quarta-feira, 31 de março de 2010

Lula: Quem quiser me derrotar terá que "por o pé no barro" e trabalhar mais do que eu

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (31), durante a solenidade de despedida dos ministros que deixam os cargos para disputar as eleições deste ano , que quem quiser derrotá-lo terá de trabalhar mais do que ele. "Tem de trabalhar que nem um desgraçado, e quem quiser me derrotar, vai ter de trabalhar mais do que eu", disse. O presidente afirmou que quem dorme até as 10 horas e busca apoio de formadores de opinião pública "terá de pôr o pé no barro para me derrotar"

Um total de 10 ministros deixaram hoje seus cargos, com o objetivo de concorrerem a cargos públicos nas eleições de outubro. O presidente agradeceu pessoalmente a todos os ministros demissionários.

Lula reafirmou que o momento mais difícil na vida de um político é a hora de tirar de sua equipe de governo alguém que foi convidado para o trabalho. Lamentou estar perdendo companheiros que “vestiram a camisa do governo” e reiteirou que gostaria que todos ficassem até o final do mandato. O presidente afirmou ainda que montar uma boa equipe é a arte do sucesso no governo e que sempre procurou estabelecer uma relação de confiança e respeito com os integrantes de seu Ministério.

O presidente fez um elogio especial à gestão da agora ex-ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Segundo ele, Dilma deixará um "vazio" no Planalto. "(A saída de Dilma) é um prejuízo para o Brasil, mas ela é dentro de uma perspectiva de que voce seja mais do que chefe da Casa Civil, e a esperança é a motivação da sua saída", afirmou Lula.

Dilma se emociona
A pré-candidata à Presidência da República pelo PT, Dilma Rousseff, se emocionou ao fazer o discurso de despedida do Ministério da Casa Civil. "Nós somos companheiros de uma jornada, de uma missão. Uma missão especial, uma alegre melancolia, ou uma alegria triste. Nós saímos de um governo, que nós consideramos que mais fez pelo povo deste país, e nós o abandonamos hoje", avaliou Dilma, que proferiu o primeiro discurso do evento, com voz embargada.

"Não somos aqueles que estão dizendo 'adeus', somos aqueles que estão dizendo 'até breve'. Sob a sua inspiração de quem fez tanto, estamos prontos para fazer mais e melhor", disse a agora ex-ministra.

"Nos orgulhamos de ter participado do seu governo. Não importa perguntar porque alguns não têm orgulho dos governos de que participaram. Eles devem ter seus motivos. Mas nós temos patrimônio, fizemos parte da era Lula. Vamos carregar essa história e levá-la para os nossos netos", afirmou Dilma, que ainda atacou os críticos do governo, dizendo que estes "não sabem o que oferecer a um povo orgulhoso".

Quem sai e quem entra
O presidente fez um desafio aos novos titulares dos Ministérios que foram empossados por ele: trabalhar mais e melhor do que os antecessores no prazo de nove meses, que é o que resta do seu governo este ano. E isso sem inventar nada novo, porque, segundo o presidente, é tempo de execução dos programas, não de criação. “Espero que vocês coloquem no chinelo os que saíram, de tanto trabalhar e de tanta competência”, afirmou Lula em seu discurso.

A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, será substituída pela secretária executiva Erenice Guerra. Já os pré-candidatos ao governo de Minas Gerais Patrus Ananias (PT) e Hélio Costa (PMDB) serão substituídos por Márcia Lopes, no Desenvolvimento Social, e José Artur, nas Comunicações, respectivamente.

Também candidatos aos governos do Amazonas e da Bahia, os ministros dos Transportes, Alfredo Nascimento, e da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, deixarão em seus lugares os secretários executivos Paulo Passos e João Santana, respectivamente. Na Agricultura, assume o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Wagner Rossi, no lugar de Reinhold Stephanes, que concorrerá a uma vaga na Câmara dos Deputados.

Os ministros de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB), e da Previdência, José Pimentel (PT), serão substituídos pelos secretários executivos Márcio Zimmermann e Carlos Gabas para disputar um mandato de senador. Carlos Minc sai do Ministério do Meio Ambiente para tentar uma vaga de deputado estadual pelo Rio. Assume a secretária executiva Izabella Teixeira. Por fim, o secretário adjunto da Secretaria Especial de Políticas e Promoção da Igualdade Racial, Elói Ferreira, substitui Edson Santos, que vai concorrer como deputado federal.
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, deverá definir seu futuro político hoje. Em encontro com o presidente Lula ontem (30), ele pediu 24 horas para decidir se deixará o governo para concorrer nas eleições.
Com agências

Infiltração e repressão: Serra aplica cartilha de Yeda





O governo José Serra (PSDB) adotou as mesmas táticas policiais utilizadas pela também tucana Yeda Crusius no Rio Grande do Sul. Integram essas táticas, entre outras, duas medidas básicas: reprimir violentamente protestos e manifestações de ruas e infiltrar policiais à paisana nestes protestos e manifestações. O episódio da foto onde um homem carrega uma PM ferida nos protestos de 26 de março expôs, involuntariamente, esse tipo de prática. Inicialmente, um texto do jornalista Leandro Fortes reproduziu a versão difundida pela Agência Estado dando conta de que o homem era um manifestante que participava do ato dos professores. Diante da repercussão causada pela foto, dois dias depois, o comando da PM de São Paulo divulgou uma nota garantindo que se tratava de um policial à paisana “que estava passando por ali por acaso”. A PM negou tratar-se de um “infiltrado”, mas negou-se a divulgar o nome do mesmo o que só reforça a tese de que se tratava de um homem do chamado “serviço de inteligência” da polícia.

Uma das regras básicas do trabalho desse “serviço de inteligência” é não ser identificado publicamente. Vale tudo para assegurar o anonimato, desde disfarçar-se de manifestante ou mesmo de jornalista. No dia 30 de abril de 2009, um homem, apontado por manifestantes como sendo agente da PM2, o serviço secreto da Brigada Militar (a PM gaúcha), usou indevidamente o nome da Carta Maior ao infiltrar-se em uma manifestação de servidores públicos contra o governo Yeda Crusius, em Porto Alegre, e fazer fotos dos manifestantes (foto). Não foi a primeira vez que servidores de órgãos de segurança disfarçaram-se de fotógrafos no Rio Grande do Sul, identificando-se como profissionais de imprensa para espionar manifestações de sindicatos e movimentos sociais. Em geral, essa prática conta com a cumplicidade (pelo silêncio) da imprensa local, que tem conhecimento da mesma, mas não fala no assunto.

