Pesquisas internas do PT – avisa-me um colega muito bem informado - mostram que a diferença entre Dilma e Serra segue a se alargar: nesse fim-de-semana, em votos válidos, o resultado é Dilma 57% x Serra 43%.
Desde o debate na “Band” – quando partiu para o confronto, e mudou a pauta do segundo turno – a tendência tem sido essa. O que aparece nas pesquisas Ibope, DataFolha e Vox Populi da última semana - que apontam vantagem entre 10 s 12 pontos para Dilma. Só o Sensus trouxe um levantamento diferente, com vantagem de 5 pontos.
A última capa da “Veja” – que muitos viam como ameaça para Dilma – foi apenas mais um factóide, sem importância, que não para em pé. Além disso, nas bancas de todo o país, estará exposta ao lado da “Istoé” e da “CartaCapital” – que trazem capas desfavoráveis a Serra. Nese terreno, o jogo está empatado. O progama de TV de Dilma segue melhor.
Então, qual seria a aposta de Serra para virar o jogo? Como sempre, a aposta está nas sombras.
Escrevi há alguns dias um texto sobre as “Cinco Ondas” da campanha negativa contra Dilma. O desdobramento final dessa campanha de medo e boatos (ou seja, a ”Quinta Onda”) seria ”mostrar” ao eleitor que a “Dilma terrorista” e o “PT contra as liberdades” não são apenas boatos. A Quinta Onda, pra dar resultado, precisa gerar fatos. Não pode viver só de boatos.
Serra parece ter chegado à Quinta Onda, com o factóide da bolinha de papel em Campo Grande. Caiu no ridículo, é verdade. Mas a mensagem que interessa a ele segue no ar (especialmente na Globo): “os petistas agridem, são violentos”.
Por isso, o grande risco dessa reta final é a criação de um factóide de maior gravidade: temo muito pelo que possa acontecer no Rio nesse domingo, com passeatas do PT e PSDB marcadas para o mesmo dia (felizmente, o PT mandou cancelar qualquer atividade na zona sul, onde os tucanos vão marchar).
Serra precisa de tumulto, de militantes tucanos feridos. Ou até de uma agressão mais grave contra ele mesmo. Imaginem só, entrar na última semana de eleição com essa pauta: “PT violento”, “a turma da Dilma é terrorista”. Imaginem Serra com um curativo na cabeça no debate da Globo!
A emissora dirigida por Ali Kamel já mostrou que não terá limites na tarefa de reverberar a onda serrista – seja ela qual for.
Serra quer criar tumulto. Serra precisa do tumulto. Só o tumulto salva Serra.
Não é por outro motivo que o vice dele, Indio da Costa, encomendou uma pesquisa ao grupo GPP – como nos alertou o Renato Rovai em seu blog. Normalmente, partidos e politicos encomendam pesquisas não para divulgá-las, mas para uso interno – para ajudar a traçar estratégias de campanha. Essa pesquisa do Indio é diferente, foi registrada no TSE. Ou seja, ele contratou a pesquisa para divulgar na reta final.
Por que? Qual a lógica?
Evidentemente, para provocar dúvida, confusão, para arrancar – na marra – um resultado que seja mais favorável aos demo-tucanos.
Pesquisas contraditórias na reta final seriam um ingrediente perfeito para quem – desde o começo – apostou numa linha “Bush” de campanha. Lembremos que Bush ganhou a primeira eleição (contra Al Gore) na base da confusão, com o tapetão na Flórida.
Humildemente, acho que a campanha de Dilma deveria ficar atenta para esse tripé: tumultos forjados/pesquisas estranhas/urnas eletrônicas. É o que resta para os adversários. E o trio Serra-Indio-Globo já mostrou nessa campanha que não tem limites.
Por isso, apesar do amplo favoritismo de Dilma, sigo a afirmar: é preciso estar preparado para qualquer coisa na última semana da eleição.
By: Escrevinhador
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