sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Marcelo Salles: O Brasil é maior que a Globo (ou “o povo derrotou o golpe midiático”)

Do Viomundo - publicado em 30 de outubro de 2014 às 13:37
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O Brasil é maior que a Globo (ou “o povo derrotou o golpe midiático”)

Por Marcelo Salles (*)

Essas eleições entram para a História do Brasil como o momento mais nítido em que as corporações de mídia tentaram impor sua vontade ao povo. (Os destaques em verde negritado são do ContrapontoPIG) Mais do que em 1989, com a famosa edição do debate entre Lula e Collor. Mais do que em 2006, quando o foco do debate foi deslocado para pilhas de dinheiro expostas ad nauseam.

Em 2014 apostaram todas as fichas, e a contrário de outras vezes não o fizeram veladamente.

Assumiram seu papel de partido político de oposição, conforme conclamou Judith Brito, diretora-superintendente do Grupo Folha, vice-presidente da ANJ e colaboradora do Instituto Millenium.
Faltando 11 dias para o segundo turno do pleito, os institutos de pesquisa davam empate técnico entre os dois candidatos – Aécio Neves à frente 2 pontos, dentro da margem de erro.

Como resposta, a militância de esquerda foi às ruas, os movimentos sociais organizados reforçaram sua participação na campanha e a candidata à reeleição partiu para o enfrentamento nos debates. O mote era um só: comparar os governos tucanos e petistas, o que garantiu vantagem a Lula e Dilma em praticamente todos os setores. Se o oponente baixava o nível, a resposta vinha à altura.

Nos oito dias seguintes, Datafolha e Ibope registraram crescimento de Dilma. No primeiro, de 49% para 53%; no Ibope, de 49% para 54%. Enquanto isso, Aécio caiu de 51% para 46% (Ibope) e 51% a 47% (Datafolha). Dilma encerrou a campanha com vantagem de 6 a 8 pontos de vantagem, cenário praticamente impossível de ser invertido em 48 horas.

Aí surgiu a capa da revista Veja na sexta-feira, antevéspera do pleito, acusando, sem provas, Lula e Dilma de terem conhecimento de desvios na Petrobrás. De sexta até domingo a Veja atingiria algo entre 500 mil e 1 milhão de pessoas. A maioria das quais, no entanto, já tinham o voto decidido para Aécio. A capa da veja, por si só, merecia o repúdio na medida em que foi dado pela campanha do PT. A própria presidenta Dilma usou parte do tempo de propaganda eleitoral para denunciar a manobra da revista.

No entanto, foi o Jornal Nacional do sábado, véspera da eleição, o grande responsável pela interferência na vontade popular. No primeiro bloco, Dilma recebeu 5 minutos, com destaque no suposto medo de avião e nos problemas com a voz. Enquanto Aécio teve direito a 5’55’’ a apresentá-lo como alguém incansável, que trabalha durante o voo e aparece com a esposa e os filhos no colo (“um cara família”). Em outro trecho, as imagens saltadas em repetição durante comícios, com a bandeira do Brasil nas costas, revelam, como num filme de ação, um homem destemido que estaria preparado para conduzir o destino da Nação.

Logo no início do segundo bloco, o JN exibiu extensa reportagem sobre a capa da Veja. Aí, o que era de conhecimento de até 1 milhão de pessoas que já votariam Aécio, alcançou 30-40 milhões de pessoas, entre os quais um sem número de indecisos. Isto na véspera do pleito, sem que houvesse tempo para se organizar a estratégia de enfrentamento desse verdadeiro crime midiático. Como resultado, a vantagem de 6-8 pontos de Dilma caiu drasticamente, e quando terminou a apuração as urnas sacramentaram 51,5% x 48,5%.

O povo derrotou o golpe midiático e deu a vitória a Dilma. Agora o povo quer a democratização dos meios de comunicação, tarefa prioritária para o próximo governo. Até porque duvido muito que as forças progressistas vençam em 2018 se continuarem perdendo a batalha da comunicação.

(*) Marcelo Salles é jornalista.

Leia também:
Advogado nega depoimento de doleiro


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PITACO DO ContrapontoPIG


O rebanho globovino não percebe e não aceita que tenha havido uma tentativa de golpe midiático.

Lei de Meio, já. 

Ou o enfrentamento. O ponto vulnerável do PIG é o bolso, que permanece cheio com a publicidade governamental paga pelo povo.

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Brasil é exemplo no combate à desigualdade social

"Brasil é um dos poucos países no mundo que diminuíram as diferenças sociais. Programa Bolsa Família está sendo adotado por outras nações, diz diretor da Oxfam – organização que desenvolve programas de combate à pobreza no planeta

Pedro Peduzzi, Agência Brasil

Enquanto a desigualdade entre ricos e pobres tem sido ampliada na maior parte do planeta, no Brasil tem ocorrido o oposto, apesar de o país continuar entre os mais desiguais do mundo.

É o que aponta o relatório “Equilibre o Jogo: É Hora de Acabar com a Desigualdade Extrema”, divulgado hoje (29) pela Oxfam – organização não governamental que desenvolve campanhas e programas de combate à pobreza em todo o mundo.

“O Brasil tem apresentado um padrão diferenciado, e está entre os poucos países que estão tendo sucesso em diminuir a diferença entre os mais ricos e os mais pobres”, disse o diretor da Oxfam no Brasil, Simon Ticehurst, à Agência Brasil.

Ele acrescentou que, entre os Brics [bloco que agrega também Rússia, Índia, China e África do Sul], “o Brasil é o único que está conseguindo reduzir a desigualdade. E, dentro do G20, é o que está tendo maior sucesso nessa empreitada, ao lado do México e da Coreia do Sul, que, apesar dos avanços, figuram em um patamar inferior ao do Brasil [no que se refere a diminuição das desigualdades]”.

De acordo com ele, entre os fatores que colocam o país nessa situação estão os programas de transferência de renda como o Bolsa Família, iniciativa que, inclusive, tem sido adotada por outros países, lembra ele.