O papel dos infiltrados é duplo: recolher informações e fazer fotos de manifestantes, por um lado; e, eventualmente, dar início a provocações que levem a distúrbios e conflitos que, posteriormente, serão atribuídos aos manifestantes. Essa prática, aplicada várias vezes contra sem terras, professores e servidores públicos no Rio Grande do Sul, é repetida agora em São Paulo com as acusações de que os professores em greve seriam “baderneiros” e responsáveis pelos conflitos com a polícia. A decisão do PSDB de São Paulo de entrar na Justiça contra o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo também segue a mesma cartilha utilizada pelo governo Yeda no RS. Segundo a representação encaminhada em conjunto pelo PSDB e pelo DEM, “o movimento se organiza em torno de palavras de ordem e outras manifestações que tendem a interferir no âmbito eleitoral, partidarizando o movimento”.
No Rio Grande do Sul, dirigentes sindicais, jornalistas e lideranças de movimentos sociais já perderam a conta do número de processos, no âmbito civil e criminal, movidos pela governadora Yeda Crusius. O Ministério Público do Rio Grande do Sul chegou a determinar, em 2009, a retirada de cartazes e outdoors que faziam parte de uma campanha de sindicatos de servidores públicos e movimentos sociais denunciando casos de corrupção envolvendo o governo Yeda. A atual presidente do Centro de Professores do Estado do RS (CPERS/Sindicato), Rejane Oliveira, está sofrendo vários processos, um deles por ter participado de uma manifestação em frente à casa da governadora.
O fato é que os governos tucanos apresentam uma uniformidade no trato com manifestações sociais: o que domina é a lógica da repressão, a ausência do diálogo e a aversão ao contraditório. O uso de policiais infiltrados nas manifestações é típico de tempos autoritários, onde a “interlocução” de governos com a oposição é feita nos subterrâneos, com práticas nada transparentes. Não é por acaso, portanto, que cenas e práticas similares vêm sendo vistas nas ruas de São Paulo e do Rio Grande do Sul.
Charge: Glauco

Charge Online do Bessinha

Há 46 anos, em 31 de março de 1964, era implantada a ditadura militar no Brasil...Em S.Paulo, ela ainda pernanece

quarta-feira, 31 de março de 2010


Há 46 anos, em 31 de março de 1964, era implantada a Ditadura Militar no Brasil.

Hora de lembrar;O jornal Folha de São Paulo apoiou o golpe de 1964 e a ditadura militar implantada no Brasil até o governo do presidente general Ernesto Geisel, ao contrário de seu concorrente O Estado de S. Paulo, que chegou a sofrer intervenções e censura no período.

No início da década de 1970, essa postura provocou uma série de atentados contra veículos de entrega de jornais da Folha de S. Paulo, que eram incendiados por grupos de esquerda que faziam resistência à ditadura militar. Segundo Elio Gaspari, hoje colunista da Folha, "Carros da empresa (Folha) eram emprestados ao DOI, que os usava como cobertura para transportar presos para serem torturados"

"Ditabranda"

Protesto contra o uso da palavra "ditabranda" na sede do Grupo Folha. No banner, uma referência à famosa foto de Vladimir Herzog morto após uma sessão de tortura, se lê: "A ditadura militar no Brasil, segundo a Folha de S. Paulo".

Em 17 de fevereiro de 2009, num editorial criticando o governo de Hugo Chávez na Venezuela, o jornal se referiu à ditadura militar brasileira como uma "ditabranda". As reações ao uso do neologismo foram quase imediatas. Entre os primeiros a condenarem a utilização do termo estavam os leitores do próprio jornal e os professores da Universidade de São Paulo Maria Victória Benevides e Fábio Konder Comparato. O jornal respondeu que "respeita a opinião de leitores que discordam da qualificação aplicada em editorial ao regime militar brasileiro". Apesar disso, tentou desqualificar as cartas enviadas por Benevides e Comparto, pois eles alegadamente "até hoje não expressaram repúdio a ditaduras de esquerda, como aquela ainda vigente em Cuba". De acordo com a Folha de S. Paulo, a indignação deles era "cínica e mentirosa".

Ficha policial falsa de Dilma Rousseff

Em 5 de abril de 2009, menos de dois meses após o escândalo da "ditabranda", a Folha de S. Paulo publicou, ao lado de uma reportagem que tratava do suposto plano da VAR-Palmares para sequestrar o então ministro da economia Antonio Delfim Netto, uma ficha policial falsa de Dilma Rousseff, atual ministra-chefe da Casa Civil e candidata do Partido dos Trabalhadores à presidência da República. O jornal mais tarde afirmou que a "autenticidade de ficha de Dilma não é provada". A ficha policial, recebida por e-mail, pode ser encontrada no site de ultra-direita Ternuma e não existe no Arquivo Público do Estado de São Paulo, onde estão guardados os documentos do antigo Departamento de Ordem Política e Socia

A ditadura nos dias atuais


Em 10 de junho de 2009, PM invade USP, Serra alega que a lei estava sendo cumprida Policiais usaram de violência, bateram nos estudantes, usaram gás lacrimogéneo, gás pimenta e balas de borracha.

José Serra (PSDB) manda polícia militar bater em polícia civil em SP e repercute no exterior

Greve da Policia Civil Termina em Confronto contra PMS

A greve da Policia Civil termina em confronto de soldados da policia militar contra policia civil ao lado do palácio dos bandeirantes,sede oficial do governo do estado de São Paulo onde deveria ocorrer uma reunião no palácio com o governador José Serra. Na passeata rumo ao palácio do governo, grevistas da policia civil são barrados por pelotão da PM e um tiro disparado,deu inicio ao maior conflito entre duas corporações da policia,jamais visto na cidade paulistana.José Serra provocou o confronto entre policiais civis e militares em São Paulo, na tarde de ontem, ganhou repercussão em pelo menos dois jornais internacionais. O tumulto, que resultou em 23 feridos, foi destaque no site britânico Times Online e no site do jornal espanhol El País. A manchete "Batalla campal en São Paulo" . Aqui ...Mais aqui


Polícia Militar prende manifestantes durante evento com Serra. PM usou gás de pimenta, cassetetes e escudos para evitar que os professores em greve da se aproximassem do governador José Serra


Leia também:
José Serra manda PM reprimir protesto: Policias agridem manifestantes e saca arma durante protesto contra aumento de passagens

José Serra (PSDB) chama o Exército para bater em grevistas

Polícia civil e militar se enfrentam em S.Paulo; governador José Serra se esconde

¾ da população


Custei a acreditar nestes olhos cansados que a terra há de comer ao ler no Twitter que simplesmente ¾ da população brasileira passaram a noite de ontem grudados aos seus televisores assistindo à final do Big Brother Brasil.

Não saberia descrever precisamente o que senti naquele momento. Poderia ser revolta, mas acho que foi tristeza.

Parcela tão significativa do povo jogando algumas horas de sua vida fora, unida em uma torcida inexplicável por uma cretinice completa, para que algum daqueles seres absolutamente inúteis como exemplos de qualquer coisa enriquecesse sem fazer força.

