Mais uma matéria copiada do Blog DESABAFO BRASIL, do meu Amigo Daniel Pearl, que está em Minhas Notícias e em Meus Favoritos.
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Saraiva
Gabeira, um papelão
No excelente artigo abaixo, Marcelo Coelho desmascara com facilidade o pulha corrupto do Fernando Gabeira. Isso é sempre bom, mas o que mais me causa respulsa nesse aproveitador das desgraças da História é o fato dele apoiar um terrorista (Carlos Alberto Montaner) que colocou bombas em lugares públicos para matar civis inocentes, financiou quem matou turistas de vários países que visitavam Cuba e quem pôs uma bomba num avião em que viajavam 74 jovens e adolescentes cubanos. Por que ninguém lembra desse "detalhe", hein? Por quê? Por que ao saber disso, as pessoas não ficam indignadas, revoltadas iradas? Por quê? Por que o massacre do Castelinho, cometido por Geraldo Alckmim e FHC não inspira as pessoas a defender a ética e os direitos humanos? Por quê? Seriam essas pessoas passivas diante destes fatos de conhecimento geral favoráveis a massacres, torturas, colocação de bombas em aviões para matar adolescentes? E se isso tivesse acontecido com os filhos e filhas dessas pessoas que se irritam com minhas denúncias, com os filhos e filhas dos eleitores do PSDB e do PPS? Teriam a mesma reação? Não somos todo humanos, dignos dos tais "direitos humanos"? Por quê? Curioso. Nenhuma das pessoas que me acham exagerado ou extremista me responde. Gozado, quem sequestra, tortura, mata, põe bombas em aviões não é considerado exagerado ou extremista. Quem se cala diante disso tampouco. Mas quem denuncia é sim visto como exagerado ou extremista. Mundinho curioso, sô!Gabeira, um papelãoO artigo de Fernando Gabeira, na “Folha” desta sexta-feira, é confuso e mal escrito. O deputado do PV-RJ, identificado como membro da “bancada ética” da Câmara, e que teve presença forte no caso Severino Cavalcanti, passa por maus momentos, depois de admitir o uso anti-ético de sua conta de passagens aéreas.Eis o seu texto.Na crista da crise mundial, sopram ventos de mudanças.Um início otimista e genérico, para quem esperava a continuação de seu “mea culpa” feito na tribuna da Câmara.No norte, banqueiros e executivos tornam-se vilões. Aqui, políticos sofrem um bombardeio.Estranhíssima a aproximação. Banqueiros “tornam-se” vilões? Será que não o foram de fato? Estaria Gabeira dizendo que banqueiros honestos passaram a ser vistos como vilões depois da crise? E o que há de comum entre banqueiros “do Norte” e políticos “aqui”? Só uma coisa, no raciocínio de Gabeira: o fato de serem demonizados (“pela imprensa”?).Logo no começo do artigo, Fernando Gabeira eleva a um ponto quase inacessível suas expectativas de convencer o leitor. Terá, em seguida, de inocentar não apenas os políticos brasileiros, como também os banqueiros do mundo desenvolvido. Não bastaria um réu apenas? Continuemos a leitura. Pelos seus traços fortes, caricaturais, os Parlamentos são alvo predileto. É perigoso concentrar só neles. Às vezes, acho que o governo escapa, sobretudo porque é um grande anunciante. Parem as rotativas. A crer em Gabeira, nenhum jornal até hoje criticou o governo Lula.Mas, pensando melhor, não é esse ponto. Qual era mesmo o ponto? Pelo primeiro parágrafo, tratava-se de identificar banqueiros americanos a deputados brasileiros, para inocentar ambos. O caso dos cartões corporativos ganhou grande espaço. Tanto ele como o escândalo das passagens são de fácil entendimento. Licitações, editais, relações com ONGs são temas ásperos, que não se reduzem a falas de 30 segundos nem se traduzem na linguagem visual.Concordo. O que dizer da transparência no Judiciário, no Ministério Público? Não há demanda para saber como se comportam juízes e procuradores nem como é gasto o dinheiro com eles. Isso não é verdade. Haveria imensa demanda em identificar, por exemplo, algum abuso pessoal de verbas no caso do ministro Gilmar Mendes, ou de outro membro do