terça-feira, 31 de julho de 2012

Não deu no Jornal Nacional: documentos do MP/MG afogam os tucanos


“Como sempre o Conversa Afiada publica os documentos sem tirar nem por.
Paulo Henrique Amorim, Conversa Afiada
O colega Amaury Ribeiro Jr foi quem afinou o clã do Cerra na Privataria.

Até quando ele será inimputável ?

Agora, Amaury e Rogério Correia, deputado estadual do PT de MG, acabam com serviço de afogamento dos tucanos na abertura dos trabalhos que absolverão Dirceu no STF.

Em telefonema de Wembley para Nemo Horizonte, Amaury chamou a atenção para:

. Cerra (2 turnos), Aécio e Alckmin conquistam a medalha de ouro: são dos que mais receberam;

. Os empresários confessam que moldaram a mão dos tucanos;

. Dimas Toledo e cria dos Neves, desde Aécio Cunha, pai de Aécio.

Como sempre o Conversa Afiada publica os documentos sem tirar nem por.

Leia, também, e-mail que o deputado Rogério Correia enviou:

PH,

conforme você já viu, a denúncia da procuradora é contundente. Mais uma vez, a revista Veja forjou junto com o Governo do Estado de Minas do PSDB, através do Dr. Nabak, delegado do DEOSP, uma matéria tentando me incriminar como falsário visando a cassação do meu Mandato. A verdade veio à tona. Conto com vocês para esclarecer os fatos e aproveito para dizer que outras provas virão.

Abraços,
Rogério Correia”
Matéria (Documentos) Completa, ::AQUI::

Os falsos paladinos da liberdade de expressão


Os “blogs sujos” estão de fato se transformando em importante contraponto ao discurso homogêneo da grande mídia dominante. E isso parece ser intolerável para alguns setores – falsos paladinos – que ostentam publicamente a bandeira da liberdade de expressão e da democracia entre nós.
Chegou ao conhecimento público, no último mês de fevereiro, que o jornalista Celso de Castro Barbosa fora demitido pelo editor da Revista de História da Biblioteca Nacional (RHBN) após divergências relacionadas à publicação, no site da revista, de uma resenha sua sobre o livro A Privataria Tucana. Pouco tempo depois, o próprio editor da RHBN, historiador Luciano Figueiredo, foi demitido. Em junho, o Conselho Editorial da RHBN, formado por conceituados intelectuais, anunciou sua renúncia coletiva.
Todo o episódio permanece nebuloso.
Logo após sua demissão, o jornalista Celso de Castro Barbosa disse à Carta Capital: “Fui censurado e injuriado”. A matéria, sob o título “Resenha de ‘A privataria tucana’ causa demissão de jornalista na revista da Biblioteca Nacional”, comenta:
Barbosa destaca que a remoção do texto ocorreu apenas “após o chilique do PSDB” em 1º de fevereiro, nove dias depois da publicação em destaque na primeira página do site da revista. O motivo seria uma nota divulgada em um jornal carioca, segundo a qual a cúpula do partido estava “possessa” com a revista, tida pela legenda como do governo. A evidente pressão externa fez com que o jornalista recebesse um chamado do editor-chefe da publicação, Luciano Figueiredo, naquele mesmo dia. “Ele [Figueiredo] disse concordar com quase tudo que havia escrito, mas o Gustavo Franco [ex-presidente do Banco Central no governo FHC] leu, não gostou e resolveu mobilizar a cúpula tucana”. Para conter o movimento, relata, o editor-chefe se comprometeu a escrever uma nota assumindo a culpa pela publicação do texto. “Eu disse: ‘Culpa de que? Ninguém tem culpa de nada. É uma resenha de um livro.” (...) Inconformado com a resenha, [o presidente do PSDB, Sérgio] Guerra chegou a enviar cartas de protesto à ministra da Cultura, Ana de Hollanda, e a Figueiredo. Outros tucanos alegaram que a publicação era pública, trazia os nomes da presidenta Dilma Rousseff e de Hollanda no expediente e recebia verba da Petrobras. Logo, deveria se manter isentada de questões políticas. (...) [ver aqui a íntegra da matéria].
A representação na PGE
Relembro este episódio motivado pela representação que o PSDB protocolou no último dia 23 de julho na Procuradoria Geral Eleitoral com o objetivo de “denunciar a utilização de organizações, blogs e sites financiados com dinheiro público, oriundo de órgãos da administração direta e de estatais, como verdadeiras centrais de coação e difamação de instituições democráticas. Da mesma forma, pretende-se denunciar a utilização de tais blogs e sites como instrumento ilegal de propaganda eleitoral”.
Baseada em matérias jornalísticas publicadas na revista Veja, e nos jornais O Globo e na Folha de S.Paulo, a representação denuncia (1) a utilização de blogs e sites “para desmoralizar o Supremo Tribunal Federal por ocasião do julgamento do ‘mensalão’”; (2) a conclamação de organizações para defender réus da Ação Penal 470; e (3) a utilização de blogs para “fazer propaganda eleitoral para candidatos apoiados pelo Partido dos Trabalhadores”.
Conclui a representação que “as notícias (...) transcritas revelam claramente a prática de atos ímprobos e de ilícito eleitoral consubstanciados, não só em atentado aos princípios da administração pública, mas principalmente no recebimento indireto de doação por meio de apoio e publicidade custeada com o desvio de recursos públicos, sendo necessária a apuração dos fatos e a punição dos responsáveis na forma da lei” – e requer, especificamente:
a) apurar as fontes públicas de financiamento/receita das empresas e pessoas físicas (...) em especial da empresa PHA Comunicação e Serviços S/C Ltda., inscrita no CNPJ sob o nº 01.681.373/0001-38 e da empresa Dinheiro Vivo Agência de Informações S/A, inscrita no CNPJ sob o nº 58.732.710/0001-96;
b) apurar o desvio, ainda que indireto, de recursos públicos para a propaganda eleitoral de candidatos apoiados pelo Partido dos Trabalhadores – PT;
c) instaurar investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade [ver íntegra aqui].
Alguma novidade?
O comportamento antidemocrático de certos setores que se apresentam publicamente como defensores da democracia não constitui exatamente uma surpresa para quem acompanha a vida política do nosso país. Historicamente, o “liberalismo” brasileiro tem convivido, sem qualquer constrangimento, com posições não democráticas.
Não surpreende, portanto, que a defesa da liberdade de expressão – indevidamente associada à liberdade da imprensa – se caracterize por ser marcadamente seletiva. Quando se trata de opiniões divergentes, a resenha deve ser retirada do site (como aconteceu na RHBN) e/ou elas passam a ser consideradas como “coação e difamação de instituições democráticas”.
Tampouco surpreende que exista um posicionamento seletivo em relação ao financiamento público de veículos de comunicação. Como se sabe, entre nós o grande financiador da mídia tem sido o Estado, diretamente através da publicidade e/ou indiretamente através de financiamentos, empréstimos, subsídios, isenções fiscais etc., etc. [ver, no Observatório da Imprensa, “Quem financia a mídia pública?” e “Quem financia a mídia privada?”]
Não consta que tenha incomodado a esses setores – que agora protocolam representação junto à Procuradoria Geral Eleitoral – o apoio editorial e “jornalístico” explícito a candidatos de oposição que tem caracterizado o comportamento de boa parte da grande mídia em períodos eleitorais recentes [cf., por exemplo, Venício A. de Lima, A Mídia nas Eleições de 2006; Editora Perseu Abramo, 2007]
O contraponto dos “blogs sujos”
O professor Bernardo Kucinski argumenta que o surgimento da Última Hora, no segundo governo Vargas (1951-1954), “constitui o único momento na história da imprensa brasileira em que tanto a burguesia como o campo popular constituem um espaço público por intermédio de grandes veículos de comunicação e debatem nesse espaço com armas equivalentes”.
E continua:
“(...) em todos os outros momentos da vida brasileira o que temos é um espaço público uniclassista, elitista e estreito, a ponto de se desenvolver um espaço público alternativo, menor, contra-hegemônico, constituído por pasquins, no século passado [19], pelos jornais anarquistas, no começo deste século [20] ou pela imprensa alternativa, nos anos 70, quando então o espaço público alternativo torna-se o único espaço público, tal era a identidade e coincidência de interesses entre o estado e a burguesia” [cf. A Síndrome da Antena Parabólica, Editora Perseu Abramo, 1998].
Os “blogs sujos” estão de fato se transformando em importante contraponto ao discurso homogêneo da grande mídia dominante.
Essa talvez seja a grande novidade.
E isso, sim, parece ser intolerável para alguns setores – falsos paladinos – que ostentam publicamente a bandeira da liberdade de expressão e da democracia entre nós.
Venício A. de Lima, jornalista, professor aposentado da UnB e autor de, entre outros livros, Política de Comunicações: um balanço dos Governos Lula (2003-2010). Editora Publisher Brasil, 2012.
(*) Publicado originalmente no Observatório da Imprensa.

