Não
é possível que pessoas que previam, até seis meses atrás, uma explosão
da inflação e o “estouro” da meta inflacionária continuam a dar palpites
e a deitar lições sobre a condução da política econômica brasileira.
Não se vexam diante de notícias como a de anteontem – a de que a
inflação acumulada no primeiro trimestre do ano foi, simplesmente, a
menor dos últimos 12 anos.
Fosse a maior, não de doze, mas de apenas dois ou três anos, a edição
dos jornais, nem é preciso dizer, seriam diferentes, e não as notinhas
miúdas que você vê aí ao lado.
Falar em “explosão inflacionária” foi, desde o segundo semestre de
2011, apenas uma estratégia para combater o processo de redução dos
juros.
E, com isso, manter uma ordem econômica em que nada, neste país, é
mais lucrativo, seguro e compensador que aplicar os recursos disponíveis
em aplicações financeiras.
Enquanto o Estado renuncia a parte da arrecadação fiscal para
estimular investimentos, as empresas têm em caixa, tecnicamentente
disponíveis para investir, nada menos de R$ 150 bilhões, como informou,
semana passada, o jornal
Brasil Econômico, Dinheiro que está, no entanto, em aplicações financeiras, não na produção.
O sistema financeiro, que deveria ser uma alavanca para impulsionar a
produção de riqueza real, no capitalismo brasileiro, passou a ser um
fim em si mesmo, a búissola e a régua do pensamento econômico de uma
subelite que pensa ser normal que o dinheiro é uma espécie de sesmaria,
tão intocável quanto a o Brasil colônia e com a vantagem de ser
“produtiva”, porque dela se colhe, sem plantar, o farto fruto dos
jurque se aufere por direito divino.
De alavanca, o capital converte-se em freio à produção, ao emprego, ao progresso.
Um freio que faz o Brasil da roda-presa.
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