Durante os últimos dois anos, até outro dia, o candidato da oposição José Serra liderou com folga todas as pesquisas para a sucessão de Lula. Agora, faltando 48 dias para a eleição, Dilma Rousseff, a candidata do governo, que largou com apenas três pontos e nunca disputou uma campanha eleitoral, aparece disparada na frente, com todas as condições de vencer no primeiro turno.
Esta tendência já vinha sendo apontada faz tempo pelos institutos Vox Populi e Sensus, mas nos últimos dias também o Datafolha e o Ibope confirmaram o favoritismo de Dilma. Na noite desta terça-feira, os novos números do Ibope mostraram a candidata do PT 11 pontos à frente de Serra (43 a 32), na véspera do início do horário de propaganda política gratuita no rádio e na TV.
Não há precedente nas eleições presidenciais de mudanças nesta fase decisiva da campanha: desde 1989, venceu quem largou na frente na estréia dos programas eleitorais.
O que aconteceu? Os analistas políticos poderão dar mil respostas, mas, para mim, apenas uma, muito simples, explica o fenômeno: Dilma foi crescendo e Serra caindo à medida em que os eleitores passaram a identificá-la como candidata do presidente Lula e de um governo que tem os maiores índices de aprovação da história política do país.
Com Lula e Dilma entrando juntos todos os dias na televisão, a partir de hoje, para contar o que fizeram nestes quase oito anos de governo e apresentando comparações com o período anterior, o bom senso leva a crer que as próximas pesquisas mostrarão uma diferença ainda maior entre os candidatos do governo e da oposição.
Pois tudo neste momento favorece Dilma: mais tempo no rádio e na televisão, mais alianças e palanques estaduais, unidade no comando da campanha, o crescimento da economia, o clima de bem estar da população, uma onda favorável na hora da decisão e, principalmente, um cabo eleitoral chamado Lula.
Confesso que, a esta altura do campeonato, com todas as condições de tempo e temperatura, não gostaria de estar na pele dos marqueteiros de José Serra. Eu sei como é difícil acordar todo dia e encontrar ânimo para fazer comícios, dar entrevistas e gravar programas quando o quadro se mostra desfavorável, sem muitas esperanças de uma virada.
Aconteceu o mesmo na campanha de Lula em 1994, depois do lançamento do Plano Real. Líder nas pesquisas até maio, quando chegou a registrar 42% no Datafolha, mais do que o dobro do seu principal adversário, o tucano Fernando Henrique Cardoso, o candidato do PT viu as pesquisas virarem de cabeça para baixo de uma hora para outra.
A cada nova queda, quando os repórteres lhe perguntavam o que tinha achado da última pesquisa, Lula dava um sorriso sem graça e falava para esperar o início do horário da propaganda eleitoral e a entrada em campo da militância do PT, últimos trunfos em que jogava suas esperanças de uma virada, mas ele mesmo não acreditava nisso, sabia que não tinha mais jeito.
Já na reta final, com a vitória de FHC praticamente garantida no primeiro turno, despencando mais e mais nas pesquisas, o candidato chegou a brincar com uma repórter em Curitiba: “O que você quer que eu diga da pesquisa? Que eu estou feliz? Deste jeito, vamos ficar com saldo negativo no Ibope ao final da campanha…”.
Em nenhum momento, porém, mesmo cometendo o erro fatal de criticar o Plano Real, Lula permitiu que sua campanha passasse a atacar e desqualificar o adversário, partindo para o pau, baixando o nível, como se costuma dizer. Seguiu na mesma toada até o final, mesmo sabendo que a vaca estava caminhando solenemente para o brejo.
Pelo noticiário dos jornais e da internet nesta terça-feira, dá para notar que já bateu o desespero na campanha de José Serra e nos seus aliados na imprensa, que não sabem mais o que escrever para manter acesa a chama.
A começar pelas declarações do próprio candidato, parece que a nova palavra de ordem agora é bater pesado em Dilma, acenar com o perigo da volta dos radicais do PT, botar medo no eleitor, fazer qualquer coisa para ganhar a guerra _ sempre poupando Lula, é claro, porque ninguém vai querer rasgar voto.
É um jogo de alto risco. Trata-se, afinal, apenas de mais uma eleição presidencial. Outras virão. Ganhe quem ganhar, a vida continua. Lula perdeu três vezes antes de chegar ao Palácio do Planalto. A cada eleição, no entanto, aumentava seu contingente de eleitores.