Assista também: Blogosfera atacada pelos tucanos pede fim da censura


Charge Online do Bessinha: Blogueiros nazistas...

Não vai dar no Jornal Nacional: Ministério Público denuncia 'mensalão' de Furnas


Amaury Ribeiro Jr. / Hoje em Dia
"A procuradora da República no Rio Andrea Bayão Ferreira denunciou o ex-diretor de Planejamento de Furnas, Dimas Toledo, e um grupo de empresários e políticos acusados de participarem da chamada Listas de Furnas – a caixinha de campanha clandestina que funcionou na empresa estatal durante o governo de FHC. A denúncia reúne um arsenal de documentos da Polícia Federal e da Receita Federal que, além de atestar a veracidade, comprova a existência de um “mensalão” organizado por Dimas na estatal.

De acordo com a procuradora, o mensalão de Furnas provocou o enriquecimento de funcionários públicos, empresários e lobistas, acusados de alimentarem os financiamentos ilegais de campanha políticas dos tucanos e de seus aliados com o dinheiro público. Segundo a denúncia, o esquema era custeado pelos contratos superfaturados assinados pela estatal com duas empresas : a Toshiba do Brasil e a JP Engenharia Ltda. As duas foram contratadas sem licitação pública para realizar obras no Rio . “ O diretor Dimas Toledo reproduziu, em Furnas, o esquema nacional que ficou conhecido como ‘ mensalão’ – um esquema de arrecadação de propina – na ordem de milhões, custeado mediante o superfaturamento de obras e serviços”, diz a procuradora na denúncia.

A lista

A lista de Furnas, assinada pelo próprio Dimas Toledo, traz o nome de políticos que receberam doações clandestinas de campanha da empresa estatal em 2002. Entre os beneficiados estão os ex-governadores de São Paulo e de Minas Gerais, e outros 150 políticos.

Réus confessos

Os próprios executivos da Toshiba do Brasil – uma das empresas que financiavam o esquema – confirmaram a existência de um caixa dois que sustentava mesada de servidores e políticos. O superintendente Administrativo da empresa japonesa, José Csapo Talavera, afirmou, por exemplo, que os contratos de consultoria fictícios das empresas de fachada, até 2004 , eram esquentados por um esquema de “notas frias”.

