sábado, 5 de abril de 2008

NUM FUTURO PRÓXIMO GLOBO E CIA SERÃO DISTRIBUIDO GRATUITAMENTE E NINGUÉM VAI LER

Hoje meu Blog está completando 1(um) mês e tudo que escrevi durante a semana se resume em duas matérias, todas relacionadas com o curso de jornalismo que iniciei no dia 10.03.08 (menos de um mês). A primeira matéria já postei agora pouco e a segunda segue agora. Na semana que se inicia estarei ausente, por motivo justificado e não sei se terei tempo de escrever alguma coisa levando meu Notebook.

JORNAIS DE GRANDE CIRCULAÇÃO, NUM FUTURO PRÓXIMO, TAMBÉM TERÃO DISTRIBUIÇÃO GRATUITA?

Como disse no encerramento da minha resenha, por falta de espaço, falei alguma coisa sobre Jornais de Grande Circulação, mas deixei para falar sobre o caso dos Jornais Gratuitos o que irei fazer agora neste espaço, dando assim continuidade ao trabalho sobre a Palestra do Prof. Coelho. No dia da palestra o professor mencionou os Jornais Destak e Metro, com circulação diária em SP de 150.000 exemplares. Diversos exemplares do dois foram levados para rápida leitura e constatação de que não têm conteúdo jornalístico, com pequenas notas lacônicas sob forma de notícias que não informam praticamente nada. O que mais impressionou foi a afirmativa de que 83% dos leitores eram das classes “A” e “B”, enquanto apenas 17% tinham como destinatários classes “C” e outras. Também impressionantes foram os milhões de euros investidos no Destak e mesma coisa certamente aconteceu no Metro. Este um pequeno resumo da Palestra, sem contar com um gráfico de cada e um comparativo dos dois jornais.
Para dar justificar o título que dei na avaliação crítica necessito diversificar um pouco, mas sempre dentro do que diz respeito à mídia.
Em 18/08/2007, imprimi uma matéria que saiu no Observatório da Imprensa com o título: MÍDIA IMPRESSA. Será hora de dar adeus aos jornais? A matéria que deu origem ao questionamento, por Russell Baker em 7/8/2007, reproduzido da “The New York Review Of Books, volume 54. nº 13, com o título original “Goodbye to newspapers?”, tradução de Jô Amado. Da matéria com 10 laudas, tento agora fazem um pequeno resumo dos três primeiros parágrafos da 1ª página, onde foi dito que: “A imprensa norte-americana está triste. Inúmeras autoridades já garantiram que está com os dias contados, inúmeros bons jornais estão em ruínas. Ela perdeu muito do respeito por parte do público...”; “Sua publicidade e circulação vêm sendo sugadas pela internet e seus patrões parecem atingidos por uma falta de imaginação empresarial necessária para prosperar na era eletrônica.Pesquisas mostram que um número cada vez maior de jovens obtém informações pela televisão e os computadores produzem a melancólica sensação de que a imprensa é coisa do passado, uma charrete puxada por cavalo numa via expressa de oito pistas. Depois, há o lado atrapalhado: a desonestidade de pessoas como Jayson Blair ou Stephen Glass torna o jornalismo uma farsa. A elite dos jornalistas de Washington teve um papel decepcionante, ajudando um grupo de neoconservadores a criar a guerra do Iraque...”. Faço agora a minha primeira observação, para dizer que da matéria, sem prejuízo de todo o seu conteúdo, do que consta acima já basta para dar desenvolvimento ao meu trabalho para o Curso de Jornalismo.