Além disso, ao promover “aumento constante e um pouco acima da inflação” do salário mínimo, o Brasil protege os setores mais baixos da economia.
O salário mínimo nacinal cresceu quase 50% em termos reais, entre 1995 e 2011, e contribuiu para declínio paralelo das situações de pobreza e desigualdade, informou Ticehurst.

Outro ponto favorável, que tem melhorado a situação do país, é a ampliação e melhoria do acesso a serviços básicos públicos, em especial à saúde e à educação.

“Investir em serviços públicos gratuitos é algo essencial para diminuir a distância entre ricos e pobres. Nesse sentido, vale ressaltar que privatizar saúde e educação implica em dificuldades para a ascensão social das pessoas”, argumentou.

Apesar de ter melhorado, nos últimos anos, a distribuição de riquezas, o Brasil continua entre os países mais desiguais do mundo.

“Há ainda muito por fazer”, ressalta Ticehurst, lembrando que “se antes o desafio era universalizar, agora o desafio é dar qualidade a esses serviços”.
“Houve avanços no combate à pobreza e desigualdade, mas para continuar melhorando é necessário aprimorar as políticas sociais e os serviços básicos, principalmente em termos de qualidade. Além disso, é preciso rever a questão tributária e fiscal, de forma a mudar do atual sistema regressivo para um progressivo, no qual quem tem mais contribui mais e quem tem menos contribui menos”.

Em sua avaliação, a reforma política precisa entrar na agenda do país, na busca por uma representatividade mais próxima aos interesses dos brasileiros.

“É também necessário tocar as causas estruturais dessa desigualdade histórica, que afeta o país desde a época da colonização, feita por exploração e com extrema concentração de terras”.

Segundo ele, ao longo da história o Brasil valorizou demasiadamente “uma elite masculina e o patriarcado”, e a escravidão resultou em grandes diferenças econômicas e sociais, a partir da cor.

Disse ainda que “tudo precisa vir acompanhado de uma base mais sólida para o crescimento sustentável”

Dilma e a superação da síndrome das medidas heroicas


, GGN

"Há dois fantasmas assombrando o mercado: o risco de desequilíbrio fiscal e a impulsividade da presidente Dilma Rousseff.

O desequilíbrio fiscal resolve-se com um plano exequível e gradativo de recomposição das contas públicas. A impulsividade se controla com um plano exequível e gradativo. São dois coelhos com uma só cajadada de um plano exequível e gradativo

Os balões que vêm de Brasília, indicando a iminência de um choque fiscal, logo após o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) cometer a temeridade de aumentar a Selic com a economia patinando, transformarão os fantasmas em assombrações. Pode ser apenas um desses balões que precisam ser empinados para suprir a falta de emoções que se sucede ao final de cada eleição.

Mas o que menos o país necessita, agora, são planos heroicos.
No início de seu primeiro governo, Dilma adotou medidas heroicas contra a inflação, um conjunto das chamadas medidas prudenciais que derrubaram a economia, sem derrubar a inflação.

No meio do seu governo, adotou um conjunto de medidas heroicas para recuperar a economia. Não recuperou a economia e desarrumou as contas públicas.

Anunciar um choque fiscal em um quadro de quase recessão e apontar para um superávit irrealista seria o caminho mais curto para desmoralizar seu segundo mandato.

As agências de rating e o mercado não esperam (nem acreditam) em choques com resultados imediatos. O que reverte expectativas negativas são planos bem elaborados que indiquem uma trajetória realista para as contas públicas, ainda que demore dois anos para os objetivos serem alcançados; e, especialmente, que apontem para uma política econômica consistente, lógica, que não dê margem para improvisos e golpes heroicos.

Dilma recebeu, das urnas, a segunda e última grande oportunidade de fazer um grande governo.

Nessa hora, é preciso prudência, definir a próxima equipe econômica, mergulhar em um plano exequível, exaustivamente discutido – inclusive com outras áreas, para minimizar ao máximo os efeitos deletérios dos cortes. E planejar seu lançamento com pompa, circunstância e racionalidade.

O segundo governo dará a oportunidade para Dilma entrar para o quadro das grandes estadistas mulheres do milênio. Ou não."

AÉCIO NEVES AFIRMA QUE VOTO DO NORDESTE VALE TANTO QUANTO O DE MINAS OU DE SÃO PAULO



RELEMBRE AQUI, PREZADO LEITOR. O CENÁRIO ELEITORAL que tínhamos em 2010, na véspera da votação do segundo turno das eleições presidenciais, em que DILMA e JOSÉ SERRA disputavam. AÉCIO NEVES, eleito para o SENADO, afirmava que o VOTO DO NORDESTE VALE TANTO QUANTO O DE SÃO PAULO OU DE MINAS.


quarta-feira, 27 de outubro de 2010 Do 007BONDeblog.

Pedido tucano de recontagem de votos “venezueliza” a política brasileira



Se tivesse que definir com uma palavra o pedido que o PSDB acaba de fazer para que sejam recontados os votos da eleição presidencial, essa palavra seria “previsível”. Este blogueiro tinha certeza de que isso ocorreria e irá provar. Antes, porém, revejamos certos fatos.
Para quem não sabe, na última quinta-feira os portais de internet foram tomados pela notícia de que o PSDB pedira a recontagem dos votos de Dilma Rousseff e Aécio Neves devido a um “Quadro de desconfiança por parte considerável da população brasileira”.
Que quadro é esse? Dias antes da eleição presidencial de 2014 em 2º turno, o Blog do Esmael Morais veiculou denúncia do deputado Protógenes Queiróz sobre “suspeita de fraude nas urnas eletrônicas”.