Escuta quente

As escutas da Polícia Federal desmentem que o lobista Nilton Monteiro teria tentando falsificar a lista. Pelo contrário. “Durante a intercepção das linhas telefônicas usadas por Nilton Monteiro, nada foi captado que indicasse a falsidade da lista, ao revés, em suas conversa telefônicas, inclusive com sua esposa, sustenta que a lista é autêntica”, diz a procuradora.”
Matéria Completa, ::AQUI::

TV GLOBO RECUA E CESSA BOICOTE À FERNANDO HADDAD E DEMAIS CANDIDATOS EM SÃO PAULO

Ameaçada de sofrer uma ação na Justiça, que já estaria em fase de elaboração pelo Partido dos Trabalhadores, contestando a postura da emissora de só dar espaço em seu noticiário diário e em todos os jornais que apresenta, aos dois candidatos melhor situados em pesquisas de intenção de voto, a TV Globo recuou e vai dar espaço igual ao candidatos, como aliás prevê a Legislação Eleitoral.

O PMDB também pressionou, e a emissora na tarde de hoje comunicou ao PT - PMDB - PSDB - PR - PDT e PPS, que os seis candidatos melhor posicionados nas pesquisas terão espaço e cobertura igual em seus Tele-Jornais.
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Caso Andressa fará CPI convocar chefe da Veja


Do Brasil247 - 31 de Julho de 2012 às 08:47
Caso Andressa fará CPI convocar chefe da Veja Foto: Edição/247

“Está colocada a relação do jornalista com a organização criminosa”, disse o deputado Paulo Teixeira (esq.), vice-presidente da comissão; pedido para ouvir Policarpo Júnior (centro) vinha sendo defendido por Fernando Collor (dir.) e brecado pelo relator Odair Cunha (esq.); comissão também sofria pressão dos grupos de mídia Abril, Globo e Folha


247 – A tentativa de chantagem feita por Andressa Mendonça, esposa de Carlos Cachoeira, contra o juiz Alderico Rocha Santos, deverá provocar a convocação do jornalista Policarpo Júnior, diretor de Veja em Brasília, pela CPMI do caso Cachoeira. Segundo o magistrado, Andressa disse a ele que Cachoeira encomendou um dossiê sobre sua vida ao jornalista Policarpo Júnior. “Se você soltar o Carlos, não soltamos o dossiê”, teria dito. De acordo com o deputado Paulo Teixeira, vice-presidente da Comissão, o fato prova a relação entre o jornalista e o grupo de Cachoeira. “Com os acontecimentos, está colocada a relação do jornalista com a organização criminosa”, afirmou. “Já iremos discutir a convocação na primeira reunião da CPMI”.
Na edição desta segunda-feira, o Jornal Nacional noticiou a chantagem feita por Andressa, bem como seu objeto (o dossiê que seria publicado em Veja), mas omitiu o nome da revista e do jornalista.
No entanto, a relação entre Policarpo e Cachoeira é antiga. Num grampo, o bicheiro se vangloria de ter produzido todos os furos de reportagem publicados pelo jornalista. Isso inclui, por exemplo, o vídeo em que Maurício Marinho aparece recebendo uma propina de R$ 3 mil nos Correios – o que detonou o processo do mensalão. Em outra conversa, Cachoeira e Policarpo falam diretamente sobre como uma reportagem de Veja poderia levar à queda do então ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento.
Na CPMI, a única voz que vinha insistindo pela convocação de Policarpo Júnior era o senador Fernando Collor (PTB/AL). No entanto, a blindagem ao jornalista foi comandada pelo relator Odair Cunha, que não colocou em votação os requerimentos pela convocação do jornalista. Além disso, dirigentes dos principais partidos políticos sofreram intensa pressão dos grupos Abril, Folha e Globo para que a CPI do caso Cachoeira não se transformasse em CPI da mídia.
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Chanceleres preparam Mercosul para nova fase

Reunião dos chanceleres do bloco criou grupo de trabalho para acelerar entrada da Venezuela, saudou seu novo Alto Representante-Geral, o brasileiro Ivan Ramalho, e serviu para o Brasil apresentar seu plano de trabalho durante a Presidência pro tempore que exercerá até dezembro deste ano. Chanceleres concordaram em continuar a agir de forma a não prejudicar o povo paraguaio enquanto dure a suspensão do país.

Brasília - A Cúpula Extraordinária do Mercosul, que reúne os presidentes dos países do bloco em Brasília hoje para (31) selar a entrada da Venezuela, teve início nesta segunda-feira (30) com uma reunião entre os ministros das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota; da Argentina, Héctor Timerman; do Uruguai, Luis Almagro; e da Venezuela, Nicolás Maduro.
Os chanceleres decidiram criar um Grupo de Trabalho ad hoc que deverá tratar da incorporação das normas do bloco pela Venezuela, da adoção da Tarifa Externa Comum (TEC), do cronograma de desgravação tarifária intrabloco e do relacionamento externo do Mercosul.

Na reunião, os ministros das relações exteriores também ratificaram a decisão dos presidentes que regulamentou o funcionamento dos órgãos do Mercosul durante a suspensão do Paraguai e concordaram em continuar a agir de forma a não prejudicar o povo paraguaio enquanto dure a suspensão.