Em 11/03/2008, também do Observatório da Imprensa, do Jornal de Debates, imprimi uma matéria com o título INCLUSÃO DIGITAL – A internet e os novos “formadores de opinião”. Por Venício A. de Lima, com 8 laudas, de onde transcrevo apenas os dois últimos parágrafos: “Os “formadores de opinião” tradicionais parecem estar sendo paulatinamente substituídos por “líderes de opinião” locais que se utilizam cada vez mais da internet onde, inegavelmente, existe mais diversidade e pluralidade na informação. O atual sucesso de alguns blogs em amplas camadas da população - e a capacidade incrível de multiplicação capilar de informações e análises - certamente é uma das conseqüências mais visíveis desse auspicioso processo.” (coloquei negrito). Ainda na matéria tem considerações sobre a revelação há poucos dias pela Associação de Mídia Interativa ( IAB Brasil ) de 40 milhões de brasileiros tinham acesso à internet e que o crescimento dos internautas, consolida a internet como a segunda mídia de massa do país, só perdendo para a televisão.
Faço agora a minha segunda observação: Por pouquíssimo tempo, porque em breve estará em primeiro lugar. Chego a está conclusão pelos seguintes motivos. 1. De 2002 a 2007 o consumo ( compra ) de computadores no Brasil passou de 10 bilhões de dólares para 16 bilhões, ou seja, um aumento de 60% em 5 anos; 2. Segundo a Fábrica da Dell, em São Paulo: o Brasil já é o quinto mercado mundial de computadores e deve ser o terceiro em 1010, ficando atrás apenas da China e dos EUA; 3. Mesmo com 11 milhões de unidades vendidos no ano passado, apenas 23% das residências do país contam com PCs, não restando dúvida de que há um grande espaço a ser ocupado; 4. O brasileiro gosta de acessar a internet mesmo quando não tem computador e não é por outra razão que o número de internautas cresce assustadoramente a cada ano; 5. Se puder através da internet ter acesso à mídia eletrônica e aos jornais convencionais de grande circulação (ainda que em parte e desde que não pague), porque comprar o Jornal de Papel? 6. Gostem ou não alguns jornalistas, a verdade é que os Blogs e Sites de muitos Jornalistas renomados e independentes fornecem notícias com maior rapidez e credibilidade ao contrário dos jornais de grande circulação que perderam credibilidade razão da queda nas vendas, mesmo congelando os seus preços.
Volto novamente aos Jornais Gratuitos, sem dúvida sem conteúdo jornalístico, mas de baixo custo operacional e a toda evidência lucrativos. Pelo menos no Brasil, pelo que estudamos dos dois mais importantes que circulam em São Paulo, eles podem em pouco tempo oferecer aos anunciantes o mesmo público dos de grande circulação. Porque o Metro, uma publicação de um grupo sueco é popular em mais de 100 países, fato admitido até mesmo por quem já escreveu contra este tipo de jornal? Em SP segundo o Prof. Coelho, 70,1% é da Bandeirante e 29,9% do grupo sueco. Por que o empresário luso-brasileiro André Jordan ( polonês naturalizado português ) investiu 11 milhões de euros no Destak? A resposta parece simples, LUCRO. Até 03 de março de 2002, segundo matéria da Redação do Correio Braziliense, com o título: A questão dos gratuitos. “Vistos pelos europeus como “perversão do mercado”, amplia-se a discussão econômicos e éticos de veículos sem vendas em bancas ou assinaturas.” Se na época a matéria defendia os jornais tradicionais e até falava em piquetes de tipógrafos para impedir a distribuição do jornal gratuito Metro, também já dizia que: “Mas a profusão de diários gratuitos assusta e não pode ser menosprezada.” Hoje a questão parece estar superada e tiveram que conviver com a existência dos gratuitos que ganha espaço no mundo inteiro.
Na palestra do Prof. Coelho perguntei se ele achava que os jornais convencionais ou de papel iriam acabar. Respondeu ele que não, mas não se aprofundou na resposta, mesmo porque eram várias perguntas feitas e não teria tempo para tanto. Tenho a mesma resposta. Não vai acabar, assim como a rádio não acabou com o surgimento da TV, mas é bom que se observe que tanto as rádios como as TVs abertas são gratuitas e vivem de propaganda a exemplo dos jornais gratuitos. Já existe até estudo informando que os aparelhos de Tvs num futuro próximo serão substituídos por um computador mais sofisticado que exercerá as funções da TV, do Computador e via de conseqüência da Internet. Acredito que a mídia eletrônica, com seus blogs e sites com bons jornalistas vão ocupar definitivamente os lugares dos jornais de grande circulação. Sinal do que afirmo é a razão de vários jornalistas que trabalham para empresas jornalísticas já ter criado seus blogs ou sites, ainda que continuem dentro da linha doutrinária de seus atuais patrões. Porém, se mandados para a rua, rapidamente poderão utilizar sua mídia eletrônica também como fonte de renda, inclusive prestando serviços de propaganda para anunciantes. Bastante simples, não?
Acredito que pelo que têm em comum atualmente, baixa qualidade e falta de conteúdo jornalístico, melhor dizendo, credibilidade, caráter moral e ético, não cumprindo sua função social, todos os jornais serão gratuitos.
Encerro concluindo de uma forma bem simples, transformando o questionamento que fiz no título com uma afirmação do que acredito irá acontecer:JORNAIS DE GRANDE CIRCULAÇÃO, NUM FUTURO PRÓXIMO, TAMBÉM TERÃO DISTRIBUIÇÃO GRATUITA.