Nos dias seguintes, uma infinidade de blogs – aqui e aqui, por exemplo – repercutiu a denúncia. Era inevitável e os blogs e militantes em redes sociais que manifestaram preocupação agiram movidos pelo mais alto espírito público.
Porém, a denúncia de Protógenes era um tiro no pé. Por conta dela, daquele momento em diante a blogosfera e as redes sociais foram tomadas por centenas e centenas de leitores e militantes petistas preocupados com a lisura do pleito que se avizinhava. Eles trataram de difundir a teoria.
Lá pela centésima vez que um leitor manifestou preocupação com as urnas eletrônicas nesta página ou no perfil de seu autor nas redes sociais, postei mensagem no Twitter alertando que aquela preocupação era exagerada e até descabida e pedi que aquilo parasse porque tinha certeza de que o PSDB faria o que fez.



O mais engraçado é que quem lê este Blog ou me acompanha no Twitter ou no Facebook sabe que desde o começo do processo eleitoral eu dizia que a disputa entre Dilma e Aécio seria “apertada” e em um clima de radicalização muito parecido com o da eleição de Nicolás Maduro em abril do ano passado, na Venezuela.
Os fatos acabaram por me dar razão. O clima de radicalização entre “petistas” e “tucanos” dispensa maiores comentários. Todos sabem que a situação descambou para a violência. Um cadeirante chegou a ser agredido por 4 eleitores do PSDB por ostentar no peito uma estrela do PT. Os relatos de brigas entre petistas e tucanos são fartos.
A recente eleição presidencial no Brasil terminou apertada como a da Venezuela em abril do ano passado, na qual Nicolás Maduro venceu Henrique Capriles. E agora, tal qual na Venezuela, a oposição tenta pôr sob suspeição o processo eleitoral com o objetivo claro, cristalino mesmo de deslegitimar a vitória incontestável de Dilma, por mais de 3 milhões de votos de diferença.



O quadro de radicalização é tão semelhante ao da Venezuela que na emissora a cabo Globo News, entre outras, enquanto as urnas nem bem tinham acabado de ser apuradas os comentaristas Merval Pereira, Renata Lo Prete, Cristiana Lobo e Gerson Camarotti já falavam em “impeachment” de Dilma devido às denúncias sem provas veiculadas pela revista Veja contra a presidente.
Cinco dias após o pleito, o Palácio do Planalto amanhece com duas faixas estendidas na frente, consoantes com a pregação dos autômatos da família Marinho.



Como já disse acima, é tudo tão previsível que chegaria a dar sono se o processo que está sendo desencadeado não fosse uma ameaça à democracia, sobretudo por estar sendo conduzido por veículos de comunicação que, há 50 anos, atiraram este país em uma ditadura de duas décadas.
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Do Blog da Cidadania

Que agora venha a justiça. Veja mentiu sobre declaração de doleiro: a acusação que “eles sabiam de tudo” nunca foi feita

Do Muda Mais

"Uma reportagem da revista Veja publicada às vésperas da eleição, trazendo fortes acusações à presidenta Dilma e ao ex-presidente Lula, quase mudou o resultado do pleito. Segundo a matéria, o doleiro Alberto Youssef teria dito, em depoimeto à Polícia Federal e ao Ministério Público, que Lula e Dilma “sabiam de tudo” sobre o caso de corrupção na Petrobras. A fala era, inclusive, a capa da publicação.


Passadas as eleições, que tiveram um resultado apertado com Dilma reeleita, a verdade aparece: tal acusação nunca foi feita. Isso mesmo: Youssef nunca proferiu tal frase . A informação vem do advogado do doleiro, Antônio Figureido Basto, que garante que, no suposto dia da acusação, “não houve depoimento no âmbito da delação. Isso é mentira. Desafio qualquer um a provar que houve oitiva da delação premiada na quarta-feira”. Para Basto, houve má-fé – seja da revista ou da fonte utilizada na reportagem: “Ou a fonte da matéria mentiu ou isso é má-fé mesmo”, sentencia.


O TSE já obrigou Veja a publicar direito de resposta do PT e, em pleno domingo de votação, o site da revista mostrava em sua capa a resposta petista, que revelava a verdade. A credibilidade da publicação, já em baixa, chegava ao fundo do poço. O STF pode ainda obrigar Veja a dar à resposta a mesma publicidade que foi dada à reportagem mentirosa: ou seja, a revista impressa teria que circular com capa e páginas internas com a fala do PT, escancarando a parcialidade do periódico.


Longe de ser jornalismo, mais que mentira: Veja cometeu um crime, quase alterando o resultado de uma eleição democrática e subjugando a vontade soberana do povo às suas farsas e interesses. A verdade veio à tona; que agora venha a justiça.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

REVISTA VEJA FOI O "MELHOR PANFLETO" DA CAMPANHA DE AÉCIO NEVES - SEGUNDO LULA EM VÍDEO



EX-PRESIDENTE AFIRMA QUE NÃO LÊ A VEJA, NÃO DÁ A MENOR IMPORTÂNCIA AO QUE ELA PUBLICA E QUE OS DONOS DA ABRIL / VEJA, ODEIAM O PT.