O chanceler brasileiro, Patriota, elogiou o trabalho do embaixador Samuel Pinheiro Guimarães como Alto Representante-Geral do Mercosul entre fevereiro de 2011 a julho de 2012 e deu as boas vindas ao novo ocupante do cargo, o economista brasileiro Ivan Ramalho, ex-secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que deverá completar o mandato de seu antecessor. Ramalho terá um mandato de um ano e meio e poderá ser reeleito uma vez para mais três anos de gestão.

Patriota ainda apresentou as ideias de trabalho para a Presidência pro tempore do Brasil no Mercosul, que durará de julho a dezembro de 2012. Além da aceleração da entrada da Venezuela no bloco, o chanceler também manifestou o interesse em criar um Escritório Regional de Aduanas, sediado no Brasil, para dar novo tratamento à questão da valoração aduaneira, e em organizar em dezembro próximo um Fórum Empresarial do Mercosul.

Na área de Ciência, Inovação Tecnológica e Capacitação, Patriota propôs seis prioridades: um Programa de mobilidade acadêmica, nos moldes do “Erasmus”, da União Europeia, para conceder bolsas de estudo e fazer circular os universitários entre os países membros do bloco; a criação de uma agência dedicada à políticas de fortalecimento de competitividade setorial em áreas a serem definidas, entre as quais a biotecnologia, nanotecnologia e tecnologias verdes; a criação de um centro de excelência sobre clima e prevenção de desastres naturais e outro sobre estudos relacionados à água; a Interconexão das redes de dados (fibra ótica) entre os Estados Partes; um programa de capacitação de jovens na Área de Tecnologia da Informação; e a entrega do Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia, cujo tema é Saúde, durante a próxima Cúpula presidencial.

O Mercosul
Pertencem ao Mercosul Brasil, Argentina, Uruguai, Venezuela e o Paraguai (suspenso até abril 2013). Chile, Equador, Colômbia, Peru e Bolívia são países associados. O México e a Nova Zelândia são observadores.

A entrada da Venezuela, entretanto, só será efetivada a partir do dia 13 de agosto, tempo necessário para a análise dos documentos apresentados. Com o ingresso da Venezuela, o bloco contará com uma população de 270 milhões de habitantes – equivalente a 70% da população da América do Sul, um PIB a preços correntes de US$ 3,3 trilhões - 83,2% do PIB sul-americano - e um território de 12,7 milhões de km² - 72% do território do continente.


Fotos: Agencia Brasil

Do Site CARTA MAIOR

Mercosul terá maior dimensão geopolítica com a adesão da Venezuela, afirma Dilma

Lista de Furnas é mesmo verdadeira

Conheça a Lista de Furnas AQUI 

Ministério Público denuncia 'mensalão' de Furnas 
Amaury Ribeiro Jr. - Do Hoje em Dia

A procuradora da República no Rio Andrea Bayão Ferreira denunciou o ex-diretor de Planejamento de Furnas, Dimas Toledo, e um grupo de empresários e políticos acusados de participarem da chamada Listas de Furnas – a caixinha de campanha clandestina que funcionou na empresa estatal durante o governo de FHC. A denúncia reúne um arsenal de documentos da Polícia Federal e da Receita Federal que, além de atestar a veracidade, comprova a existência de um “mensalão” organizado por Dimas na estatal.
De acordo com a procuradora, o mensalão de Furnas provocou o enriquecimento de funcionários públicos, empresários e lobistas, acusados de alimentarem os financiamentos ilegais de campanha políticas dos tucanos e de seus aliados com o dinheiro público. Segundo a denúncia, o esquema era custeado pelos contratos superfaturados assinados pela estatal com duas empresas : a Toshiba do Brasil e a JP Engenharia Ltda. As duas foram contratadas sem licitação pública para realizar obras no Rio . “ O diretor Dimas Toledo reproduziu, em Furnas, o esquema nacional que ficou conhecido como ‘ mensalão’ – um esquema de arrecadação de propina – na ordem de milhões, custeado mediante o superfaturamento de obras e serviços”, diz a procuradora na denúncia.
A lista
A lista de Furnas, assinada pelo próprio Dimas Toledo, traz o nome de políticos que receberam doações clandestinas de campanha da empresa estatal em 2002. Entre os beneficiados estão os ex-governadores de São Paulo e de Minas Gerais, e outros 150 políticos.
Réus confessos
Os próprios executivos da Toshiba do Brasil – uma das empresas que financiavam o esquema – confirmaram a existência de um caixa dois que sustentava mesada de servidores e políticos. O superintendente Administrativo da empresa japonesa, José Csapo Talavera, afirmou, por exemplo, que os contratos de consultoria fictícios das empresas de fachada, até 2004 , eram esquentados por um esquema de “notas frias”.
Escuta quente
As escutas da Polícia Federal desmentem que o lobista Nilton Monteiro teria tentando falsificar a lista. Pelo contrário. “Durante a intercepção das linhas telefônicas usadas por Nilton Monteiro, nada foi captado que indicasse a falsidade da lista, ao revés, em suas conversa telefônicas, inclusive com sua esposa, sustenta que a lista é autêntica”, diz a procuradora.
Jefferson confirmou
Um dos políticos citados na lista, o ex-presidente do PTB e ex-deputado Roberto Jefferson(PTB) também confirmou à PF a veracidade do documento. De acordo com o depoimento anexado à denuncia do MP, Jefferson disse ter recebido, na campanha para deputado federal em 2002, R$ 75 mil da estatal. A grana foi entregue pelo próprio Dimas Toledo a Jefferson num escritório no centro do Rio.
Peritos
Mas a prova cabal de que a lista de Furnas é mesmo verdadeira acabou sendo fornecida por peritos da Polícia Federal. Em depoimento à PF, além de confirmarem a autenticidade da assinatura de Dimas Toledo, os peritos descartaram a possibilidade de montagem.
Chantagem
De acordo com a denúncia, a lista com o nome de políticos que receberam doações clandestinas da estatal teria sido elaborada pelo próprio Dimas Toledo, que pretendia usá-la para manter-se no cargo. O próprio diretor da estatal teria entregue o material ao lobista, que tentou l negociá-la com os adversários políticos do PSDB.
Trânsito
Dimas Toledo confirmou que o lobista tinha trânsito livre na estatal. Dimas disse ter, inclusive, marcado um encontro do lobista com o departamento jurídico da estatal.
Indiciamento
Além de Jefferson, o MPF denunciou Dimas Toledo, mas deixou de fora caciques do PSDB citados, sob o argumento de que eles são alvos específicos de uma investigação da PF e do MPF sobre os beneficiários da caixinha de campanha alimentada pela empresa estatal.
Vara da Fazenda
O destino de Dimas e de outros operadores de Furnas será julgado pela Vara da Fazenda do Rio. Apesar de Furnas ser uma empresa estatal, a Justiça Federal do Rio encaminhou a denuncia do MPF à Justiça Estadual Fluminense.