Um povo tão carente de cultura deveria estar recebendo informações e entretenimentos que estimulassem a evolução intelectual e elevassem o espírito, mas se vê tão assolado pela mediocridade midiática que até dentro daquele jogo patético acabou fracassando.

O único integrante daquele programa que conheci, tendo sido por força das cretinices homofóbicas que proferiu sobre formas de transmissão da Aids, venceu uma votação que congregou espantosos cento e cinqüenta milhões de brasileiros, segundo a Globo.

Aliás, pensando bem, faz sentido. Quem melhor representaria o espírito daquela atração deprimente? Faz bastante sentido. O que não faz sentido nenhum é quase uma nação inteira parar para ver aquilo. Isso é muito tri

Escrito por Eduardo Guimarães às 00h38

Matéria publicada por Leda Ribeiro (Colaboradora do Blog)

DIRETO DE CUIABÁ, MATO GROSSO!

quarta-feira, 31 de março de 2010

Dilma : estou pronta para a eleição; difícil era a ditadura



31 Março 2010

BRASÍLIA (Reuters) - A pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, deixou a chefia da Casa Civil afirmando estar pronta para enfrentar a campanha eleitoral, a primeira de sua carreira política.

"Eu acho que fui preparada na vida para coisas muito mais duras do que disputar uma eleição. A minha vida não foi uma coisa muito fácil", disse a jornalistas nesta quarta-feira. "Difícil mesmo era enfrentar a ditadura."

A agora ex-ministra disse que não acredita que o embate eleitoral tenha de ser uma disputa de baixo nível e que a candidatura governista irá mostrar as realizações do governo. Perguntada sobre participação em debates com adversários, disse que "ninguém vai se esconder de debate".

Falando em nome de todos os ministros que deixam suas pastas para concorrer às eleições, Dilma realizou um balanço do governo, quando disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mudou o país em sete anos e meio.

Ela procurou passar também uma visão otimista do futuro e prometeu voltar logo à administração federal.

"O próximo período vai ser o das oportunidades", disse. "Não somos aqueles que estão dizendo adeus. Somos aqueles que estão dizendo até breve."

Ao final da cerimônia, disse a jornalistas estar preparada para disputar a eleição presidencial, a primeira de sua carreira política.

Dilma estava no governo desde o início do primeiro mandato de Lula, em 2003, quando assumiu a pasta de Minas e Energia. Em 2005 substituiu José Dirceu na Casa Civil.

A pré-candidata do PT deixa o governo junto com outros nove integrantes da equipe de Lula que também disputarão as eleições.

(Reportagem de Fernando Exman e Natuza Nery)

ANOS DE CHUMBO - Chomsky e o golpe de 64

quarta-feira, 31 de março de 2010

Chomsky diz que o barbarismo do nosso tempo começou com o golpe de 1964 no Brasil

Ao receber o prêmio Erich Fromm 2010, no último dia 23 de março, em Stuttgart, na Alemanha, Noam Chomsky procedeu à leitura de seu discurso “The evil scourge of terrorism”: Reality, construction, remedy” (O perverso flagelo do terrorismo: Realidade, construção e remédio).

Em vigorosa explanação, ele detalha o mecanismo do terrorismo atual, a partir e após o governo Reagan, vasculhando também nos governos Eisenhower e Kennedy.

Os golpes, invasões, as mazelas da CIa e inteligência militar usadas contra Cuba, Nicarágua, El Salvador, Líbia, Irã, Afeganistão,Teologia da Libertação, Argentina, Chile, Brasil, são expostos como partes da estratégia e campanha dos governos norte americanos de deter a conscientização dos povos para a libertação do seu domínio. Campanha esta que teria terminado somente alguns dias depois da queda do muro de Berlim, em 1989, com o assassinato de jesuítas em El Salvador.

Aqui tradução livre de alguns trechos que nos tocam diretamente:

“À parte Cuba, a praga do estado de terror no hemisfério ocidental foi iniciada com o golpe basileiro em 1964, instalando a primeira de uma série de Estados neo-nazi de Segurança Nacional e inciando uma praga de repressão sem precedente no hemisfério, sempre fortemente apoiados por Washington, fonte de uma particularmente forma de estado-dirigente de terrorismo insternacional. A campanha foi em substancial medida, uma guerra contra a Igreja. Foi mais do que simbólico que culminou no assassinato de seis intelectuais dirigentes latino americanos, padres jesuítas, em Novembro de 1989, poucos dias depois da gueda do muro de Berlim. Eles foram mortos por uma elite do batalhão salvadorenho, recentemente retreinados na Escola de Forças Especiais John F.Kennedy, na Carolina do Nort. Como foi aprendida no último Novembro, mas aparentemente não despertou interesse, a ordem para o assassinato foi assinada pelo chefe do staff e seus associados, todos eles tão estritamente conectados com o Pentágono e a Embaixada dos Estados Unidos, que se tornou muito difícil imaginar que Washington estava alheio aos planos de seu batalhão modelo. A força de elite já tinha deixado um rastro de sangue das vítimas usuais através de hedionda década de 1980 em El Salvador, que se iniciou com o assassinato do Arcebispo Romero, “a voz dos sem voz”, pelas mesmas mãos.

O assassínio dos padres jesuítas foi um duro golpe para a teologia da libertação, o notável reviver do Cristianismo iniciado pelo Papa João XXIII, no Vaticano II, que ele iniciou em 1962, no evento que “introduziu uma nova era na história da Igreja Católica”, nas palavras do renomado teólogo e historiador do cristianismo Hans King. Inspirado pelo Vaticano II, os Bispos da América Latina adotaram “a opção preferencial pelos pobres”, reavivando o pacifismo radical dos Evangelhos que tinham sido eliminados quando o Imperador Constantino estabeleceu o cristianismo como a religião do Império Romano – “a revolução” que converteu “a igreja perseguida” para uma “igreja perseguida”, nas palavras do Rei. No pós-Vaticano II, atentos para reviver o Cristianismo do período pré-Constantino, padres, freiras e leigos levaram a mensagem dos Evangelhos para os pobres e os perseguidos, trouxeram-nos juntos em “bases comunitárias” e os encorajaram a levar seus destinos com suas próprias mãos e trabalharem juntos para acabar a miséria da sobrevivência em brutais domínios de poder dos Estados Unidos.

A reação para essa grave heresia, não estava longe de vir. A primeira desculpa foi o golpe militar no Brasil em 1964, derrubando um governo algo democrático social e instituindo um regime de tortura e violência. A campanha terminou com o assassínio dos jesuítas intelectuais 20 anos atrás. Tem havido muito debate sobre quem merece crédito pela queda do muro de Berlim, mas não há nenhum sobre a responsabilidade pela brutal demolição da tentativa para reviver a igreja dos Evangelhos. A Escola de Washington das Américas, famosa por seu treinamento de matadores latino americanos, orgulhosamente anunciou uma vez, entre os seus itens listados, que a teologia da libertação foi derrotada com a assistência da armada dos Estados Unidos — dado uma mão, sem dúvida ao Vaticano, usando os mais gentis meios de expulsão e supressão.