STF. Sem contar que membros do Judiciário e do Ministério Público não foram eleitos com o voto dos cidadãos, como no caso de deputados. Gabeira age simplesmente como uma criança flagrada roubando um chiclete, defendendo-se com o dedo em riste: “Aquele ali roubou também!” Mas nem tem provas de sua acusação.Em seguida, transforma o fato de deputados terem sido eleitos num fator que ameniza, e não agrava, sua culpa. Pois, ao contrário dos parlamentares, os juízes e procuradores...Não são eleitos pelo voto popular. Independem dessa confiança básica, renovável. Os olhares de Fernando Gabeira abandonam o concreto para se perderem num infinito histórico: Com suas limitações, o processo que o avanço social e técnico deflagrou é a semente dos novos tempos. Na internet e entre os leitores, a sensação é a de que todos os políticos são iguais e deveriam desaparecer.Estranha, novamente, essa ligação entre “semente dos novos tempos” e “sensação de que todos políticos deveriam desaparecer”. Quem lê a primeira parte do parágrafo pensa numa utopia, da qual Gabeira faria parte como sentinela avançada. Lendo a segunda, vemos Gabeira em posição defensiva, falando de assunto não necessariamente correlato. É um equívoco. Depois de uma explosão nuclear, nem todos desaparecem: as baratas sobrevivem. De modo que haverá, depois da internet, políticos sobreviventes. Serão como baratas. Gabeira se inclui na categoria? O texto muda de assunto.Um Congresso fantasma ou um Congresso fechado não interessam à democracia. Entendo agora. A proposta de que todos os políticos deveriam desaparecer é ruim, porque só sobrariam, então, as baratas, por definição algo que os políticos não são. Salvemos, portanto, o Congresso (contra o que a internet aponta de novos tempos, segundo o raciocínio de Gabeira, confundindo essa perspectiva com o ódio antiparlamentar veiculado na internet). Vale um esforço para ajustar sua conduta agora e renová-lo em 2010. Quem dá um passo à frente? Como assim, dar um passo à frente? Ele pede de algum eleitor que se disponha a isso? Ou a algum pretenso candidato às eleições? Ou a ele mesmo?A sociedade avançou, a política envelheceu.Não acho isso. A sociedade pode ter aumentado sua renda, e ter tido mais acesso à educação. “A política” não existe nesse sentido. Há um sentido mais claro, “os políticos”. Esses podem ter envelhecido ou não, mas não é esse o seu maior pecado. Não é preciso ser velho nem ser moço para perceber que não é certo doar passagens para parentes viajarem ao Exterior. Não é uma questão de velhice, e sim de caráter. Em outro sentido, a “política envelheceu” na medida em que “a prática política” segue velhos padrões de clientelismo e parentela no mundo ágil e anônimo da internet. Em todo caso, a constatação de Gabeira choca pelo cinismo, ao avaliar do alto de um Everest um problema que o atingiu de fato. É uma crise de crescimento da democracia.Não era uma crise de envelhecimento? Gabeira, de longe, vê tudo como um eterno adolescente.Jamais alcançaremos a perfeição. Mas vai melhorar.Ninguém pediu perfeição. Pediu autocrítica. O sujeito oculto apenas promete, de um telescópio histórico: “vai melhorar”. Ou seja, não vou melhorar, não vamos melhorar: vai melhorar. E os que estão por vir, como no poema de Brecht, serão compreensivos com os tempos sombrios que vivemos.Nossos tempos não são sombrios. Brecht escrevia em pleno apogeu do nazismo. Em nossos tempos, dizia Gabeira no começo do artigo, “sopram ventos de mudanças”. Um clichê anula o outro, e tudo é pura enrolação. Resta trabalhar para que a energia dos escândalos não esgote a busca de soluções. Devem andar juntas, como luz e sombra. Ou seja, os escândalos protagonizados por Gabeira devem andar juntos com as soluções propostas por Gabeira. Tudo, evidentemente, expresso de modo a eliminar o sujeito da ação –Gabeira—de tão abstrato raciocínio. Enviado por Emerson Silva - http://webmail.oi.com.br/mail/compose.php?to=emerson+silva+%3Cemersonxavierster%40gmail.com%3E&thismailbox=INBOX