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Leia mais em: O Esquerdopata
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Do Blog O Esquerdopata.

Chavez sobre a Venezuela no Mercosul: “nosso norte é o sul”


“Nosso norte é o sul. Estamos onde deveríamos estar sempre”, disse o presidente da Venezuela, Hugo Chavez, ao final da Cúpula Extraordinária do Mercosul, nesta terça-feira (31), em Brasília, que oficializou o ingresso do país no bloco econômico. A presidenta brasileira e “pro tempore” do Mercosul, Dilma Rousseff, destacou que “o Mercosul deve permanecer como parte importante do nosso desenvolvimento. O mercado regional se torna mais precioso diante da crise econômica mundial”.

Após duas horas de reunião no Palácio do Planalto, os quatro presidentes sulamericanos fizeram uma declaração à imprensa, enfatizando a importância e necessidade da integração entre os países da América Latina para o desenvolvimento da região com inclusão social e distribuição de renda.

Além de Chavez e Dilma, falaram o presidente do Uruguai, José Mujica e a presidenta da Argentina, Cristina Kirchner.

A presidenta Dilma Rousseff - a primeira a falar – fez uma avaliação do ponto de vista econômico da participação da Venezuela no bloco, que transforma os quatro países integrantes a quinta maior economia do mundo. O presidente Chavez, citando o líder Simon Bolívar, enfatizou a importância política da união entre os países da região.

Essa nova etapa do Mercosul, ampliada com o ingresso da Venezuela, que estende o bloco da Patagônica ao Caribe, consolida a região como potência energética e alimentar, destacou a presidenta Dilma. “A Venezuela amplia as potencialidades do bloco. Agora há espaço ainda maior para crescimento do comércio, dos investimentos e integração das cadeias produtivas entre as nossas nações”, convidando os setores industriais a participarem dessa fase de crescimento econômico.

Ela também falou sobre o trabalho que deve ser feito pelos governos dos quatro países: “Do ponto de vista dos governos, há importante trabalho técnico a ser feito”, disse, anunciando a primeira rodada de trabalhos técnicos no final de agosto e a próxima reunião de cúpula em dezembro.

Entre as decisões importantes adotadas pelo Mercosul, Dilma Rousseff destacou o Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem) como a experiência mais bem sucedida para reduzir as assimetrias e promover desenvolvimento equilibrado.

E anunciou que, com a Presidência Pro Tempore, o Brasil vai se esforçar para garantir volume significativo de crédito é importante para garantir esse desenvolvimento. “Vamos buscar todos os mecanismos de crédito, dentro e fora do Mercosul”, afirmou.

O Mercosul deve permanecer como parte importante do nosso desenvolvimento para fazer face ao grave quadro de economia internacional. O patrimônio que acumulamos no mercado regional se torna mais precioso. A Venezuela amplia as capacidades internas, reforça os recursos e abre oportunidades a vários empreendimentos, avaliou a presidenta.

Sem retaliações ao Paraguai

Sobre o Paraguai, assunto debatido na reunião, a presidenta Dilma Rousseff disse que o Brasil, assim como demais países , apresentaram posição clara sobre compromisso inequívoco com a democracia e que o Mercosul e a Unasul agem de forma coordenada para preservar e fortalecer a democracia na nossa região.

E disse ainda que “não somos favoráveis a retaliações econômica s que possam causar prejuízo os povo paraguaio. Mantivemos nossos projetos com recursos do Focem”, avisou, manifestando interesse que o Paraguai normalize a situação interna para reaver sua posição dentro do Mercosul.

Formando a história

Chavez falou em seguida, de pé, cumprimentou a todos e disse que existem eventos que vão formando a história viva. Segundo ele, o evento de hoje tem semelhança com as eleições de Luis Inácio Lula da Silva como presidente do Brasil, Nestor Kischner como presidente da Argentina e Tabaré Vasquéz no Uruguai. E atrás desses políticos, Chavez destacou “esse imenso povo, que é um só povo”.

A partir de hoje entramos em um novo período de aceleração da história que estamos construindo. Com mudanças profundas nesses anos que teremos pela frente. Os eventos futuros serão maiores do que o que presenciamos, afirmou Chavez. E, parodiando Bolívar, disse: “Esse é o nosso lugar na história. Dentro dessa grande pátria (a América Latina), tendo o Mercosul como um grande motor: onde eu estou, eu estou completo, a Venezuela chega plenamente, com toda nossa força, todo nosso desejo”.