Como recordam, o último novembro foi dedicado à celebração do 20º aniversário da liberação do leste da Europa da tirania russa, uma vitória das forças do “amor, tolerância,não violência, o espírito humano e perdão”, como Vaclav Havel declarou.Menos atenção – de fato, virtualmente zero – foi devotada para o brutal assassinato de seus contrapartes salvadorenhos, poucos dias depois que o muro de Berlim caiu. E eu duvido que alguém poderia mesmo achar uma alusão para o que aquele brutal assassinato significou: o fim de uma década de terror vicioso na América Central e o triunfo final do “retorno ao barbarismo do nosso tempo”, que se iniciou com o golpe brasileiro de 1964, deixando muitos mártires religiosos em sua vigília e terminando a heresia iniciada no Vaticano II – não exatamente uma era de “amor, tolerância, não violencia, o espírito humanitários e perdão.”

O GUERREIRO OBAMA E O PEIXE FORA D'ÁGUA

quarta-feira, 31 de março de 2010

Do blog Provos.Brasil.

Frei Betto


O guerreiro Obama e o peixe fora d'água

Obama é uma decepção! Recebeu imerecidamente o Nobel da Paz - um presidente que guerreia o Iraque, o Afeganistão e o Paquistão - e, em discurso de agradecimento, pronunciou a palavra "guerra" 49 vezes!

Obama apoiou o governo golpista de Micheletti em Honduras e, agora, ocupa militarmente o Haiti, sob pretexto de socorrer as vítimas do terremoto, e militariza a América do Sul através da implantação de sete novas bases usamericanas na Colômbia, onde já operam seis.

Só mesmo um ingênuo acredita que os 800 soldados e os 600 civis made in USA que se instalam na Colômbia têm por objetivo combater o narcotráfico e o terrorismo. Desde 1952 os EUA se fazem presentes na Colômbia sob o mesmo pretexto; nem por isso houve redução do tráfico de drogas, consumidas em grande quantidade pela população usamericana.

O objetivo da IV Frota é desestabilizar o governo Chávez, manter sob vigilância o Equador governado por Rafael Correa, dificultar as vias aéreas e terrestres entre Venezuela, Equador, Bolívia e Paraguai, e controlar as fronteiras com o Brasil.

O governo usamericano empenha-se em reforçar sua hegemonia no planeta. Hoje, ele mantém 513 bases militares na Europa; 248 na Ásia; 36 no Oriente Médio; 21 na América Latina; 5 na África. Total: 823, que ocupam uma superfície de 2.863.544 km2.

Sabem quantas bases militares estrangeiras há nos EUA? Nenhuma.

As tropas estadunidenses gozam de imunidade judicial e tributária nos países que operam e dispõem da mais moderna tecnologia bélica, desde aeronaves não tripuladas, conhecidas por UAS (Unmanned Aircraft System) aos aviões F15 Strike Eagle com velocidade de 2.660 km/h, autonomia de voo de 5h15min e capacidade de voar a 18 mil metros de altura.

Porém, não é só com equipamento bélico que os EUA cuidam de dominar o mundo. Utilizam, sobretudo, recursos ideológicos, como as produções cinematográficas hollywoodianas tipo "Avatar", que visam a nos convencer de que a salvação vem de fora e vem de quem possui mais tecnologia e ciência...

Na última semana de janeiro estive no Equador participando de um evento que reuniu povos indígenas de quase toda a América Latina. Eles se sentem ameaçados, inclusive pelos novos governos democráticos-populares. À exceção de Evo Morales, difícil para os demais governantes reconhecerem que os povos indígenas têm direito à língua, cultura, sistemas econômico e escolar, métodos de produção e terra próprios.

Isso lembra uma antiga parábola oriental: ao observar que o macaco tirou o peixe da água e o colocou no cimo da árvore, a águia perguntou-lhe por que fizera aquilo. O macaco respondeu: "Para que possa respirar melhor e não morrer afogado."

É esse nosso colonialismo entranhado, essa nossa subserviência aos "valores" consumistas do mundo ocidental, essa reverência ao "american way of life", essa convicção de que a felicidade reside na posse de bens finitos e não de valores infinitos, que nos faz tirar o peixe do rio para que possa respirar melhor...

ECONOMIA - Como Meirelles foi parar no BC

quarta-feira, 31 de março de 2010
Do blog BALAIO DO KOTSCHO.

Com o dólar, a inflação e o risco Brasil subindo assustadoramente no período entre a eleição e a posse de Lula, no final de 2002, tornava-se cada vez mais urgente, para acalmar os mercados, que o novo presidente indicasse logo o ministro da Fazenda e o presidente do Banco Central. Foi preciso dar logo nomes aos bois para provar que a Carta aos Brasileiros, lançada em meio à campanha, era para valer.
O problema é que ninguém queria aceitar o cargo de presidente do Banco Central de um governo do PT. Após alguns convites recusados, Lula chegou ao nome de Henrique Meirelles, ex-presidente mundial do Banco de Boston e recém-eleito deputado federal pelo PSDB de Goiás, por indicação de Aloizio Mercadante, seu antigo assessor econômico, que acabara de se eleger senador pelo PT de São Paulo.

Já naquele momento não era fácil para Meirelles tomar uma decisão, como acontece agora com o suspense em torno da sua permanência ou não no Banco Central: para aceitar o convite de Lula, ele teria que renunciar ao seu mandato de deputado federal. Como sabemos, o poder de convencimento de Lula funcionou naquela ocasião.

Meirelles e Mercadante se conheceram em 1995, após a derrotada campanha presidencial de Lula no ano anterior, durante a implantação do Projeto Travessia, um programa social para menores de rua do centro da cidade, criado por iniciativa do Sindicato dos Bancários de São Paulo, no qual eu também trabalhei.

Então presidente do Banco de Boston no Brasil, Meirelles aceitou logo de cara o convite que lhe foi feito pelo presidente do sindicato na época, o hoje deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP), e vestiu com gosto a camisa do Projeto Travessia, que existe até hoje, e é considerado um modelo no atendimento a menores carentes.

Participamos juntos de várias reuniões para viabilizar o projeto e surgiu daí a admiração mútua entre Meirelles e Mercadante. Nem o homem do Boston estava nos planos iniciais do presidente eleito, muito menos Meirelles poderia esperar este convite, tendo sido eleito pelo PSDB, o partido derrotado pelo PT em 2002.

Da mesma forma como ninguém esperava que o médico sanitarista Antonio Palocci, então prefeito de Ribeirão Preto, fosse convidado por Lula para assumir o Ministério da Fazenda, a indicação de Meirelles só surpreendeu quem ainda não conhecia os critérios do novo presidente para montar seu governo.