Janio de Freitas: O desespero da Veja e um fato sem retificação

30/10/2014
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Janio de Freitas
Antes mesmo de alguma informação do inquérito, em início na Polícia Federal, sobre o “vazamento” da acusação a Lula e Dilma Rousseff pelo doleiro Alberto Youssef, não é mais necessário suspeitar de procedimentos, digamos, exóticos nesse fato anexado à eleição para o posto culminante deste país. Pode-se ter certeza.
Na quarta-feira, dia 22, “um dos advogados” de Youssef “pediu para fazer uma retificação” em depoimento prestado na véspera por seu cliente. “No interrogatório, perguntou quem mais sabia (…) das fraudes na Petrobras. Youssef disse, então, que, pela dimensão do caso, não teria como Lula e Dilma não saberem. A partir daí, concluiu-se a retificação.” Ou seja, foi só a acusação.
As aspas em “vazamento”, lá em cima, são porque a palavra, nesse caso, sem aspas será falsa. As outras aspas indicam a origem alheia de frases encontradas a meio de uma pequena notícia, com a magreza incomum de uma só coluna no estilo em tudo grandiloquente de certos jornais, e no mais discreto canto interno inferior da pág. 6 de O Globo, de 29/10. Para precisar melhor: abaixo de um sucinto editorial com o título “Transparência”, cobrando-a da Petrobras.
Já no dia seguinte à “retificação”, Veja divulgou-a, abrindo o material ao uso que muitos esperaram por parte da TV Globo na mesma noite e logo por Folha, O Estado de S.Paulo e Globo. Nenhum dos três valeu-se do material. Se o fizessem, aliás, Dilma, Lula e o PT disporiam de tempo e de funcionamento judicial para uma reação em grande escala, inclusive com direito de resposta em horário nobre de tevê. O PT apenas entrou com uma ação comum contra Veja.
O que foi evitado a dois dias da eleição, foi feito na véspera. A explicação publicada, e idêntica em quase todos os que se associaram ao material da revista, foi de que aguardaram confirmar o depoimento de Youssef. Àquela altura, Lula, Dilma e o PT não tinham mais tempo senão para um desmentido convencional, embora indignado, já estando relaxados pelo fim de semana os possíveis dispositivos para buscarem mais.
O Globo não dá o nome de “um dos advogados”. Até agora constava haver um só, que, sem pedir anonimato, foi quem divulgou acusações feitas em audiências judiciais, autorizado a acompanhá-las, que nem incluíam o seu cliente. Seja quem for o requerente, pediu e obteve o que não houve. Retificação é mudança para corrigir. Não houve mudança nem correção. E o pedido do advogado teve propósito explícito: os nomes de quem mais sabia da prática de corrupção na Petrobras. Uma indagação, com o acusado preso e prestando seguidos depoimentos, sem urgência. E sem urgência no processo, insuficiente para justificar uma inquirição especial.
O complemento dessa sequência veio também na véspera da eleição, já para a tarde. Youssef foi levado da cadeia para um hospital em Curitiba. O médico, que se restringiu a essa condição, não escondeu nem enfeitou que encontrara um paciente “consciente, lúcido e orientado”, cujos exames laboratoriais “estão dentro da normalidade”. Mas alguém “vazou” de imediato que Youssef, mesmo socorrido, morrera por assassinato.
O boato da queima de arquivo pela campanha de Dilma ia muito bem, entrando pela noite, quando alguém teve a ideia de telefonar para a enlutada filha da vítima, que disse, no entanto, estar o papai muito bem. O jornalista Sandro Moreyra já tinha inventado, para o seu ficcionado Garrincha, a necessidade de combinação prévia com os russos.
A Polícia Federal suspeita que Youssef foi induzido a fazer as acusações a Dilma e Lula, entre o depoimento dado na terça, dia 21, e a alegada “retificação” na quinta, dia 23. Suspeita um pouco mais: que se tratasse de uma operação para influir na eleição presidencial.
A Polícia Federal tem comprovado muita e crescente competência. Mas, nem chega a ser estranho, jamais mostrou resultado consequente, quando chegou a algum, nos vários casos de interferência em eleições. Não se espere por exceção.

CAMPANHA DE AÉCIO USOU PESQUISA COM DADOS FRAUDADOS PARA ENGANAR O ELEITOR DE MINAS GERAIS


E MESMO ASSIM PERDEU A ELEIÇÃO POR UMA DIFERENÇA DE 
600 MIL VOTOS NO ESTADO.


O INSTITUTO VÉRITAS, os responsáveis pela campanha de Aécio Neves e o próprio candidato tucano, tem muito o que explicar à JUSTIÇA ELEITORAL. Aliás não só eles. A REVISTA ISTO É também andou publicando matérias e pesquisas do Instituto SENSUS, com números ABSURDAMENTE FAVORÁVEIS a Aécio Neves. Se VEJA é o esgoto da desinformação e da manipulação, ISTOÉ tem se comportado como sub-esgoto dessa mesma linha de jornalismo partidário, e sem pudor de MENTIR.

Campanha de Aécio usou pesquisa com dados enganosos
RICARDO MENDONÇA
DE SÃO PAULO - 30/10/2014


Informações de uma pesquisa de intenção de voto do instituto Veritá usadas na propaganda de segundo turno do tucano Aécio Neves são comprovadamente enganosas.
Quem confirma é o próprio dono do instituto que fez o levantamento, Adriano Silvoni. E também o estatístico responsável pelas pesquisas do Veritá, Leonard de Assis.
A informação infundada era a liderança de Aécio em Minas Gerais com 14 pontos de vantagem sobre Dilma Rousseff (PT): uma pesquisa que o mostrava com 57% ante 43% da petista.
Tanto o número de entrevistas quanto os municípios de coleta de dados foram definidos pelo Veritá para retratar a disputa eleitoral no Brasil como um todo.
O total de eleitores ouvidos em Minas era suficiente para compor o quadro nacional.
Assim, a pesquisa apontou Aécio com 54,8% em todo o Brasil contra 45,2% para Dilma, diferença de 9,6 pontos.
Segundo Assis, o publicitário Paulo Vasconcelos, responsável pela propaganda de Aécio, pediu para que o Veritá fornecesse os dados das entrevistas feitas só em Minas.
"O estudo não foi feito com essa finalidade", diz. Silvoni, o dono do Veritá, confirma: "Para Minas, foram 561 questionários. Não é confiável".
Mesmo assim, eles acabaram autorizando o envio dos dados. "Eu falei: 'pode pegar, mas cite, por favor, que não representam a realidade de Minas'", lembra Assis.
No dia 14 de outubro, às 17h06, o site do jornal mineiro "Hoje em Dia" publicou que, segundo o Veritá, Aécio tinha 57% dos votos de Minas contra 43% de Dilma, uma vantagem de 14 pontos.
Em seguida, a campanha do PSDB começou a distribuir um release dizendo que o tucano estava 14 pontos à frente no Estado. E na mesma noite, dirigindo-se à Dilma no debate da Band, o próprio Aécio citou: "Pesquisas [em Minas] mostram que estou mais de 10 pontos na sua frente".
No dia 15, os números não representativos do Veritá passaram a ser mostrados também na propaganda de TV do PSDB, que atribuiu a informação ao jornal "Hoje em Dia".

