De 2003 a 2011 rendimento médio dos paulistas foi o que menos cresceu; maior expansão foi no Rio
Luiz Guilherme Gerbelli, de O Estado de S. Paulo
A diferença entre o rendimento médio real dos trabalhadores da região
metropolitana de São Paulo ante o resto do País está menor. De 2003 a
2011, o salário dos paulistas teve alta de 13,8% e foi o que menos
cresceu entre as seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com os números do instituto, a alta do rendimento de São Paulo
foi quase nove pontos porcentuais inferior à verificada no total do
País. Desde 2003, quando foi implementada a nova metodologia da Pesquisa
Mensal de Emprego (PME), o rendimento médio que mais cresceu foi o da
região metropolitana do Rio de Janeiro (33,8%), seguida por Belo
Horizonte (32,1%) e Salvador (30,9%).
A pulverização (?) do salário no País também tem sido influenciada pelo
aumento do salário mínimo, que cresceu de R$ 240 para R$ 545 entre 2003 e
2011, e pelos programas de transferência de renda, como o Bolsa
Família, do governo federal. Esses dois fatores costumam ter mais
influência em regiões economicamente ainda menos desenvolvidas, como
Recife e Salvador.
Disputa
A redução entre os rendimentos das regiões deve criar uma disputa entre
Rio e São Paulo pelo posto de "dono" do maior rendimento nos próximos
anos. No ano passado, a diferença foi de apenas 0,6% ou R$ 10,87 a favor
de São Paulo; em 2003, era de R$ 234,99. "Durante a década de 90, a
gente observou um crescimento econômico muito baixo no Rio de Janeiro.
Então, deve estar havendo uma recuperação dessa década bastante fraca",
afirma Rafael Bacciotti, economista da Tendências Consultoria.
A recente recuperação econômica do Estado tem sido puxada sobretudo
pelos projetos das empresas ligadas ao setor de petróleo e gás e pela
demanda de investimento criada com a Copa do Mundo, de 2014, e Jogos
Olímpicos, em 2016.
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