Lula tinha deixado claro para sua equipe, antes mesmo antes da eleição, que pretendia chamar para o governo os que considerava melhores em cada área, independentemente do partido a que pertenciam ou do candidato que tenham apoiado.

Foi assim que ele convidou o agrônomo Roberto Rodrigues, que havia se engajado na campanha presidencial do tucano José Serra, para o Ministério da Agricultura, ao descobrir que ele se encontrava hospedado no mesmo hotel em Araxá, onde Lula participava de uma reunião convocada por Aécio Neves com os governadores eleitos pelo PSDB.

Pelo mesmo motivo, convidou também outro apoiador de Serra, o empresário Luiz Furlan, então presidente da Sadia, para o Ministério do Desenvolvimento, encarregando-o de exercer o papel de grande mascate dos produtos brasileiros no exterior com a missão de abrir novos mercados.

No governo, Antonio Palocci (depois substituído por Guido Mantega) e Henrique Meirelles seriam os principais responsáveis, primeiro, pela estabilidade e, depois, pelo crescimento econômico registrado pelo país nos dois mandatos de Lula.

Por isso, a insistência do presidente Lula para que Meirelles permaneça à frente do Banco Central até o final do governo. Meirelles ainda não anunciou oficialmente o que pretende fazer da vida, mas tem tempo até esta quinta-feira para dizer se fica ou se sai do BC. Se depender do presidente Lula, que é muito grato a ele, e reconhece a sua importância para o bom momento econômico vivido pelo país, tenho certeza que Meirelles fica.

Postado por BLOG DE UM SEM-MÍDIA às 16:18 0 comentários
Marcadores: ECONOMIA
Matéria publicada por Leda Ribeiro (Colaboradora do Blog)

MÍDIA - Roberto Marinho, Armando Nogueira, a Proconsult

quarta-feira, 31 de março de 2010
Do blog da TRIBUNA DA IMPRENSA.

(Trecho do livro “Brizola Tinha Razão”,
do jornalista FC Leite Filho)

“No dia 18 de novembro de 1982, inconformado com a demora na divulgação dos resultados da eleição, em que era tido por todos como candidato vitorioso ao governo do Rio de Janeiro, Leonel Brizola procurou a imprensa internacional para denunciar uma tentativa de fraudar a apuração e declarar eleito o candidato do PDS Moreira Franco.

Mais tarde, o candidato do PDT foi à sede da Rede Globo de Televisão, no Jardim Botânico, no Rio, e exigiu espaço para falar. Ele via na emissora o braço direito da conspiração, pelo modo faccioso com que se comportou, ao desconhecer os resultados favoráveis a Brizola, que eram corretamente projetados pelo Jornal do Brasil; e a Rádio Jornal do Brasil.
Como se verificou depois, segundo denúncias que também partiram de funcionários da própria Rede Globo, as Organizações Globo, juntamente com o SNI estavam envolvidas naquilo que mais tarde se tornou conhecido como a Operação Proconsult.
Esta operação, que levava o nome da empresa encarregada de proceder à apuração do Rio de Janeiro, a Proconsult-Racimec – de propriedade de antigos oficiais de informação do Exército – tinha como objetivo virar na marra os resultados em favor do candidato do Governo federal na época, Moreira Franco.
A estratégia consistia em sonegar os resultados da capital, a cidade do Rio, que reúne mais de dois terços do eleitorado do Estado, e onde Brizola obteve cerca de 70% dos votos, e só divulgar uma média das apurações do interior, onde Moreira era majoritário, com as da periferia e parte da capital, de modo que situasse sempre Moreira Franco à frente dos votos. Isto era para infundir no público a convicção de que Moreira Franco e não Leonel Brizola ganharia a eleição.
Da contenção dos resultados da capital, a Proconsult passaria para a inversão pura e simples dos mapas eleitorais, em favor de Moreira .Franco, na proporção que o público fosse trabalhado subrepticiamente pela Rede Globo a achar que o candidato do PDS, que já fazia declarações nas emissoras de rádio e televisão na qualidade de virtual governador, tinha sido mesmo o vitorioso.
As denúncias de Brizola, que logo chegaram à opinião pública nacional acabaram provocando grande impacto popular, com reações nas ruas do Rio contra os veículos das Organizações Globo, que não incluam somente a televisão, mas o jornal O Globo e a Rádio Globo.

Pressionada por aquilo que ameaçava se transformar numa rebelião popular de proporção nacional contra a Globo, a emissora não teve outra saída, senão conceder espaço a Brizola para fazer a denúncia e abortar a conspiração contra as urnas, em plena cidade do Rio de Janeiro. E isto foi feito no horário de depois das 22 horas daquele dia 18 de novembro de 1982.
Ali mesmo, Leonel Brizola assegurou a verdade eleitoral. Logo depois de sua entrevista, á tarde, aos correspondentes estrangeiros, a Globo passou a admitir que Brizola encaminhava-se para chegar à frente dos votos e não mais Moreira Franco, como a emissora vinha insinuando, desde o início da apuração, que tentou esconder, juntamente com o SNI.
Até à noite de 18 de novembro, os resultados chocavam-se violentamente com os da Rádio Jornal do Brasil;, que projetou a vitória de Brizola sobre Moreira Franco, com mais de 100 mil votos de vantagem, desde o término da votação, no dia 15 de novembro.
A fala de Brizola na Rede Globo teve um efeito tão fulminante que a emissora se viu obrigada a suspender, no outro dia, 19 de novembro de 1982, toda a programação eleitoral, que incluía inserções quase de hora em hora sobre a marcha da apuração, a partir de um grande aparato, em que havia até computadores dentro do estúdio, para manuseio dos apresentadores. Os resultados eleitorais passaram então a ser divulgados, agora com correção, dentro dos telejornais.”

Comentário, rigorosamente verdadeiro, de Helio Fernandes:
Na TV Globo, o comando era de Roberto Marinho, através de Armando Nogueira. No Jornal do Brasil e Rádio Jornal do Brasil, o trabalho jornalístico era feito por Pedro do Coutto e Paulo Henrique Amorim, que mais tarde passou para a própria Globo.

Como não gostava de perder, Roberto Marinho demitiu Armando Nogueira, que era Diretor de Jornalismo da televisão, ficou no ostracismo. Anos mais tarde, entrou na SporTV, cuidando apenas de fatos esportivos.

***

PS – Quem lançou Armando Nogueira no jornalismo foi este repórter. Dei a ele o primeiro emprego, na seção de esportes do Diário Carioca. Eu era chefe de Redação, acumulando com o comando da página de esportes.

PS2 – Eu e o Horacinho de Carvalho (dono do jornal), íamos fazer uma revista de esportes, eu já havia até registrado do título, XUTE, assim mesmo, sempre gostei de revistas com 4 letras no título: Life, Time, por aí.