"Eles não podiam usar nesse contexto", diz Assis. "Nós avisamos [...] Usou na garganta. 
A Lei Eleitoral diz que a comprovação de irregularidade em dados publicados de pesquisa sujeita os responsáveis às penas de seis meses a um ano de detenção e multa.
Assis afirma que, ao entregar uma tabela com percentuais não representativos de cada Estado, fez questão de incluir uma nota sobre a não validade das informações.
CLIENTE
Além do problema dos números enganosos, a pesquisa do Veritá pode ter sido registrada de forma fraudulenta. No TSE, consta que o Veritá é, ao mesmo tempo, o contratado e o contratante do estudo, orçado em R$ 300 mil.
Dias atrás, num fórum de debates na internet que reúne profissionais da área de pesquisa, Leonard de Assis afirmou que o formulário do TSE foi preenchido dessa forma porque "o contratante [real] não quis aparecer".
Colaborou PAULO MUZZOLON, de São Paulo

Os bastidores de como o jn deu o Golpe da Veja

 Conversa Afiada - 30/10/2014
O jn ficou em dúvida: abater a Dilma com 32 ou 64 punhaladas.


Como se sabe, o ansioso blogueiro trabalhou na Rede Globo e deixa lá amigos diletos, leais e discretos.

Como se sabe, a Veja começou a surrupiar os votos indecisos da Dilma na quinta-feira quando montou a trampa que a Carta Capital denunciou.

A capa do detrito sólido de maré baixa foi postada na internet a partir de quinta-feira e não deu tempo de o jn tratar dela naquele dia.

Na sexta-feira, o jn também não deu nada: o que levou o Conversa Afiada a dizer que o jn amarelou, observação também da Fel-lha, que não se fez de rogada e também deu curso ao sórdido Golpe da Veja.

Tão sórdido quanto impune, como desconfiam o Janio de Freitas e o Fernando Brito.

Mas, no sábado, a edição do jornal nacional apunhalou Dilma pelas costas e reproduziu a capa da Veja, o que, para os eleitores indecisos, era a ratificação do que tinham visto nas redes sociais.

Como denunciou o Azenha, o jn fez o que o blogueiro ansioso não se cansa de dizer: transformou o detrito sólido de maré baixa em Chanel #5.

Mas, poderia ter sido muito pior, amigo navegante.

Muito pior.

Aquele passarinho saiu de Brasília e pousou na varanda aqui de casa, num galho da jabuticabeira cheia de bolinhas pretas, irresistíveis.

Pousou e contou:

- Amigos da Presidenta Dilma souberam que o jn ia dar a capa da Veja enrolada numa “matéria” sobre a “liberdade de imprensa”- ou seja, para condenar a manifestação na porta do prédio da Editora Abril;


- Os amigos ponderaram que, em nome de algum verniz de imparcialidade, seria conveniente mostrar que a Presidenta Dilma, em Porto Alegre, condenou veementemente a manifestação;


- E mais, que a Presidenta Dilma, no horário eleitoral de sexta-feira de manhã, tinha repelido a matéria da Veja como “terrorismo” que seria punido com ação judicial;


- Os amigos da Presidenta Dilma falaram com dois super-chefes do jornalismo da Globo: um homem e uma mulher;


- a mulher foi a mais enfática defensora da tese de incluir as duas “falas” da Presidenta;


- o homem aceitou o acordo e “não rompeu a corda”, me disse o passarinho textualmente, depois de saborear uma jabuticaba.


- aí, o ansioso blogueiro perguntou: mas, e os filhos do Roberto Marinho, aqueles que não tem nome próprio ?


- “Não há o menor indicio de que tenham participado da negociação”, foi a reposta.


 


 


 


 


 


 


 


Navalha

 




Não têm nome próprio e não mandam.


Ah, se o Dr Roberto soubesse disso …

Em tempo: como se vê, o estrago que o jn nacional amancebado com a Veja poderia fazer … fez.
Talvez por isso, o “homem” da direção do jornalismo tenha sido tão “generoso”…
Porque com a Globo é assim: a Dilma será apunhalada pelas costas, sempre: com 32 ou 64 facadas.

Foi com 32


Em tempo2: pensando bem … No caso, se o “homem” e a “mulher” resolvessem escancarar a parcialidade e abater a Dilma com 64 punhaladas (pelas costas) ficaria tão falso que comprometeria a “credibilidade”. Se é que se pode empregar essa palavra no mesmo ambiente em que respira o jn …


 Paulo Henrique Amorim
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Advogado de Youssef confirma armação de Veja

Brasil 247 -  30 de Outubro de 2014 às 09:39

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O crime eleitoral cometido pela revista Veja, que pertence a Giancarlo Civita e é comandada pelo executivo Fábio Barbosa e pelo jornalista Eurípedes Alcântara (à dir.), foi confirmado, nesta quinta-feira, por reportagem do jornal Valor Econômico, pelo próprio advogado Antônio Figueiredo Basto, que defende o doleiro Alberto Youssef; reportagem da semana passada diz que Youssef afirmou que "Lula e Dilma sabiam de tudo"; eis, no entanto, o que aponta Figueiredo Basto: "Não houve depoimento no âmbito da delação premiada. Isso é mentira. Desafio qualquer um a provar que houve oitiva da delação premiada"; caso está nas mãos de Teori Zavascki, ministro do STF, que pode obrigar Veja desta semana a circular com direito de resposta; atentado à democracia envergonha o jornalismo
  
247 - A situação da revista Veja e da Editora Abril, que atingiu o fundo do poço da credibilidade no último fim de semana, com a capa criminosa contra a presidente Dilma Rousseff, acusada sem provas pela publicação, pode se tornar ainda mais grave.