Dívida social

O presidente do Uruguai também falou. Mujica destacou “a imensa dívida social que temos nessa terra, que é rico, mas é o mais injusto. Esse é o preço que pagamos ao longo da história, porque perdemos tempo demais olhando para o mundo rico sem olhar para nós. A nossa forma de vida ignorava os vizinhos, deixando de lado os aborígenes, analfabetos e pobres. Estamos tentando refazer nossa história”.

Ele, a exemplo do Chavez, destacou os novos tempos em que “o mundo rico está em crise e nós, pobres de nós, estamos nos saindo bastante bem”. E, concordando com a presidenta Dilma, disse que temos desafio imenso para vencer os interesses de classe e a trazer a grande maioria para esse debate e para que participem da construção da história do futuro, “que deve ser escrita pelos nossos exércitos de reserva, os que foram esquecidos, considerados causa perdida, mas que deve ser o centro da nossa causa – essa multidão anônima”.

Fim da solidão

A presidenta da Argentina, Cristina Kirchner , foi a última a falar. Ela ressaltou as palavras de Chávez, dizendo que com a chegada de Lula e Kirchner ao poder, surgiram os projetos nacionais, sociais e democráticos. E ressaltou ainda que “é preciso criar um meio para que seja indestrutível esse novo modo de governo. Não estamos falando só de política econômica, mas da luta pelo poder”, observou.

“Nós representamos essa força social, essa força histórica dos nossos povos que se juntam para por fim a solidão, porque nós nos encontramos”, concluiu.

Sobre a crise econômica, a presidenta argentina observou que os países desenvolvidos podem ficar tranquilos porque “Brasil, Argentina e Uruguai vamos continuar garantindo a soberania alimentar a esses países”, acrescentando que “o mundo está assim por causa da insegurança que eles geraram nos grandes centros financeiros, com paraísos fiscais onde estão mais de 400 bilhões de dólares, muitos vindos de nossas próprias economias”.

Fundado em 1991, o Mercosul estimula as relações comerciais entre os quatro países (Argentina, Paraguai, Uruguai e Brasil). Com a entrada da Venezuela, o bloco econômico reunirá 270 milhões de habitantes ou 60% da população do continente sulamericano e R$ 3,3 trilhões ou 83% do PIB (Produto Interno Bruto) da região.

De Brasília
Márcia Xavier
Colaborou Vanessa Silva

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Do Blog TUDO EM CIMA.

Agosto pinta una nueva "Guernica" pero "los perros rabiosos NO PASSARÁN !!!"

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Não podemos esquecer que Agosto é também o mês do cachorro louco !!!
E esses já babam por aí e por aqui nesta disputa de quem melhor já sabe sobre o resultado do julgamento do tal "mensalão" cunhado pela "'velha mídia" PIGUENTA.
Como diria Beto Guedes do Clube da Esquina, só "quando entrar setembro é que a boa nova andará pelos campos" até lá só suposições e torcidas inflamadas.
Eu de minha parte torço por justiça !!!
Fazem sete anos que a "velha mídia" ( leia-se Veja, Globo, Folha e Estadão) não falam de outra coisa que não seja do seu pré-julgamento e da sua pré-condenação do PT e principalmente de Zé Dirceu.
É tudo o que eles tem !!! 
Esse mesmo "mensalão" que já foi derrotado nas urnas pelo menos duas vezes. Em 2006 com a reeleição de Lula e em 2010 com a eleição de Dilma, primeira mulher Presidenta do Brasil !!!
Nem vou falar dos recordes de popularidade desses dois, posto que é desnecessário embora seja o mais relevante. 
Nunca vou me esquecer daqueles tempos da tentativa de golpe branco às instituições praticada pela mídia e pelas oposições em pleno sec. XXI no ano de 2005 quando TODOS nós, os petistas, éramos tratados e achincalhados na TV, nos jornais e revistas como "criminosos de altíssima periculosidade", "bandidos", "safados", "ladrões" ou até "assassinos de Celso Daniel" . Eram os tempos das "CPIs do fim do mundo"  Mundo esse que apesar dos Maias ( Agripinos, Rodrigos e Césares ) não acabou... MAS MUDOU !!! 
E agora finalmente fará-se a Justiça !!!
Será "a volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar" !!!
Zé Dirceu será absolvido por que não existem provas como admitem INCLUSIVE os seus acusadores, ESSA É A ÚNICA CERTEZA  !!! 
E esse é o medo crucial desta gente. Podem até todos os outros acusados serem condenados mas se o Zé Dirceu não for... todo esse esforço danado  de nada valeu. E quem conhece  bem o Zé Dirceu ( como eu ) sabe que ele vem forte !!! Vai pra cima desta gente toda cobrar os atrasados. Serão TODOS processados por calúnias e difamações. SERÃO JUSTIÇADOS, PODEM E DEVEM SE ATER !!!
Os "franquistas" modernos desta nossa espécie de outra "guerra civil espanhola" deflagrada no Brasil NÃO PASSARÃO !!!
Mas sabemos bem e também que eles , os "passarinhos" de bico longo e seus agregados, não se conformarão e virão outra vez !!! 
ESTAMOS PRONTOS DESTA VEZ !!!
Como nos versos de Garcia Lorca ao retratar os "franquistas" daquela tragédia civil ocorrida na Espanha em tempos nazistas...
"...  los caballeros negros apuntan al norte..."
E eu acrescento :
"...los perros rabiosos también..."

Amaury pega tucanos na Lista de Furnas


Do Conversa Afiada - Publicado em 31/07/2012
Arsenal de documentos comprova a existência de um “mensalão” organizado por Dimas na estatal.