COISAS QUE ESCREVI SOBRE O JORNALISMO

“Falar da natureza não altera a natureza. Falar do homem altera o homem (WIENER, Norbert. Cibernética e sociedade-uso humano de seres humanos. São Paulo: CULTRIX, 1978)”. Grifei e coloquei negrito.
Não tenho menor dúvida de que falar do homem sempre altera o homem. Mas de 1978 a 2008 são passados 30 anos e no mundo globalizado atual, no Brasil a partir de 1992 quando da realização da II Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida por ECO-92, nos vimos obrigados, por necessidade mesmo de sobrevivência como seres humanos, de falarmos a todo o momento sobre a natureza. Isto a meu ver, sem dúvida, altera a natureza na medida em que o mundo se viu obrigado a se preocupar em resgatar o que como animal predador que é destruiu e a preservar o que ainda não foi destruído. Dentro das minhas limitações, e não querendo fazer um plágio em uma frase, mesmo porque não sou escritor inglês e muito menos gay como Oscar Wilde, quando disse: “A vida imita a arte muito mais do que a arte imita a vida...”, arrisco dizer que num futuro próximo poderemos até dizer que: Falar da natureza altera a natureza e o próprio homem, muito mais ou pelo menos da mesma forma do que falar somente do homem altera o homem.
As citações mencionadas pelo Prof. Coelho, de Angel Faus Belau e Adelmo Genro Filho sobre a Ciência Jornalística, Conceito e Características Fundamentais do Jornalismo, Informação, inclusive sobre o que disseram a respeito Manuel Carlos Chaparro e Iara Vidal Pereira Souza, assim como os próprios comentários do professor sobre Jornais de 26/12, não merecem qualquer reparo.
A palestra volta a ter maior complexidade ao tratar do Fato Jornalístico, principalmente depois de duas citações bem colocadas de Chaparro em 1994, sobre a esfera do interesse público do jornalismo, seu caráter moral e ético ao fazer jornalismo – “sem o que a ação jornalística não cumprirá a contento sua função social”.(Coloquei em negritos). Os comentários transcritos de 1988, de Cláudio Abramo deixam bem claro de como ele trabalhava no Jornal O Estado (SP), sempre nos limites doutrinários do jornal, onde “o dr. Julinho” no meu ponto de vista um ditador por natureza, dentro e fora do seu Jornal “Só depois do golpe de 1964, e anunciando-o, foi que as notícias nacionais começaram a sair na primeira página do Estado”. Se o dr.Julinho abraçou Ditadura Militar por convicção política doutrinária ou conveniência é o que menos importa, porque seu jornal já não cumpria uma função social. O mesmo aconteceu com o sr. Roberto Marinho, que não era dr nem jornalista, mas no meu modo de ver um empresário oportunista que de um jornal e rádio, na sombra da Ditadura Militar fez nascer a sua Tv e cresceu, transformando suas Organizações Globo numa empresa monstruosa servindo e sendo servida pelo PODER DITADORIAL. ,
Mas a Globo não era exceção a regra, porque durante o regime militar os jornais de grande circulação no Brasil estavam a serviço do novo regime. No regime militar, empresas jornalísticas no sentido mais amplo andavam de mãos dadas com os Generais que “governaram” o país e também FAZIAM PARTE DO PODER.
A rede globo com maior alcance dentro do território nacional, evidentemente se destacou entre as demais empresas jornalísticas. Terminada, em termos, a Ditadura, contando sempre com a convergência da linha doutrinária dos demais Jornais de Grande Circulação, escolheu, elegeu e derrubou o primeiro presidente “eleito pelo voto popular” após o fim de regime militar. Hoje não aceita o atual Governo e tudo fez para o derrubar, coisa que já ficou mais do que evidenciado jamais conseguirá.
Então pergunto. Onde andava a função social jornalística antes, durante e depois da Ditadura? E onde anda esta mesma função até os tempos atuais?
