Redação, Correio do Brasil
“Está aberta a janela para o candidato derrotado à Presidência da República José Serra voar para fora do ninho tucano. Na noite passada, uma reunião entre o governador Geraldo Alckmin e o senador Aécio Neves (MG) praticamente encerrou a discussão sobre o nome que irá conduzir o PSDB até as eleições municipais, no ano que vem. Ambos resolveram apoiar a recondução do deputado Sérgio Guerra (PE) à Presidência Nacional da legenda e enterrar os sonhos de Serra, que desejava comandar o partido e se fortalecer para uma próxima disputa com a presidenta Dilma Rousseff, em 2014.
Aécio, no entanto, tem deixado claro aos interlocutores que não pretende ceder tão facilmente quanto na convenção de 2010. Os delegados, divididos entre os dois líderes da legenda, terminaram por votar em Serra, diante da decisão do ex-governador mineiro de concorrer a uma vaga ao Senado. A cisão, no entanto, aprofundou-se durante a campanha em Minas, onde o candidato tucano amargou uma de suas piores decepções e Dilma, por sua vez, comemorou a vitória sobre o adversário em um Estado controlado pela oposição.
Terminadas as eleições, Serra “perdeu perdendo”, como classificou a derrota dele a adversária do PV, Marina Silva. O grupo serrista, no entanto, ao se ver reduzido apenas a alguns parlamentares e aliados de sempre, como o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), procurou minar a candidatura de Guerra para ocupar o Diretório Nacional da legenda. O senador pernambucano, no entanto, aliou-se ao governador paulista e ao senador mais votado da agremiação partidária para se manter no cargo, enquanto Serra, segundo alta fonte no governo paulista desconfia, incensa a criação do Partido Social Democrata (PSD), articulada por Kassab.
O PSD, de acordo o secretário de Alkmin, será a opção natural de Serra caso resolva bater asas do PSDB.”
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