quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Gabrielli: “Está sobrando dinheiro no mundo”


Presidente da Petrobras explica como empresa vai investir US$ 224 bilhões até 2015 e afirma que não teme os chineses.
Ramiro Alves e Margarida Lopes, Brasil Econômico
De seu escritório no 23ª andar do imponente prédio na Avenida Chile, 65, no Centro do Rio de Janeiro, o economista José Sérgio Gabrielli, 62 anos, tem uma vista deslumbrante.

Sem esforço, vê o Cristo Redentor, o Pão de Açúcar e a Lapa, entre outros cartões postais que fizeram a fama da Cidade Maravilhosa. Mas no terraço, onde seus convidados sempre são levados, ele faz questão de apontar uma plataforma de petróleo no meio da Baia de Guanabara.

O homem é obcecado por combustível. Gabrielli é presidente da 8ª maior empresa global por valor de mercado e a maior do Brasil: US$ 164,8 bilhões, segundo dados da própria companhia.

O lucro líquido da Petrobras em 2010 foi de R$ 35 bilhões, o que deixou felizes seus mais de 570 mil acionistas, entre eles, governo federal, que detém o controle da multinacional.

Em entrevista ao Brasil Econômico, Gabrielli garantiu que está sobrando dinheiro no mundo. Ele não menospreza a crise, mas se justifica citando os bilionários números da indústria petrolífera: "Há hoje uma escolha seletiva de projetos onde o dinheiro vai ser aplicado."

Comandando a empresa há 6 anos e quatro meses, Gabrielli já é o presidente mais longevo da história de 57 anos da Petrobras.

Usa crachá e - mesmo acostumado a dar entrevistas - não gosta de fotos. Embora ainda não admita, pretende trocar o cargo por uma campanha política, provavelmente será candidato a governador da Bahia em 2014.

E, quem sabe, repetirá a sina do primeiro presidente da Petrobras, Juracy Magalhães, que governou a terra de Dorival Caymmi por 10 anos.

O bilionário plano de investimentos da Petrobras corre algum risco?

Fizemos um aumento de capital de US$ 72 bilhões, o maior do mundo, em 2010. Assim reduzimos a nossa taxa de alavancagem, que estava em 35% para 17%, o que nos deu condições de voltar ao mercado de dívida. Nós temos uma projeção de investimentos de US$ 224,7 bilhões até 2015.
Temos em caixa hoje US$ 26 bilhões e vamos fazer um desinvestimento de US$ 13,6 bilhões. De atividade operacional, temos algo entre US$ 125 bilhões e US$ 149 bilhões, dependendo do preço do petróleo - US$ 125 bilhões se o preço do petróleo for US$ 80 o barril do brent e US$ 149 bilhões se o barril for a US$ 95.
E, portanto, vamos ter que levantar de dívida no mercado entre US$ 67 bilhões e US$ 91 bilhões. Sendo que nós temos que pagar de dívida velha entre US$ 30 bilhões e US$ 31 bilhões. Significa, portanto, que de dívida nova nós vamos precisar levantar entre US$ 37 bilhões e US$ 61 bilhões, o que dá entre US$ 7 bilhões e US$ 12 bilhões por ano.
Vamos chegar a uma alavancagem máxima de 29%, se fizermos esse programa. E a nossa razão dívida líquida sobre Ebitda será menor que 1,9 vezes. Portanto, do ponto de vista financeiro, não é um problema.”
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