Saída
foi anunciada ainda na madrugada por Rogério Andrade, advogado da
Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares. Líderes do
movimento vão se entregar, após plano de vandalismo ser revelado.
Desocupação, no entanto, não significa o fim da greve
Policiais
militares grevistas começaram a deixar o prédio da Assembleia
Legislativa, em Salvador, pouco depois das 6h desta quinta-feira (9),
quando a ocupação do local completava dez dias.
A
saída foi anunciada ainda na madrugada pelo advogado Rogério Andrade,
que representa a Associação de Policiais e Bombeiros e de seus
Familiares.
A saída dos
manifestantes que estavam na assembleia ocorria de forma organizada no
começo da manhã. Primeiro, um grupo de mulheres deixou o prédio. As
forças de segurança colocaram ônibus à disposição do grupo. A maioria
deixou a região usando os próprios carros e motos. Os veículos são
revistados pela Polícia Federal.
Por
último, deve sair e se entregar o líder do movimento, o presidente da
Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares (Aspra), Marco
Prisco, que deve se entregar à polícia na sequência. Segundo o advogado,
as gravações reveladas pelo Jornal Nacional, em que PMs grevistas da BA
teriam planejado vandalismo, influenciou na decisão de Prisco, mas que a
decisão vinha sendo amadurecida.
Prisco
é um dos 12 policiais com prisão preventiva decretada pela Justiça, por
suspeita de formação de quadrilha, roubo de patrimônio público e
incitação ao crime. Dois policiais já foram presos: o sargento Elias
Alves de Santana, presidente da Associação dos Profissionais de Polícia e
Bombeiros (Aspol), preso na terça-feira (7), e o PM Alvin dos Santos
Silva, lotado na Companhia de Policiamento de Proteção Ambiental
(Coppa), preso no domingo (5).
De acordo com o advogado, a desocupação não significa o fim da greve.
Durante
toda a madrugada desta quinta-feira foi tensa a movimentação no Centro
Administrativo da Bahia (CAB), local onde funciona a Assembelia. Ainda
antes do amanhecer, cinco homens deixaram a sede do órgão estadual e
foram liberados porque não havia mandados de prisão contra eles. Eles
passam por uma revista e tiveram a saída permitida. A liberação deles
foi mais um indício de que a entrega total dos grevistas estava próxima.
Os soldados do Exército se mantiveram estrategicamente posicionados
para atuar em caso de necessidade.
As
tropas foram reforçadas no CAB nesta quarta-feira (8), de acordo com
informações do Exército. O número de homens no local passou de 1.038
para 1.400 no período da tarde, sendo 1.200 membros do Exército, 50 da
Força Nacional e 150 PMs.
Segundo
o tenente-coronel Cunha, responsável pela comunicação do Exército, a
ampliação da segurança no local visa manter a tranquilidade no CAB. "Nós
fizemos uma análise no final do dia de ontem e decidimos fazer o
reforço para aumentar a segurança. Não consideramos as manifestações
tumulto", destaca Cunha.
Os
acessos ao CAB, onde fica a Assembleia Legislativa do estado sob
ocupação de PMs grevistas, foram fechados no início da tarde desta
quarta-feira pelas tropas das Forças Armadas que fazem o policiamento na
região. De acordo com o tenente-coronel Cunha, o bloqueio foi uma
decisão do comando da operação e a justificativa da ação não será
informada por enquanto. Os manifestantes avaliam que a medida é para
enfraquecer o movimento.
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