quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Tolerância Zero com os erros da imprensa



http://www.alagoas24horas.com.br/legba/bancoDeMidia/b/7/%7Bb7723dcb-224a-465f-8df9-9498dc848122%7D_neto.jpg 

Pode parecer banal, mas serve muito bem como exemplo da irresponsabilidade que cerca nosso jornalismo: Neto, o folclórico comentarista da Band, afirmou que o Santos estaria na fase final da contratação do polêmico ex-jogador Adriano. A direção santista desmentiu categoricamente. E daí? Daí, nada.
Esse é um problemão. Supostos jornalistas plantam notícias, espalham boatos que se mostram inverídicos, alimentam versões que servem a interesses obscuros, isso quando não propagam, de forma deliberada, mentiras e calúnias.
O exemplo do fanfarrão Neto pode parecer, à primeira vista, apenas engraçado ou até mesmo irrelevante. Tirando o pânico que se instalou na torcida do time de Vila Belmiro, nenhum grande mal resultou da bazófia do apresentador com português sofrível e sotaque forçadamente caipira.
Mas exatamente por sua insignificância, seria o caso de o comentarista se retratar, pedir desculpas, ao menos denunciar a fonte que supostamente o fez cometer esse equívoco. Mas não é preciso ter inteligência acima da média de um torcedor de futebol para ter plena certeza de que vai tudo ficar por isso mesmo. Mesmo que não custasse nada um mínimo de humildade e decência ao envolvido.
Pois se um "jornalista" e uma emissora de TV não se dão ao trabalho de assumir um vexame ridículo desses, imagina quando o erro for relevante para o País?
Jornais, revistas e programas jornalísticos soltam esses balões de ensaio, encampam teorias conspiratórias, denunciam crimes não comprovados, acusam sem direito a defesa, condenam à revelia da Justiça, fazem sensacionalismo sem nenhum pudor. E fica tudo por isso mesmo.
Seria o caso de instituirmos uma Tolerância Zero para erros jornalísticos. Assim como pregam os editoriais intolerantes com políticos, autoridades e bandidos profissionais, a sociedade deveria devolver na mesma moeda.
Ou jornalistas podem cometer seus pequenos e grandes desvios sem responder por isso? E não vale vir com a desculpinha esfarrapada de que seria censura. Estou falando de vergonha na cara e em ser uma pessoa ética e confiável. Só isso.
Sem não sabem nem pedir desculpas, então vamos ensiná-los. Ora, bolas.

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