O Conversa Afiada republica matéria do site Hoje em Dia:

Ministério Público denuncia ‘mensalão’ de Furnas


Amaury Ribeiro Jr. – Do Hoje em Dia

A procuradora da República no Rio Andrea Bayão Ferreira denunciou o ex-diretor de Planejamento de Furnas, Dimas Toledo, e um grupo de empresários e políticos acusados de participarem da chamada Listas de Furnas – a caixinha de campanha clandestina que funcionou na empresa estatal durante o governo de FHC. A denúncia reúne um arsenal de documentos da Polícia Federal e da Receita Federal que, além de atestar a veracidade, comprova a existência de um “mensalão” organizado por Dimas na estatal.

De acordo com a procuradora, o mensalão de Furnas provocou o enriquecimento de funcionários públicos, empresários e lobistas, acusados de alimentarem os financiamentos ilegais de campanha políticas dos tucanos e de seus aliados com o dinheiro público. Segundo a denúncia, o esquema era custeado pelos contratos superfaturados assinados pela estatal com duas empresas : a Toshiba do Brasil e a JP Engenharia Ltda. As duas foram contratadas sem licitação pública para realizar obras no Rio . “ O diretor Dimas Toledo reproduziu, em Furnas, o esquema nacional que ficou conhecido como ‘ mensalão’ – um esquema de arrecadação de propina – na ordem de milhões, custeado mediante o superfaturamento de obras e serviços”, diz a procuradora na denúncia.

A lista

A lista de Furnas, assinada pelo próprio Dimas Toledo, traz o nome de políticos que receberam doações clandestinas de campanha da empresa estatal em 2002. Entre os beneficiados estão os ex-governadores de São Paulo e de Minas Gerais, e outros 150 políticos.

Réus confessos

Os próprios executivos da Toshiba do Brasil – uma das empresas que financiavam o esquema – confirmaram a existência de um caixa dois que sustentava mesada de servidores e políticos. O superintendente Administrativo da empresa japonesa, José Csapo Talavera, afirmou, por exemplo, que os contratos de consultoria fictícios das empresas de fachada, até 2004 , eram esquentados por um esquema de “notas frias”.

Escuta quente

As escutas da Polícia Federal desmentem que o lobista Nilton Monteiro teria tentando falsificar a lista. Pelo contrário. “Durante a intercepção das linhas telefônicas usadas por Nilton Monteiro, nada foi captado que indicasse a falsidade da lista, ao revés, em suas conversa telefônicas, inclusive com sua esposa, sustenta que a lista é autêntica”, diz a procuradora.

Jefferson confirmou

Um dos políticos citados na lista, o ex-presidente do PTB e ex-deputado Roberto Jefferson(PTB) também confirmou à PF a veracidade do documento. De acordo com o depoimento anexado à denuncia do MP, Jefferson disse ter recebido, na campanha para deputado federal em 2002, R$ 75 mil da estatal. A grana foi entregue pelo próprio Dimas Toledo a Jefferson num escritório no centro do Rio.

Peritos

Mas a prova cabal de que a lista de Furnas é mesmo verdadeira acabou sendo fornecida por peritos da Polícia Federal. Em depoimento à PF, além de confirmarem a autenticidade da assinatura de Dimas Toledo, os peritos descartaram a possibilidade de montagem.

Chantagem

De acordo com a denúncia, a lista com o nome de políticos que receberam doações clandestinas da estatal teria sido elaborada pelo próprio Dimas Toledo, que pretendia usá-la para manter-se no cargo. O próprio diretor da estatal teria entregue o material ao lobista, que tentou l negociá-la com os adversários políticos do PSDB.

Trânsito

Dimas Toledo confirmou que o lobista tinha trânsito livre na estatal. Dimas disse ter, inclusive, marcado um encontro do lobista com o departamento jurídico da estatal.

Indiciamento

Além de Jefferson, o MPF denunciou Dimas Toledo, mas deixou de fora caciques do PSDB citados, sob o argumento de que eles são alvos específicos de uma investigação da PF e do MPF sobre os beneficiários da caixinha de campanha alimentada pela empresa estatal.

Vara da Fazenda

O destino de Dimas e de outros operadores de Furnas será julgado pela Vara da Fazenda do Rio. Apesar de Furnas ser uma empresa estatal, a Justiça Federal do Rio encaminhou a denuncia do MPF à Justiça Estadual Fluminense.
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O Mercosul na sua segunda geração