A resposta as minhas indagações, salvo melhor julgamento, são encontradas na Palestra do Prof. Coelho, no tópico Fato Jornalístico 3, quando cita as considerações de Cláudio Abramo sobre a cobertura da doença de Tancredo Neves. Se na ocasião a Folha de S. Paulo “portou-se com uma dignidade profissional exemplar” em relação a um determinado fato, o mesmo pode-se dizer da Folha nos tempos atuais?
Lamentavelmente, tenho uma visão de que não. Nem a Folha, Estado, Globo (rádio, jornal e tv), praticamente todos jornais de maior circulação, assim como revistas, notadamente a VEJA cumprem uma função social, faltando-lhes, por conseguinte caráter moral e ético, não sendo possível pensar numa suposta dignidade profissional jornalística.
Partindo deste entendimento, por coerência, não posso chegar a uma outra conclusão: A de A Folha de S. Paulo, não segue o seu próprio Manual da Redação 2001:10 e 15, mencionados também como Fato Jornalístico 3, principalmente quanto a ser “pluralista e apartidário.”
No tocante as Características, não é novidade “que pessoas agendam seus assuntos e suas conversa em função do que a mídia veicula”. É de conhecimento geral de que a mídia é formadora de opinião e isto é tão preocupante a ponto de: Em 23.05.2006, imprimi uma notícia do site jurídico Espaço Vital, que guardo como documento em meus arquivos, com a Manchete: “Ministro do Supremo acusa mídia de difundir” idéias dominantes ““.O Poder Judiciário e os juízes devem atuar com independência, de forma a não sucumbir ao clamor social “. A sugestão do ministro Eros Grau, do STF, é na verdade, uma crítica direta aos que julgam, influenciados pelas notícias veiculadas pela imprensa. O ministro classifica a imprensa como” o quarto poder do Estado, ao condicionar a opinião pública. Disse o Ministro: “As idéias dominantes são a expressão das opiniões dominantes e é assim que os tribunais decidem”, teria afirmado Eros Grau, que ainda disse entre outras coisas “A nossa imprensa tem sido incisiva a ponto de construir e destruir reputações com uma velocidade monumental”, declarou. E prosseguiu: “é um tipo de discurso norteado por esse imaginário social e não só pela estrita defesa de direitos, previstos na legislação.” (Grifos e negritos meus). Lamentavelmente, a lição ou recado que o Ministro Eros Grau deu ou mandou para a mídia e para a Magistratura, não chegaram nem à mídia e nem tão pouco a alguns de seus colegas do STF ou do TSE, como foi o caso do Ministro MARCO AURELIO MENDES DE FARIAS MELLO. Organizações Globo, jornal, revista, rádio e Tv, assim como outros jornais como Folha, Estadão e Revista VEJA, não deixam dúvidas de que são políticos -partidárias, um 4º Poder, como disse o Min. EROS GRAU e digo eu, UM QUARTO PARTIDO POLÍTICO.
Genro Filho, citado pelo Prof. Coelho ao tentar diluir o peso da subjetividade do jornalismo, misturando objetivo com subjetivo, criando um Sofisma Surrealista que nem mesmo o mais elementar estudo da Lógica, Ciência Jurídica ou mesmo Jornalística pode aceitar, tipo de coisa “que nem Freud poderia explicar.”
Com respeito ao tópico Manipulação, segundo Perseu Abramo, lamentavelmente este parece ser o objetivo principal da grande mídia, ou seja, Manipular. Destaco do texto: 1. Ocultação, mentira por omissão; 2.Fragmentação, meias verdades e meias mentiras, nunca se tendo uma notícia por inteiro;3.Inversão, que no mínimo é uma deturpação;e, por último 4. Indução, sempre presente na produção jornalística convencional da atualidade. Os exemplos do Prof. Coelho com diversas “manchetes” que destacou confirmam a manipulação analisando somente os pontos que abordei.
Sobre novas tecnologias e os limites da atividade jornalística, destaco que no meu entendimento, em pleno século XXI, a preservação da natureza jornalística no jornalismo tradicional ou convencional é pura balela e o que se salva é a nova tecnologia que flui pelo ciberespaço, não tendo dúvida de que a internet nos últimos 4 (quatro) anos foi a nossa salvação.