Reportagem do jornal Valor Econômico, publicada nesta quinta-feira, revela algo escandaloso: o "depoimento" do doleiro Alberto Youssef que ancora a chamada "Eles sabiam de tudo", sobre Lula e Dilma, simplesmente não existiu.
Foi uma invenção de Veja, que atentou contra a democracia, tirou cerca de 3 milhões de votos da presidente Dilma Rousseff e, por pouco, não mudou o resultado da disputa presidencial, ferindo a soberania popular do eleitor brasileiro.
Quem afirma que o depoimento não existiu é ninguém menos que o advogado Antônio Figureido Basto, que representa o doleiro. "Nesse dia não houve depoimento no âmbito da delação. Isso é mentira. Desafio qualquer um a provar que houve oitiva da delação premiada na quarta-feira", disse ele.
Basto também nega uma versão pró-Veja que começou a circular após as eleições – a de que Youssef teria feito um depoimento e depois retificado. "Não houve retificação alguma. Ou a fonte da matéria mentiu ou isso é má-fé mesmo", acusa o defensor de Youssef.
Com isso, a situação de Veja torna-se delicadíssima. No fim de semana, a publicação passou por uma das maiores humilhações de sua história, ao ser obrigada a publicar um direito de resposta contra um candidato – no caso, a presidente Dilma Rousseff – em pleno dia de votação.
Agora, a revista pode ser condenada a circular neste próximo fim de semana com uma capa e páginas internas, também com direito de resposta. A decisão está nas mãos do ministro Teori Zavascki, que pode decidir monocraticamente – ou levar a questão ao plenário do Supremo Tribunal Federal. Mas mesmo no plenário Veja tende a perder. Afinal, como os ministros justificariam o direito de informar uma mentira, com claras finalidades eleitorais e antidemocráticas?
Veja cometeu um atentado contra a democracia brasileira, que envergonha o jornalismo, e este crime é apontado pelo próprio advogado do doleiro Youssef. Os responsáveis diretos são: Giancarlo Civita, controlador da Abril, Fábio Barbosa, presidente da empresa, e Eurípedes Alcântara, diretor de Redação de Veja.
Abaixo, reportagem do Valor Econômico sobre o caso:

Advogado de Youssef nega participação em 'divulgação distorcida'

Por André Guilherme Vieira | De São Paulo
 
O advogado que representa Alberto Youssef, Antonio Figueiredo Basto, negou envolvimento na divulgação de informações que teriam sido prestadas pelo doleiro no âmbito da delação premiada, sobre o conhecimento de suposto esquema de corrupção na Petrobras pela presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) e pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Asseguro que eu e minha equipe não tivemos nenhuma participação nessa divulgação distorcida", afirmou ao Valor Pro. A informação de que Dilma e Lula sabiam da corrupção na Petrobras foi divulgada na sexta-feira passada pela revista "Veja".

No mesmo dia, o superintendente da Polícia Federal (PF) no Paraná, delegado Rosalvo Ferreira Franco, determinou abertura de inquérito para apurar "o acesso de terceiros" ao conteúdo do depoimento prestado por Youssef a delegados da PF e a procuradores da República.

"Acho mesmo que isso tem que ser investigado. Queremos uma apuração rigorosa", garante Basto, que já integrou o conselho da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar). "Eu não tenho nenhuma relação com o PSDB. Me desliguei em 2002 do conselho da Sanepar [controlada pelo governo do Estado]. Não tenho vínculo partidário e nem pretendo ter. Nem com PSDB, nem com PT, nem com partido algum", afirma. O Paraná é governado por Beto Richa desde janeiro de 2011. Ele foi reconduzido ao cargo no primeiro turno da eleição deste ano.

A reportagem menciona que a declaração de Youssef teria ocorrido no dia 22 de outubro. "Nesse dia não houve depoimento no âmbito da delação. Isso é mentira. Desafio qualquer um a provar que houve oitiva da delação premiada na quarta-feira", afirma, irritado, Basto. O advogado diz ser falsa a informação de que o depoimento teria ocorrido na quarta-feira para que fosse feito um "aditamento" ou retificação sobre o que o doleiro afirmara no dia anterior: "Não houve retificação alguma. Ou a fonte da matéria mentiu ou isso é má-fé mesmo", acusa o defensor de Youssef.

Iniciadas no final de setembro, as declarações de Youssef que compõem seu termo de delação premiada são acompanhadas pelo advogado Tracy Joseph Reinaldet dos Santos, que atua conjuntamente com Basto.

O Valor PRO apurou que o alvo principal da operação Lava-Jato disse em conversas informais com advogados e investigadores, que pessoalmente considerava "muito difícil" que o presidente da República não tivesse conhecimento de um esquema que desviaria bilhões de reais da Petrobras para abastecer caixa dois de partidos e favorecer empreiteiras.

"Todo mundo lá em cima sabia", teria dito o doleiro, sem, no entanto, citar nomes ou apresentar provas.

O esquema de corrupção na diretoria de Abastecimento da Petrobras teria começado em 2005, segundo a investigação e o interrogatório à Justiça Federal do ex-diretor de Abastecimento da petrolífera, Paulo Roberto Costa. Era o segundo ano do primeiro mandato do então presidente Lula. Dilma foi nomeada ministra de Minas e Energia em 2003.

Segundo a versão de Costa à Justiça, Lula teria cedido à pressão partidária para nomeá-lo diretor da Petrobras, sob risco de ter a governabilidade ameaçada pelo trancamento da pauta do Congresso.

"Mesmo que essa declaração do Paulo Roberto [Costa] seja fato e que a comprovemos nos autos, qual é o crime que existe nisso?", questiona um dos investigadores da Lava-Jato. "Uma coisa é a atividade política. Outra é eventual crime dela decorrente. Toda a delação de Costa e outras que venham a ocorrer serão submetidas ao crivo do inquérito policial e da devida investigação", esclarece.