A entrada da Venezuela coloca o Mercosul em um novo estágio. O bloco fica ampliado nas dimensões econômicas, comerciais, culturais e demográficas. Territorialmente, incorpora mais de 900 mil quilômetros quadrados, que é praticamente as superfícies de França e Alemanha somadas. Consolida o domínio sobre as maiores reservas energéticas, minerais, naturais e de recursos hídricos do planeta. A partir de agora, o Mercosul passa a ser a região com a maior reserva mundial de petróleo.
No último 13 de julho o Governo da Venezuela formalizou na Secretaria do Mercosul o Instrumento de Ratificação do Protocolo de Adesão da República Bolivariana da Venezuela ao Mercosul, assinado em 04 de julho de 2006. Dessa forma, o país cumpre as formalidades para seu ingresso pleno no bloco, passando da condição de Membro Associado à qualidade de Estado Parte.
O ingresso da Venezuela foi aprovado pelas Presidentas Cristina Kirchner, da Argentina, Dilma Rousseff, do Brasil e pelo Presidente José Mujica, do Uruguai, na Cúpula Presidencial de 29 de junho de 2012, na cidade argentina de Mendoza.
O Mercosul nasceu num contexto histórico e político muito diferente do atual. Menem governava a Argentina, Collor o Brasil, Andrés Rodriguez o Paraguai e Alberto Lacalle presidia o Uruguai. Era o auge da fanfarra neoliberal e das promessas da globalização financeira que supostamente levariam a humanidade a um nirvana que, na verdade, se converteu num tremendo pesadelo. Em 1991, a constituição do “Mercado Comum do Sul” visava coordenar políticas macroeconômicas e de liberalização comercial no marco de uma inserção desfavorável à globalização neoliberal.
O epicentro daquele Mercosul idealizado em 1991 eram as relações comerciais e a coordenação dos interesses das mega-empresas transnacionais e dos monopólios econômicos na maximização dos lucros auferidos regionalmente para a transferência às suas matrizes, radicadas sobretudo na Europa e nos Estados Unidos.
Em 2012 este projeto de integração completou 21 anos, marcado por limites e contradições; mas, também, exibindo avanços em diversos campos. Desde 2003, a partir da assunção de governos de esquerda e progressistas na região, notadamente sob a liderança inicial de Kirchner e Lula, a fisionomia do Mercosul vem sendo transformada.
O comércio intra-bloco passou de 4,5 para 50 bilhões de dólares anuais; foi criado um Parlamento próprio; 100 milhões de dólares ao ano são aplicados pelo FOCEM [Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul] a fundo perdido na execução de investimentos sociais e de infra-estrutura para diminuir as assimetrias e disparidades entre os países; está sendo implementado um Estatuto da Cidadania, e a “integração anti-Condor” converteu as políticas de direitos humanos adotadas no MERCOSUL em paradigma mundial.
A entrada da Venezuela significa o aprofundamento desta transformação, e coloca o Mercosul em um novo estágio. O bloco fica ampliado nas dimensões econômicas, comerciais, culturais e demográficas. Territorialmente, incorpora mais de 900 mil quilômetros quadrados, que é praticamente as superfícies de França e Alemanha somadas. Consolida a jurisdição e o domínio sobre as maiores reservas energéticas, minerais, naturais e de recursos hídricos do planeta. Seguramente deverá ter maior protagonismo no jogo geopolítico internacional.
A ampliação do Mercosul naturalmente será acompanhada de dificuldades, mas também de inúmeras conveniências. Contribui para maior coesão da região, para a estabilidade democrática, para a diminuição de conflitos e aumenta a segurança e a capacidade de defesa. A maior integração também conforma um ambiente comunitário mais favorável à adoção de estratégias comuns de desenvolvimento, aproveitando o mercado regional de massas incrementado em 29 milhões de pessoas e um comércio intraregional de produtos manufaturados com maior valor agregado. A partir de agora, o Mercosul passa a ser a região do globo com a maior reserva mundial de petróleo, adquirindo maior poder de influência na definição das políticas energéticas no mundo.
Desde a assinatura do Tratado de Assunção em 1991, dois acontecimentos marcaram uma inflexão geopolítica e estratégica do Mercosul numa perspectiva pós-neoliberal. O primeiro deles foi o sepultamento, em 2005, da Área de Livre Comércio das Américas, a ALCA, que representava uma perigosa ameaça à soberania, ao desenvolvimento e à independência dos países do hemisfério. O segundo acontecimento marcante está se dando justo neste momento, com o ingresso pleno da Venezuela no Bloco, inaugurando o que se poderia considerar como a segunda geração do MERCOSUL e do processo de integração regional.
A América do Sul foi historicamente prejudicada pelas grandes potências - especialmente pelos Estados Unidos - que preferem nosso rico e promissor continente dividido – ou desunido – a um continente integrado e capaz de construir soberanamente seu destino. Esta realidade faz compreender as razões do conservadorismo que combate - por vezes de forma irascível - o ingresso da Venezuela no Mercosul e o fortalecimento dos laços regionais de amizade, de harmonia e de integração.
O crescimento do Mercosul poderá ser fator de estímulo para o ingresso de outros países nesta comunidade, que já examina com o Equador as condições para sua adesão. A unidade regional, que já é física devido à contiguidade territorial, poderá assumir características de uma integração mais avançada, abrangendo tanto aspectos comerciais e econômicos, como sociais, culturais e políticos. Isto propiciará um melhor posicionamento estratégico e geopolítico da região no mundo, o que será benéfico para cada país individualmente e para o conjunto das nações no enfrentamento dos problemas e na defesa de interesses que são comuns a elas.
O Mercosul altivo e motorizando o fortalecimento da América do Sul é a melhor contribuição que o continente pode dar à paz e à igualdade no mundo. Constitui uma resposta eficiente à prolongada crise do capitalismo mundial, protegendo as conquistas sociais e econômicas logradas na última década pelos atuais Governos da região dos avanços da sanha neoliberal que na Europa trata do desmonte do Estado de Bem-Estar social em nome da austeridade fiscal e da proteção dos interesses da especulação financeira.
Jeferson Miola, exerce a função de Diretor da Secretaria do MERCOSUL em Montevidéu. Este texto expressa opiniões de caráter pessoal que não devem ser consideradas como sendo da Instituição.

Venezuela oficialmente no Mercosul




E o choro dos ignorantes...

Porta-vozes da editora, que enxergaram democracia no Paraguai, criticam suposta manobra que abriu as portas aos venezuelanos; para Reinaldo Azevedo, Dilma “chuta a democracia”; segundo Augusto Nunes, presidente faria parte do grupo dos “três patetas do Mercosul”; linguagem radical lembra Guerra Fria