"Não é a Alemanha que nos está a financiar", acentuou a eurodeputada; "somos nós, cidadãos portugueses, que estamos a financiar a banca alemã acima das nossas possibilidades".
Marisa Matias lembrou igualmente que este é um mau caminho para a União Europeia. Além de não ser possível a sobrevivência de uma organização em que os excedentes de uns são conseguidos à custa dos sacrifícios de outros acresce que, segundo as previsões de Outono da Comissão Europeia, a própria Alemanha está à beira da recessão, com um crescimento mínimo de 0,8 por cento. "A austeridade não é apenas suicida para os países do Sul", disse Marisa Matias, "é suicida para a Europa como um todo".
No be internacional

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