A PF também instaurou inquérito para apurar supostos vazamentos da delação premiada de Costa.
Investigações sobre vazamentos podem resultar em processo penal. No dia 21 deste mês, o deputado federal Protógenes Queiroz (PC do B-SP) foi condenado pela 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) por violação de sigilo funcional qualificada. Queiroz, que é delegado da PF, foi responsabilizado por "vazar" informações da operação Satiagraha, deflagrada em São Paulo em 2008.

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Reino Unido aprova regulação da mídia!

Cafezinho  -  postado em 30/10/2014



Por Miguel do Rosário

A pátria da liberdade da imprensa, o Reino Unido, mostrou ao Brasil e ao mundo que regular a mídia não é censura. É uma maneira de garantir a continuidade da própria liberdade.

Sem regulação, a imprensa e a mídia tendem a serem controladas por monopólios, golpistas e criminosos da informação, como aconteceu no Reino Unido, onde jornalistas e editores subornavam policiais para que espionassem cidadãos ingleses.

Aqui, a atividade criminosa da imprensa é rotina. A Veja usava Cachoeira, bandidão de Goiás, e Cachoeira usava a Veja.

E acabamos de testemunhar como Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, criminosos presos pela Polícia Federal, também entraram num jogo armado com a imprensa de oposição.

Não haverá editoriais contra o que agora já está claro que foi um crime: a “retificação” do depoimento de Alberto Youssef, para incluir os nomes de Lula e Dilma?

Não, não haverá, porque a imprensa brasileira é criminosa orgulhosa de seus crimes. Merval Pereira, por exemplo, fala na delação premiada como se nunca tivesse acontecido nada de errado.

E a notícia publicada ontem, discretamente, sobre a suspeita da PF de que tenha havido “armação” entre o advogado de Youssef e a Veja, não repercutiu. Como assim? O caso mobilizou o país, quase mudou os rumos da eleição, e a imprensa não quer saber?

Se não tem condições de fazer uma regulação da mídia imediata, o governo brasileiro tem de adotar iniciativas políticas imediatas que permitam, ao menos, a oxigenação do debate político.

É isso, ou terá dificuldades de governar.

É uma condição de sua própria sobrevivência.

Sobrevivência do governo e do próprio processo democrático.

*

No Jornal GGN.

Regulação da mídia é aprovada no Reino Unido

QUI, 30/10/2014 – 09:57
ATUALIZADO EM 30/10/2014 – 10:01

Jornal GGN – A rainha Elizabeth II sancionou ontem um sistema de regulação da mídia do Reino Unido, que vai submeter revistas e jornais britânicos a um órgão de fiscalização do governo que pretende coibir abusos. A discussão entrou em pauta depois que repórteres do jornal “News of the World” e de outros meios de comunicação tiveram acesso ilegal a ligações telefônicas de celebridades, políticos e vítimas de crimes. Os jornais ameaçam boicotar a medida. Vítimas de abusos da imprensa apoiam a solução. “A imprensa deveria aproveitar para mostrar que não teme ser submetida a padrões éticos decentes, e que tem orgulho de agir com responsabilidade com as pessoas para quem e sobre quem escrevem”.

Reino Unido aprova regulação da mídia

Do O Globo

Jornais não conseguem barrar medida em resposta a escândalo sobre escutas

Rebekah Brooks chega ao tribunal em Londres – Kirsty Wigglesworth / AP

LONDRES – Depois de países como Equador e Venezuela lançarem este ano medidas de controle da imprensa, foi a vez de o Reino Unido unir-se à polêmica. Dois dias após o premier David Cameron ameaçar censurar o “Guardian” pela publicação de documentos sigilosos sobre a espionagem no país, a rainha Elizabeth II sancionou nesta quarta-feira um sistema de regulação da mídia, que foi amplamente criticado por jornalistas locais. A iniciativa, apoiada pelos três principais partidos políticos britânicos, vem na esteira do escândalo de escutas telefônicas por jornalistas, e depois de os meios de comunicação verem seus esforços contra o controle rejeitados na Justiça.

A novidade deve sujeitar revistas e jornais britânicos a um órgão de fiscalização do governo com a função de coibir os abusos descobertos com o escândalo dos grampos – que revelou que repórteres do jornal “News of the World”, do magnata Rupert Murdoch, e de outros meios de comunicação, tiveram acesso ilegal a ligações telefônicas de celebridades, políticos e vítimas de crimes. Também torna mais fácil para as pessoas que se sintam atacadas pela imprensa terem suas queixas ouvidas, além de permitir ao órgão federal cobrar multas aos meios de comunicação.

“(A medida) vai proteger a liberdade de imprensa ao oferecer reparação quando erros forem cometidos”, defendeu o Ministério da Cultura, em comunicado.

Jornalistas locais argumentam que o órgão federal poderia ser usado por políticos para punir publicações das quais não gostam. Eles também reclamam que propostas sugeridas por eles foram ignoradas.

Ex-editores supervisionariam grampo

A guerra, porém, ainda não acabou. Várias publicações já ameaçaram boicotar o novo órgão. Outras consideram levar o tema ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos. Os meios de comunicação não são obrigados a se inscrever no novo marco regulatório, mas não está claro, até agora, como o impasse será resolvido.

- As chances de nos unirmos à interferência estatal é nula – disse Tony Gallagher, editor do jornal “Daily Telegraph”.

Já o grupo “Hacked Off”, que reúne pessoas que se sentiram atacadas pela mídia, elogiou a medida. “A imprensa deveria aproveitar para mostrar que não teme ser submetida a padrões éticos decentes, e que tem orgulho de agir com responsabilidade com as pessoas para quem e sobre quem escrevem”, disse num comunicado.

No mesmo dia, dois jornalistas foram acusados em Londres de supervisionar grampos telefônicos. Segundo a promotoria, Rebekah Brooks, ex-braço direito de Murdoch, e Andy Coulson, ex-chefe de imprensa do premier britânico, teriam supervisionado um sistema de escutas e de pagamentos ilegais a funcionários públicos quando eram chefes do “News of the World”. Ambos negam as acusações.

