Agência Brasil
“No próximo mês devem começar a ser feitos
os primeiros testes de um modelo de acesso à internet no estilo dos serviços de
ligação telefônica para números com prefixo 0800, em que o custo da ligação é
pago pelas empresas que prestam o serviço aos consumidores. A ideia é ter um
modelo de internet com tarifação invertida, ou seja, pago pelo site que será
conectado para serviços como acesso a bancos, compras ou atendimento ao
consumidor.
O ministro das Comunicações, Paulo
Bernardo, diz que o conceito não foi importado de outros países e que será um
modelo “tupiniquim”. “A ideia é tentar desenvolver uma conexão de internet em
que a pessoa entra para fazer uma reclamação, pedir atendimento em call center,
compras ou operação em um banco. Isso possibilitaria que o cliente dessa
empresa fizesse uma conexão que não seria tarifada para ele, e sim para a
empresa que franqueou a ligação”, explica.
A região administrativa do Varjão, no
Distrito Federal, com cerca de 9 mil habitantes, foi o local escolhido para a
realização dos primeiros testes, que serão operacionalizados pelo Ministério
das Comunicações, pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e pelo
Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI).
Paulo Bernardo explica que a novidade não
vai substituir o serviço telefônico gratuito, mas poderá baratear o custo de
atendimento ao consumidor para as empresas.
“Se der certo, pode ser uma alternativa, a
empresa que tem um call center, onde instala milhares de pessoas para atender,
pode colocar um portal para fazer um autoatendimento. Acho que pode funcionar e
ser até mais barato”.
O ministro deu como exemplo o caso dos
bancos, que poderão franquear o acesso à internet dos correntistas que quiserem
fazer transações pela rede. “Os bancos têm muito interesse no uso do home
banking, porque economiza e melhora a parte operacional.”
A advogada Maria Inês Dolci, coordenadora
institucional da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) avalia
que essa gratuidade é importante para que o consumidor tenha acesso a esses
serviços, principalmente porque hoje os brasileiros já pagam tarifas elevadas
de telefonia.
Ela alerta, no entanto, que o custo de
implantação do serviço não pode ser repassado ao consumidor. “Hoje,o consumidor
já paga uma das tarifas mais altas entre inúmeros países. É uma questão de
acompanhamento efetivo por parte do governo, para que o consumidor não tenha
essa gratuidade e acabe pagando tarifas mais caras por conta disso”.
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