Interceptações
telefônicas feitas pela Polícia Federal em abril de 2011 mostram que a
relação entre o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e o grupo
de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, era mais próxima do que o
o tucano Perillo admite.
No dia 2 de março, Perillo declarou à Folha que esteve com Cachoeira em eventos festivos
Os diálogos gravados durante a Operação Monte Carlo mostram que as
demandas do grupo de Cachoeira -que está preso- eram manobradas por
Wladimir Garcez.
Ex-vereador de Goiânia, ele agia como operador político e "ponte" de Cachoeira com o governo goiano.
Em um diálogo, Garcez diz a Cachoeira que teve uma conversa "de irmão"
com Perillo, no gabinete do governador. Segundo Garcez, Perillo chegou a
lhe segredar inúmeros dados sobre as contas do governo e pediu
"reserva".
"Foi uma coisa assim, íntima mesmo, sabe", contou Garcez a Cachoeira.
"Perillo até pediu para nós olharmos uma coisa para ele depois."
"Ele quer que eu olhe para ele o quê?", questiona Cachoeira. Segundo
Garcez, Perillo disse que "é uma coisa que eu quero conversar com ele
[Cachoeira], é porque confio nele, tá, e em você [Garcez]".
Em outra conversa, Cachoeira diz ter usado o senador Demóstenes Torres
(ex-DEM) para pressionar Perillo a manter aliados do grupo em cargos do
governo de Goiás.
Ao ouvir boato segundo o qual um aliado seu não seria nomeado no
governo, Cachoeira reclamou: "Marconi, na hora que saber disso, vai
ficar puto. Já mandei avisar ele. O Demóstenes já está ligando para o
Marconi".
Cachoeira diz que a reação de Demóstenes seria forte. "Demóstenes já ia
ligar para ele: 'Olha, Marconi, você está é fodido se não pôr o cara lá.
(...)'. E o Marconi não vai pôr o cara? Ele tá é fodido."
O interlocutor de Cachoeira, Lenine Araújo de Souza, seu assessor, diz
que o grupo estaria também perdendo um cargo do governo estadual em
Anápolis (GO). O empresário
afirma que Perillo não iria confirmar o novo nome no cargo. "Não vai,
não. Já mandei dossiê, o Wladimir [Garcez] vai falar com o Marconi."
Outro telefonema entre Garcez e Cachoeira indica que Edivaldo Cardoso,
então presidente do Detran de Goiás, repassava aos dois informações que
lhe eram transmitidas pelo governador.Na última quarta-feira, Cardoso
pediu exoneração do cargo. A Folha finalmente divulgando a amizade do bandido e o tucano
http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/
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