PS3 – Tenho os dois livros do Armando Nogueira, com dedicatórias enormes, “Meu mestre, meu máximo mestre”, e vai por aí. O que aconteceu com ele, e com outros, (como Evandro Carlos de Andrade), é que entravam para a Organização Globo, me evitavam, com receio do doutor Roberto Marinho, que eu combati a vida inteira.

PS4 – Basta isso, poderia ir muito mais longe, não entro nesse Maracanã de lamento sem lamentação mas lamentável.

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Matéria publicada por Leda Ribeiro (Colaboradora do Blog)

Copa e Olimpíadas dão trabalho aos cariocas

Do Blog do Favre.

Rio já acumulou 9.583 novas vagas no primeiro bimestre deste ano; é o segundo melhor resultado da década

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A previsão divulgada este mês pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) é otimista: o mercado de trabalho brasileiro deve gerar este ano dois milhões de vagas, o dobro das 995 mil criadas em 2009. Na cidade do Rio, que se prepara para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, a expectativa de abertura de novos empregos formais é ainda mais animadora, impulsionada pela recuperação econômica ocorrida no início do ano.

Após fechar 2009 sob os efeitos da crise econômica mundial, com o pior saldo entre trabalhadores admitidos e desligados dos últimos seis anos (51.540 novos empregos, contra 84.147 em 2008), o município do Rio acumulou 9.583 novas vagas no primeiro bimestre deste ano. É o segundo melhor resultado da década.

Os dados, levantados pelo Rio Como Vamos (RCV) no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, mostram que, em 2009, 706.242 funcionários foram desligados na capital, e 757.782 contratados (12% deles para o primeiro emprego).

O saldo da cidade representa 58% dos novos empregos gerados no ano em todo o estado, que fechou em 88.875 vagas. Já em 2010, o saldo de janeiro foi de 3.799 novas vagas, seguindo a tendência nacional, com o melhor resultado para o mês nos últimos dez anos. No mês seguinte, foi de 5.784, o quarto melhor fevereiro da década.

“Perspectivas de longo prazo são muito boas” Giselle Vilela, de 27 anos, moradora do Engenho Novo, viveu na pele as incertezas econômicas do ano passado e a recuperação deste início de ano. Em maio de 2009, foi demitida do emprego de propagandista no qual estava há mais de um ano. Era contratada de uma empresa que prestava serviço a uma multinacional, cujo contrato não foi renovado.

Em setembro, ela conseguiu emprego em outra terceirizada, para atender um laboratório de medicamentos fitoterápicos, com salário menor que o anterior. Já em janeiro, pediu demissão para ser representante comercial de um laboratório homeopático, agora com rendimento maior.

— Para uma época de crise, fechar o ano com saldo de empregos positivo é um resultado razoável. Este ano começou bem, com clara recuperação, e as perspectivas de longo prazo são muito boas, com projetos e investimentos que temos em andamento não só na capital, mas em toda a Região Metropolitana — avalia o economista, pesquisador do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (IETS) e conselheiro do RCV, André Urani, que, no entanto, mostra uma preocupação. — A perspectiva é promissora, mas essa onda boa pode ser interrompida se a perda dos royalties do petróleo for confirmada e não houver nenhuma compensação fiscal para o estado.

Trabalhadores precisam de qualificação profissional O secretário municipal de Trabalho e Emprego, Augusto Ribeiro, mantém confiança e otimismo: — A cidade vive um momento excelente e a tendência de crescimento do mercado de trabalho formal é muito boa.

As obras do programa Minha Casa, Minha Vida e de preparação para a Copa e as Olimpíadas vão gerar muitos empregos, assim como os próprios Jogos. Há previsão de que 120 mil vagas relacionadas aos dois eventos sejam abertas por ano no Brasil até 2016. Acredito que 70% serão no Rio.

Economista-chefe do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas, Marcelo Néri, compartilha do otimismo.

Segundo ele, alavancado justamente por projetos como PAC, Copa e Olimpíadas, o mercado de trabalho no município está passando por um processo de transição da informalidade, que é uma característica carioca, para um modelo formal.

Mas para que esse processo continue, com a abertura de novas vagas de emprego com carteira assinada e com a formalização de quem hoje trabalha por conta própria, ele ressalta que é preciso que os governos invistam em educação, qualificação, apoio aos empreendedores e microcrédito.

— O Rio foi um dos primeiros municípios a aderir à lei federal do empreendedor individual (EI), no ano passado, e ao programa do microcrédito, que começou pelo Nordeste.

Isso é muito positivo para incentivar o trabalhador informal a se tornar EI, com CNPJ e os benefícios dessa condição.

Mas é fundamental a conjunção dos três níveis de governo para oferecer perspectivas a quem ingressa nessa modalidade de formalização. Também é preciso investir em educação e qualificação. A educação é o passaporte para o mercado de trabalho — diz Néri.

O secretário municipal de Trabalho concorda. Ribeiro diz que o principal problema detectado entre candidatos às vagas de emprego oferecidas em programas oficiais é a falta de instrução. O segundo, é a falta de qualificação profissional.

Ele conta que muitos dos que dizem ter o ensino fundamental apresentam dificuldade para ler e escrever. Para ajudar na qualificação de quem busca emprego, a secretaria oferece cursos. Este ano serão 10 mil vagas.

Comércio e serviço são as áreas com mais vagas

Indústria é outro setor importante, com 8,59% dos trabalhos com carteira assinada.

Mais de 60% das vagas dos empregos formais no município do Rio estão nas áreas de comércio e serviço. Os dois setores são predominantes na grande maioria das regiões administrativas (RAs), como mostra levantamento do Rio Como Vamos. As únicas exceções são Centro e Rio Comprido, onde o maior percentual está em administração pública e autarquias.

RAs como Copacabana, Santa Teresa, Lagoa, Vila Isabel e Complexo da Maré têm mais de 90% dos empregos formais em comércio e serviço.

Outro setor importante para a cidade é o da indústria, que, no entanto, é responsável por apenas 8,59% dos trabalhos com carteira assinada.

A RA com maior participação é Santa Cruz, com 36,17% dos empregos concentrados na indústria, contra os 52,48% de comércio e serviço.

A seguir vem Vigário Geral (29,91%), Inhaúma (28,63%) e Região Portuária (28,29%).

Com a inauguração da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), justamente em Santa Cruz, prevista ainda para este semestre, o perfil do mercado de trabalho da RA poderá ser alterado. Quando estiver operando com força total, a empresa vai gerar 3.500 empregos diretos.