Postado por DANIEL PEARL
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No excelente artigo abaixo, Marcelo Coelho desmascara com facilidade o pulha corrupto do Fernando Gabeira. Isso é sempre bom, mas o que mais me causa respulsa nesse aproveitador das desgraças da História é o fato dele apoiar um terrorista (Carlos Alberto Montaner) que colocou bombas em lugares públicos para matar civis inocentes, financiou quem matou turistas de vários países que visitavam Cuba e quem pôs uma bomba num avião em que viajavam 74 jovens e adolescentes cubanos. Por que ninguém lembra desse "detalhe", hein? Por quê? Por que ao saber disso, as pessoas não ficam indignadas, revoltadas iradas? Por quê? Por que o massacre do Castelinho, cometido por Geraldo Alckmim e FHC não inspira as pessoas a defender a ética e os direitos humanos? Por quê? Seriam essas pessoas passivas diante destes fatos de conhecimento geral favoráveis a massacres, torturas, colocação de bombas em aviões para matar adolescentes? E se isso tivesse acontecido com os filhos e filhas dessas pessoas que se irritam com minhas denúncias, com os filhos e filhas dos eleitores do PSDB e do PPS? Teriam a mesma reação? Não somos todo humanos, dignos dos tais "direitos humanos"? Por quê? Curioso. Nenhuma das pessoas que me acham exagerado ou extremista me responde. Gozado, quem sequestra, tortura, mata, põe bombas em aviões não é considerado exagerado ou extremista. Quem se cala diante disso tampouco. Mas quem denuncia é sim visto como exagerado ou extremista. Mundinho curioso, sô!Gabeira, um papelãoO artigo de Fernando Gabeira, na “Folha” desta sexta-feira, é confuso e mal escrito. O deputado do PV-RJ, identificado como membro da “bancada ética” da Câmara, e que teve presença forte no caso Severino Cavalcanti, passa por maus momentos, depois de admitir o uso anti-ético de sua conta de passagens aéreas.Eis o seu texto.Na crista da crise mundial, sopram ventos de mudanças.Um início otimista e genérico, para quem esperava a continuação de seu “mea culpa” feito na tribuna da Câmara.No norte, banqueiros e executivos tornam-se vilões. Aqui, políticos sofrem um bombardeio.Estranhíssima a aproximação. Banqueiros “tornam-se” vilões? Será que não o foram de fato? Estaria Gabeira dizendo que banqueiros honestos passaram a ser vistos como vilões depois da crise? E o que há de comum entre banqueiros “do Norte” e políticos “aqui”? Só uma coisa, no raciocínio de Gabeira: o fato de serem demonizados (“pela imprensa”?).Logo no começo do artigo, Fernando Gabeira eleva a um ponto quase inacessível suas expectativas de convencer o leitor. Terá, em seguida, de inocentar não apenas os políticos brasileiros, como também os banqueiros do mundo desenvolvido. Não bastaria um réu apenas? Continuemos a leitura. Pelos seus traços fortes, caricaturais, os Parlamentos são alvo predileto. É perigoso concentrar só neles. Às vezes, acho que o governo escapa, sobretudo porque é um grande anunciante. Parem as rotativas. A crer em Gabeira, nenhum jornal até hoje criticou o governo Lula.Mas, pensando melhor, não é esse ponto. Qual era mesmo o ponto? Pelo primeiro parágrafo, tratava-se de identificar banqueiros americanos a deputados brasileiros, para inocentar ambos. O caso dos cartões corporativos ganhou grande espaço. Tanto ele como o escândalo das passagens são de fácil entendimento. Licitações, editais, relações com ONGs são temas ásperos, que não se reduzem a falas de 30 segundos nem se traduzem na linguagem visual.Concordo. O que dizer da transparência no Judiciário, no Ministério Público? Não há demanda para saber como se comportam juízes e procuradores nem como é gasto o dinheiro com eles. Isso não é verdade. Haveria imensa demanda em identificar, por exemplo, algum abuso pessoal de verbas no caso do ministro Gilmar Mendes, ou de outro membro do STF. Sem contar que membros do Judiciário e do Ministério Público não foram eleitos com o voto