A democracia exige paciência, não perdoa os afoitos. Aécio Neves, por exemplo, sabe muito bem disso. Tudo tem a hora certa de acontecer, ou não. Não adianta querer apressar as águas do rio que correm para o mar.
Esta tendência já vinha sendo apontada faz tempo pelos institutos Vox Populi e Sensus, mas nos últimos dias também o Datafolha e o Ibope confirmaram o favoritismo de Dilma. Na noite desta terça-feira, os novos números do Ibope mostraram a candidata do PT 11 pontos à frente de Serra (43 a 32), na véspera do início do horário de propaganda política gratuita no rádio e na TV.
Não há precedente nas eleições presidenciais de mudanças nesta fase decisiva da campanha: desde 1989, venceu quem largou na frente na estréia dos programas eleitorais.
O que aconteceu? Os analistas políticos poderão dar mil respostas, mas, para mim, apenas uma, muito simples, explica o fenômeno: Dilma foi crescendo e Serra caindo à medida em que os eleitores passaram a identificá-la como candidata do presidente Lula e de um governo que tem os maiores índices de aprovação da história política do país.
Com Lula e Dilma entrando juntos todos os dias na televisão, a partir de hoje, para contar o que fizeram nestes quase oito anos de governo e apresentando comparações com o período anterior, o bom senso leva a crer que as próximas pesquisas mostrarão uma diferença ainda maior entre os candidatos do governo e da oposição.
Pois tudo neste momento favorece Dilma: mais tempo no rádio e na televisão, mais alianças e palanques estaduais, unidade no comando da campanha, o crescimento da economia, o clima de bem estar da população, uma onda favorável na hora da decisão e, principalmente, um cabo eleitoral chamado Lula.
Confesso que, a esta altura do campeonato, com todas as condições de tempo e temperatura, não gostaria de estar na pele dos marqueteiros de José Serra. Eu sei como é difícil acordar todo dia e encontrar ânimo para fazer comícios, dar entrevistas e gravar programas quando o quadro se mostra desfavorável, sem muitas esperanças de uma virada.
Aconteceu o mesmo na campanha de Lula em 1994, depois do lançamento do Plano Real. Líder nas pesquisas até maio, quando chegou a registrar 42% no Datafolha, mais do que o dobro do seu principal adversário, o tucano Fernando Henrique Cardoso, o candidato do PT viu as pesquisas virarem de cabeça para baixo de uma hora para outra.
A cada nova queda, quando os repórteres lhe perguntavam o que tinha achado da última pesquisa, Lula dava um sorriso sem graça e falava para esperar o início do horário da propaganda eleitoral e a entrada em campo da militância do PT, últimos trunfos em que jogava suas esperanças de uma virada, mas ele mesmo não acreditava nisso, sabia que não tinha mais jeito.
Já na reta final, com a vitória de FHC praticamente garantida no primeiro turno, despencando mais e mais nas pesquisas, o candidato chegou a brincar com uma repórter em Curitiba: “O que você quer que eu diga da pesquisa? Que eu estou feliz? Deste jeito, vamos ficar com saldo negativo no Ibope ao final da campanha…”.
Em nenhum momento, porém, mesmo cometendo o erro fatal de criticar o Plano Real, Lula permitiu que sua campanha passasse a atacar e desqualificar o adversário, partindo para o pau, baixando o nível, como se costuma dizer. Seguiu na mesma toada até o final, mesmo sabendo que a vaca estava caminhando solenemente para o brejo.
Pelo noticiário dos jornais e da internet nesta terça-feira, dá para notar que já bateu o desespero na campanha de José Serra e nos seus aliados na imprensa, que não sabem mais o que escrever para manter acesa a chama.
A começar pelas declarações do próprio candidato, parece que a nova palavra de ordem agora é bater pesado em Dilma, acenar com o perigo da volta dos radicais do PT, botar medo no eleitor, fazer qualquer coisa para ganhar a guerra _ sempre poupando Lula, é claro, porque ninguém vai querer rasgar voto.
É um jogo de alto risco. Trata-se, afinal, apenas de mais uma eleição presidencial. Outras virão. Ganhe quem ganhar, a vida continua. Lula perdeu três vezes antes de chegar ao Palácio do Planalto. A cada eleição, no entanto, aumentava seu contingente de eleitores.
A democracia exige paciência, não perdoa os afoitos. Aécio Neves, por exemplo, sabe muito bem disso. Tudo tem a hora certa de acontecer, ou não. Não adianta querer apressar as águas do rio que correm para o mar.
Ricardo Kotscho
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