A CSA que, segundo o secretário Augusto Ribeiro, deve atrair outras empresas para a região, poderá mudar não só o perfil do mercado de trabalho da RA, mas de toda Zona Oeste que, acredita, se transformará em alguns anos num pólo industrial. Atualmente, a Área de Planejamento 5 (Zona Oeste) concentra cerca de 30% da população carioca, mas é responsável por apenas 6% dos empregos formais da cidade, contra 43% do Centro, 17% da Zona Sul e 10% de Barra e Jacarepaguá.

Cariocas querem mais geração de emprego Para o conselheiro do Rio Como Vamos André Urani, a Zona Norte, com 38% da população e 20% dos empregos, precisa, além da revitalização urbanística já planejada pela prefeitura, de projetos de recuperação econômica, para ampliar a oferta local de trabalho.

A presidente do RCV, Rosiska Darcy de Oliveira, destaca a importância da mobilização da população: — Na pesquisa de percepção que o Rio Como Vamos fez ano passado, perguntamos aos entrevistados quais as três questões que necessitavam de mais atenção do governo municipal. Geração de emprego foi apontada em primeiro lugar por 41%, o que mostra a expectativa da população e a responsabilidade do gestor público. Precisamos agora torcer e lutar para manter os recursos dos royalties no estado, para que as boas perspectivas para os próximos anos não sejam ameaçadas.

Nessa luta, a mobilização da população, que já se mostrou forte na passeata do dia 17, precisa ser mantida.

Postado por Luis Favre
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DILMA ROUSSEFF SERÁ A PRÓXIMA PRESIDENTA DO BRASIL

Do Blog DESABAFO BRASIL.


É HOJE: Todos ao "bota-fora" de Serra

Também do BLOG DILMA PRESIDENTE.


Todos ao "bota-fora" de Serra
Vamos dar todo apoio e fortalecer ao máximo...
Vamos dar todo apoio e fortalecer ao máximo - com a participação de quem puder comparecer - a passeata que 40 sindicatos e associações do funcionalismo público estadual realizam na capital, no "bota fora" do governador José Serra. Ele deixa o governo amanhã para ser o candidato da oposição à presidência da República pela coligação PSDB-DEM-PPS.

A concentração para o público é no vão livre do MASP, na avenida Paulista, à tarde, de onde sai a passeata até a Praça do Patriarca, no centro antigo de São Paulo. É preciso dar uma "despedida" à altura do que merece um governador que não deixa saudades.

Serra jamais negociou, atendeu reivindicações, dialogou ou teve algum tipo de atenção com pleitos apresentados pelas categorias profissionais do Estado. Ao contrário, nunca soube lidar com os movimentos sociais e sempre os tratou com repressão policial, cassetetes, bombas e tudo o mais que constitui o aparato repressivo do Estado, como o faz agora, com a greve dos 210 mil professores.

A gente sabe que para o governo Serra e para os demais governos tucanos, a questão social é caso de polícia como era há 80 anos, na década de 30 do século passado, quando o Brasil começou a institucionalizar direitos sociais e trabalhistas.

Blog do Zé Dirceu

A COLIGAÇÃO GLOBO/SERRA/DEMO

Do BLOG DILMA PRESIDENTE.

Laerte Braga

O governador de São Paulo José Collor Arruda Serra inaugurou na terça-feira parte das obras do RODOANEL em seu estado. Cobertura jornalística ampla, geral e irrestrita.

José Collor Arruda Serra é um dos políticos mais corruptos do Brasil e pior que FHC em muitos sentidos. A prisão de executivos da ALSTOM em Londres vai revelar no curso das investigações que foi um dos comprados para a concessão de obras públicas em seu estado, inclusive o RODOANEL. Os empresários foram presos exatamente por comprar políticos sul-americanos como Serra.

O JORNAL DA BAND ao mostrar a inauguração de parte das obras (neste momento ele está inaugurando promessas inclusive) mostrou também um imenso protesto de professores da rede pública do estado, largados à deriva, como toda a educação em qualquer governo tucano (educação dá dinheiro, não permite caixa dois, propina).

O JORNAL NACIONAL, parte da programação do PARTIDO GLOBO que integra a coligação DEMO/PSDB (o partido de Serra), mostrou a solenidade de inauguração e cortou as imagens da manifestação.

O PARTIDO GLOBO é mestre nisso. Mau caratismo e desonestidade na informação. Distorce, mente, inventa, tem um time de canalhas padrão William Bonner que além de não ter o menor escrúpulo, são de quem paga mais, ou de quem paga, ainda se dá ao luxo de chamar o telespectador de idiota, tratá-lo como tal e considerá-lo de fato assim.

O PARTIDO GLOBO sempre foi assim. Para início de conversa é uma organização estrangeira com aparência de nacional. Começou com capital estrangeiro, pouco antes do golpe militar de 1964 (o próprio Carlos Lacerda, líder de extrema-direita à época denunciou o fato). Dispôs de todos os recursos necessários para implantar-se, crescer e com o golpe militar de 1964 transformou-se em veículo oficial da ditadura.

Roberto Marinho, o canalha chefe, escondia notícias de tortura, notícias de escândalos do governo militar (corrupção generalizada), como escondeu as manifestações populares que pediam diretas já. Só as liberou quando o próprio ditador Figueiredo autorizou e quando perceberam que mais de um milhão de brasileiros estava comparecendo a cada um dos comícios pelas diretas.

Inventou a figura do caçador de marajás dentro do projeto político da nova ordem econômica, o neoliberalismo, foi parte beneficiada com recursos públicos no governo de Collor, só tratou do impedimento quando jeito não tinha mais, quando o Brasil inteiro clamava por isso.

Apoiou os oito anos de corrupção e barbaridades do governo FHC, sustentou-se com dinheiro público, inclusive em sua monumental divida externa (da empresa), paga em parte por FHC em troca do apoio a Serra em 2000 (havia um pedido de falência numa corte de New York contra a GLOBO).

Às vésperas das eleições de 2006, como as pesquisas indicassem a vitória de Lula no primeiro turno, a sua reeleição, deixou de noticiar um acidente aéreo, principal fato jornalístico do dia, mais de 150 mortos, a queda do avião da GOL, para divulgar um dossiê falso, mentiroso como se viu mais à frente, na tentativa de forçar o segundo turno e tentar eleger o corrupto Geraldo Alckmin (aquele que a mulher ganhou 300 vestidos para leiloar em benefício de uma instituição de caridade e preferiu ficar com eles).

Um mês antes das eleições criou uma “caravana da cidadania” conduzida pelo cafetão travestido de jornalista, Pedro Bial, para percorrer o País fazendo a campanha de Alckmin e em seguida às eleições, Bial teve que engolir em seco o dedo no nariz do governador do Paraná Roberto Requião que chamou a ele e a Miriam Leitão de “mentirosos”. São mentirosos muito bem remunerados.

Tem entre seus principais jornalistas um antigo agente da ditadura, Alexandre Garcia, acabou expulso do Palácio do Planalto por assédio sexual. Era funcionário do Banco do Brasil e foi para o Gabinete Militar eufemismo para SNI (SERVIÇO NACIONAL DE INFORMAÇÕES), sinônimo de dedo duro.