Ainda ontem, outros três jornalistas do extinto tabloide declararam-se culpados das denúncias relacionadas às escutas, nas primeiras confissões desde o início da investigação, em 2011.
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Reino Unido aprova regulação da mídia!

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A pátria da liberdade da imprensa, o Reino Unido, mostrou ao Brasil e ao mundo que regular a mídia não é censura. É uma maneira de garantir a continuidade da própria liberdade.
Sem regulação, a imprensa e a mídia tendem a serem controladas por monopólios, golpistas e criminosos da informação, como aconteceu no Reino Unido, onde jornalistas e editores subornavam policiais para que espionassem cidadãos ingleses.
Aqui, a atividade criminosa da imprensa é rotina. A Veja usava Cachoeira, bandidão de Goiás, e Cachoeira usava a Veja.
E acabamos de testemunhar como Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, criminosos presos pela Polícia Federal, também entraram num jogo armado com a imprensa de oposição.
Não haverá editoriais contra o que agora já está claro que foi um crime: a “retificação” do depoimento de Alberto Youssef, para incluir os nomes de Lula e Dilma?
Não, não haverá, porque a imprensa brasileira é criminosa orgulhosa de seus crimes. Merval Pereira, por exemplo, fala na delação premiada como se nunca tivesse acontecido nada de errado.
E a notícia publicada ontem, discretamente, sobre a suspeita da PF de que tenha havido “armação” entre o advogado de Youssef e a Veja, não repercutiu. Como assim? O caso mobilizou o país, quase mudou os rumos da eleição, e a imprensa não quer saber?
Se não tem condições de fazer uma regulação da mídia imediata, o governo brasileiro tem de adotar iniciativas políticas imediatas que permitam, ao menos, a oxigenação do debate político.
É isso, ou terá dificuldades de governar.
É uma condição de sua própria sobrevivência.
Sobrevivência do governo e do próprio processo democrático.
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No Jornal GGN.
Regulação da mídia é aprovada no Reino Unido
QUI, 30/10/2014 – 09:57
ATUALIZADO EM 30/10/2014 – 10:01
Jornal GGN – A rainha Elizabeth II sancionou ontem um sistema de regulação da mídia do Reino Unido, que vai submeter revistas e jornais britânicos a um órgão de fiscalização do governo que pretende coibir abusos. A discussão entrou em pauta depois que repórteres do jornal “News of the World” e de outros meios de comunicação tiveram acesso ilegal a ligações telefônicas de celebridades, políticos e vítimas de crimes. Os jornais ameaçam boicotar a medida. Vítimas de abusos da imprensa apoiam a solução. “A imprensa deveria aproveitar para mostrar que não teme ser submetida a padrões éticos decentes, e que tem orgulho de agir com responsabilidade com as pessoas para quem e sobre quem escrevem”.
Reino Unido aprova regulação da mídia
Do O Globo
Jornais não conseguem barrar medida em resposta a escândalo sobre escutas
Rebekah Brooks chega ao tribunal em Londres – Kirsty Wigglesworth / AP
LONDRES – Depois de países como Equador e Venezuela lançarem este ano medidas de controle da imprensa, foi a vez de o Reino Unido unir-se à polêmica. Dois dias após o premier David Cameron ameaçar censurar o “Guardian” pela publicação de documentos sigilosos sobre a espionagem no país, a rainha Elizabeth II sancionou nesta quarta-feira um sistema de regulação da mídia, que foi amplamente criticado por jornalistas locais. A iniciativa, apoiada pelos três principais partidos políticos britânicos, vem na esteira do escândalo de escutas telefônicas por jornalistas, e depois de os meios de comunicação verem seus esforços contra o controle rejeitados na Justiça.
A novidade deve sujeitar revistas e jornais britânicos a um órgão de fiscalização do governo com a função de coibir os abusos descobertos com o escândalo dos grampos – que revelou que repórteres do jornal “News of the World”, do magnata Rupert Murdoch, e de outros meios de comunicação, tiveram acesso ilegal a ligações telefônicas de celebridades, políticos e vítimas de crimes. Também torna mais fácil para as pessoas que se sintam atacadas pela imprensa terem suas queixas ouvidas, além de permitir ao órgão federal cobrar multas aos meios de comunicação.
“(A medida) vai proteger a liberdade de imprensa ao oferecer reparação quando erros forem cometidos”, defendeu o Ministério da Cultura, em comunicado.
Jornalistas locais argumentam que o órgão federal poderia ser usado por políticos para punir publicações das quais não gostam. Eles também reclamam que propostas sugeridas por eles foram ignoradas.
Ex-editores supervisionariam grampo
A guerra, porém, ainda não acabou. Várias publicações já ameaçaram boicotar o novo órgão. Outras consideram levar o tema ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos. Os meios de comunicação não são obrigados a se inscrever no novo marco regulatório, mas não está claro, até agora, como o impasse será resolvido.
- As chances de nos unirmos à interferência estatal é nula – disse Tony Gallagher, editor do jornal “Daily Telegraph”.
Já o grupo “Hacked Off”, que reúne pessoas que se sentiram atacadas pela mídia, elogiou a medida. “A imprensa deveria aproveitar para mostrar que não teme ser submetida a padrões éticos decentes, e que tem orgulho de agir com responsabilidade com as pessoas para quem e sobre quem escrevem”, disse num comunicado.
No mesmo dia, dois jornalistas foram acusados em Londres de supervisionar grampos telefônicos. Segundo a promotoria, Rebekah Brooks, ex-braço direito de Murdoch, e Andy Coulson, ex-chefe de imprensa do premier britânico, teriam supervisionado um sistema de escutas e de pagamentos ilegais a funcionários públicos quando eram chefes do “News of the World”. Ambos negam as acusações.
Ainda ontem, outros três jornalistas do extinto tabloide declararam-se culpados das denúncias relacionadas às escutas, nas primeiras confissões desde o início da investigação, em 2011.
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