dos cidadãos, como no caso de deputados. Gabeira age simplesmente como uma criança flagrada roubando um chiclete, defendendo-se com o dedo em riste: “Aquele ali roubou também!” Mas nem tem provas de sua acusação.Em seguida, transforma o fato de deputados terem sido eleitos num fator que ameniza, e não agrava, sua culpa. Pois, ao contrário dos parlamentares, os juízes e procuradores...Não são eleitos pelo voto popular. Independem dessa confiança básica, renovável. Os olhares de Fernando Gabeira abandonam o concreto para se perderem num infinito histórico: Com suas limitações, o processo que o avanço social e técnico deflagrou é a semente dos novos tempos. Na internet e entre os leitores, a sensação é a de que todos os políticos são iguais e deveriam desaparecer.Estranha, novamente, essa ligação entre “semente dos novos tempos” e “sensação de que todos políticos deveriam desaparecer”. Quem lê a primeira parte do parágrafo pensa numa utopia, da qual Gabeira faria parte como sentinela avançada. Lendo a segunda, vemos Gabeira em posição defensiva, falando de assunto não necessariamente correlato. É um equívoco. Depois de uma explosão nuclear, nem todos desaparecem: as baratas sobrevivem. De modo que haverá, depois da internet, políticos sobreviventes. Serão como baratas. Gabeira se inclui na categoria? O texto muda de assunto.Um Congresso fantasma ou um Congresso fechado não interessam à democracia. Entendo agora. A proposta de que todos os políticos deveriam desaparecer é ruim, porque só sobrariam, então, as baratas, por definição algo que os políticos não são. Salvemos, portanto, o Congresso (contra o que a internet aponta de novos tempos, segundo o raciocínio de Gabeira, confundindo essa perspectiva com o ódio antiparlamentar veiculado na internet). Vale um esforço para ajustar sua conduta agora e renová-lo em 2010. Quem dá um passo à frente? Como assim, dar um passo à frente? Ele pede de algum eleitor que se disponha a isso? Ou a algum pretenso candidato às eleições? Ou a ele mesmo?A sociedade avançou, a política envelheceu.Não acho isso. A sociedade pode ter aumentado sua renda, e ter tido mais acesso à educação. “A política” não existe nesse sentido. Há um sentido mais claro, “os políticos”. Esses podem ter envelhecido ou não, mas não é esse o seu maior pecado. Não é preciso ser velho nem ser moço para perceber que não é certo doar passagens para parentes viajarem ao Exterior. Não é uma questão de velhice, e sim de caráter. Em outro sentido, a “política envelheceu” na medida em que “a prática política” segue velhos padrões de clientelismo e parentela no mundo ágil e anônimo da internet. Em todo caso, a constatação de Gabeira choca pelo cinismo, ao avaliar do alto de um Everest um problema que o atingiu de fato. É uma crise de crescimento da democracia.Não era uma crise de envelhecimento? Gabeira, de longe, vê tudo como um eterno adolescente.Jamais alcançaremos a perfeição. Mas vai melhorar.Ninguém pediu perfeição. Pediu autocrítica. O sujeito oculto apenas promete, de um telescópio histórico: “vai melhorar”. Ou seja, não vou melhorar, não vamos melhorar: vai melhorar. E os que estão por vir, como no poema de Brecht, serão compreensivos com os tempos sombrios que vivemos.Nossos tempos não são sombrios. Brecht escrevia em pleno apogeu do nazismo. Em nossos tempos, dizia Gabeira no começo do artigo, “sopram ventos de mudanças”. Um clichê anula o outro, e tudo é pura enrolação. Resta trabalhar para que a energia dos escândalos não esgote a busca de soluções. Devem andar juntas, como luz e sombra. Ou seja, os escândalos protagonizados por Gabeira devem andar juntos com as soluções propostas por Gabeira. Tudo, evidentemente, expresso de modo a eliminar o sujeito da ação –Gabeira—de tão abstrato raciocínio. Enviado por Emerson Silva - http://webmail.oi.com.br/mail/compose.php?to=emerson+silva+%3Cemersonxavierster%40gmail.com%3E&thismailbox=INBOX
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