É um partido político, está coligado com duas das principais quadrilhas partidárias do Brasil, o PSDB e o DEMO (venderam setores estratégicos da economia nacional, patrimônio público na chamada privatização) e quer vender agora a candidatura de um político que além de corrupto, sem nenhum caráter é, lato sensu, um boçal.

GLOBO/PSDB/DEMO, a coligação que pretende passar a escritura do Brasil vendendo o patrimônio que resta e mudar a grafia do País para BRAZIL.

Trazem partidos menores consigo. A FOLHA DE SÃO PAULO, VEJA, RBS no sul do País, ESTADO DE SÃO PAULO, PPS do Roberto Freire, o ex-honesto. É, no mínimo, curioso que a BAND tenha mostrado a manifestação de professores, se levarmos em conta que Serra é um dos “herdeiros” da própria Rede BAND. Os pagamentos devem estar atrasados.

A campanha eleitoral deste ano vai ser das mais sórdidas da história.

Essas máfias, meios de comunicação da chamada grande mídia, partidos agregados vão tentar de tudo para levar ao poder uma das figuras mais repulsivas da política brasileira, José Collor Arruda Serra.

Seria necessário criar um superlativo para canalha, o único jeito de defini-lo lato sensu.

A opção do eleitor brasileiro vai ser simples. Ou aceita o rótulo de idiota que William Bonner criou para o telespectador do JORNAL NACIONAL, ou rejeita e repudia todas essas quadrilhas preservando o Brasil como nação soberana. Preserva a integridade do nosso território, nossa história, nossa liberdade, sobretudo a perspectiva de termos futuro.

Serra é sórdido. Mas GLOBO em tudo e por tudo é bem mais.

É uma coligação GLOBO/PSDB/DEMO. E é contra o Brasil e os brasileiros.
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Charge Online do Bessinha

terça-feira, 30 de março de 2010

A cartilha da direita

terça-feira, 30 de março de 2010

O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, saiu ileso da audiência da Comissão de Fiscalização e Controle do Senado, hoje, que investiga "o escândalo Bancoop". Quem esperava algo novo e inédito, viu uma cena insólita: os oposicionistas limitaram-se a ler as "revelações" de VEJA sobre o assunto. Vaccari, naturalmente, rebateu-as com a maior naturalidade.

Numa sessão morna, os senadores pouco o pressionaram sobre as denúncias de irregularidades na Bancoop, pois os textos da "revistinha" tem tanta credibilidade quanto uma nota de três reais.

Celso Furtado e Desenvolvimento

terça-feira, 30 de março de 2010

Por Emiliano José

Um dos nossos maiores pensadores, Celso Furtado, antecipou muito do que se discute na atualidade quanto ao desenvolvimento da humanidade, particularmente em relação ao que se compreende hoje como desenvolvimento sustentável. Nunca se inebriou com os modelos dos países do capitalismo central. Fez a crítica consistente aos padrões de consumo predominantes naquelas nações. Um pensamento que pode até colidir com parte de nossa esquerda, cuja visão de progresso às vezes não leva isso em conta.
Não sei se Furtado chegou a ler ou se envolver com o pensamento de Walter Benjamin, mas suas formulações lembram o que o heterodoxo pensador da Escola de Frankfurt dizia sobre o chamado progresso. Nele, Benjamin, o progresso, tal e qual ocorria até os anos 30 do século passado, se dava contra a humanidade. Sua formulação era uma espécie de alerta contra o fetiche dos que consideravam como necessariamente bom o desenvolvimento incessante das forças produtivas.
Furtado está também alerta para esse fetiche. Talvez o que o diferencie de Benjamin seja o seu lado propositivo, sua visão de intelectual sempre comprometido em buscar saídas, sintonizado com um projeto político e emancipador do Brasil. Furtado é um pensador crítico, o que o retira do campo dos otimistas cândidos, mas não o coloca no território do catastrofismo crônico. Como pensador, buscava na política, nas opções políticas as alternativas para a humanidade.
Furtado era um homem do pensamento, e do pensamento que levava à ação, à luta política. Lembro-me de um texto de Heidegger, texto curto, denominado Serenidade, de outubro de 1955, quando ele fala da existência de dois tipos de pensamento, legítimos e necessários: o pensamento que calcula e a reflexão que medita. O primeiro nunca pára, nunca chega a meditar. O segundo, o pensamento que reflete, que medita, na visão de Heidegger, requer um treino demorado, um esforço grande porque procura o sentido que reina em tudo que existe.
Creio que Celso Furtado unia os dois. Cultivava o pensamento que calcula, o que olha o entorno mais próximo, mas nunca deixava de refletir sobre o conjunto, sobre a história em curso, sobre o passado e também sobre o futuro. E olhava a humanidade e o Brasil incluído nela.
Mesmo quando pensava o Nordeste, não deixava de vincular o desenvolvimento da região ao conjunto do País e a criticar a tentativa de repetir o modelo predominante no Centro-Sul, "caracterizado por elevados padrões de consumo das classes de rendas médias e altas", citado por Assuério Ferreira, no livro O pensamento de Celso Furtado e o Nordeste hoje.
Sendo a renda por habitante muito mais baixa na região, dirá Furtado, "a reprodução desses padrões de consumo requer maior concentração de renda, o que implica condenar a grande maioria da população à condição de pobreza e miséria". O governo Lula, com suas políticas públicas, tem procurado adotar outro modelo, mas creio que muito do que dizia Furtado, do ponto de vista dos padrões de consumo, ainda permanece atual.
Furtado considerava que tais padrões de consumo, copiados dos países mais desenvolvidos e mesmo do Centro-Sul, não se constituíam em elementos que pudessem contribuir para nos livrar do subdesenvolvimento mas, ao contrário, para agravá-lo. Ele não se encantava com a pura e simples modernização das forças produtivas, com as formas inovadoras da técnica, com o padrão de acumulação. Pensava sempre na distribuição da renda, na repartição da propriedade, que eram elementos, do seu ponto de vista, que deviam balizar o País para escapar do destino do subdesenvolvimento, de ter uma pequena parcela da população incluída e a grande maioria excluída.
Furtado seguramente deve ser incluído entre os grandes nomes do pensamento progressista e de esquerda do Brasil. Penso que muito daquilo que vem sendo feito pelo governo Lula, especialmente o que vem sendo feito no Nordeste, e que vem provocando a emancipação política da região, deve-se à contribuição iluminada de Celso Furtado. Ainda há muito para ser feito. E para continuar, trata-se de voltar, sempre, à fonte inesgotável do grande pensador. Publicado no jornal A Tarde (29/03/2010)
www.emilianojose.com.br
Matéria publicada por Leda Ribeiro (Colaboradora do Blog)