quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Onda verde que virou marrom e no duro é laranja

Laerte Braga

O DATA FOLHA divulgou uma pesquisa, terça-feira, 28 de setembro, onde acentua a “queda” de Dilma Roussef e a “subida” de Marina da Silva. Na manchete do jornal FOLHA DE SÃO PAULO, porta voz oficial dos tucanos DEM, a insinuação “pode dar segundo turno”.

Na quarta-feira, 29, um dia após, o VOX POPULI e o IBOPE mostram números diferentes. O jornal O GLOBO afirma em manchete na primeira página que “Dilma em queda…”.

É de se imaginar que ou o pessoal do IBOPE, a pesquisa foi feita sob encomenda da CNI – CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – tenha se perdido no meio do caminho, não é da natureza do Instituto pesquisas sérias em se tratando de eleições, ou na sexta, no máximo no sábado, mostram números diferentes em outra pesquisa, essa sob encomenda da REDE GLOBO.

Mais ou menos ao sabor de quem paga. Ou das conveniências.

O VOX POPULI mantém o mesmo critério e coerência desde o início de pesquisas semanais, mais ou menos o mês de julho, segunda quinzena.

Marinhos são intrinsecamente mentirosos. Vivem de fraude, extorsão, sonegação, dinheiro público, construíram um império assim. E nem sempre dinheiro público oriundo de cofres brasileiros, mas também do exterior. “De fora” como dizia Brizola.

É da gênese. Aquele negócio de barão, conde, essas coisas. Padrão FIESP/DASLU.

“O impossível não existe”, frase atribuída a Napoleão. De repente a candidata Marina da Silva supera Arruda Serra e vai para um eventual segundo turno com Dilma Roussef. A direita concluiu que as chances de Marina num segundo turno seriam maiores que as de Arruda Serra.

Marina é domesticável, entra nos padrões Arruda Serra sem dificuldade alguma, já é parte do esquema.

O jogo dos números nas pesquisas é simples. No duro mesmo tentam alavancar a candidatura de Marina da Silva para tentar levar as eleições de fato para um segundo turno, mas com José Arruda Serra, preferido por dez entre nove sonegadores, usuários de trabalho escravo, os que pagam as contas da GLOBO junto a agências financeiras internacionais, fazem contratos com a EDITORA ABRIL, etc, etc. Pilantras lato senso.

E Marina embarca na onda.

No debate de quinta-feira a candidata Dilma Roussef deve ser seu alvo preferido. O confronto direto para tentar passar a impressão que é ela Marina quem vai disputar com Dilma a preferência do eleitorado e que Arruda Serra é mero acessório.

O jogo é outro, acessório é Marina. E sabe disso, está dentro do esquema.

É claro e óbvio que qualquer pessoa tem o direito de mudar de opinião. Marina era petista e mudou. E, evidente, tem o direito de se candidatar a presidência da República.

Mas tem que ter um programa para além do jeito de boa moça e no caso específico da ex-ministra do Meio-ambiente, tem que ter autocrítica.

Sair falando do governo que integrou por quase sete anos e ir se aninhar nos braços da oposição, num disfarce verde que na verdade é marrom, é, no mínimo, oportunismo, no duro mesmo, jogar a história fora.

Nesse quesito do desfile não tem diferença nenhuma de Tiririca. O candidato a deputado quer apenas um lugar ao sol. Marina é diferente?

Onde? Está jogando sua história no lixo.

Vive quinze minutos de fama se o impossível não acontecer. Some na poeira depois.

O que se imagina é que até sábado as redes de tevê possam divulgar mais denúncias, ou dossiês, é prática comum dessas quadrilhas e os jornais e revistas tentem, na sexta, no sábado e no domingo, reforçar essa campanha sórdida de denúncias inconseqüentes, que não resistem à mínima lógica, como o caso dos 200 mil reais num envelope pardo. O caráter pueril dessa denúncia ficou tão evidente que largaram para lá e trataram de buscar outras. GLOBO, VEJA, FOLHA DE SÃO PAULO.

Faz parte da gênese dessa gente. É como o escorpião, mesmo que vá morrer dá a picada.

O mau caratismo que é conseqüência dos compromissos assumidos com quadrilhas que tentam tomar o poder no Brasil, é a soma da fome com a vontade de comer.

E como comem…

Dinheiro público.

Marina é só a bola da vez. O pior, repito, é que sabe e aceita.

No jargão jornalístico quando se trata de alguém assim, a expressão correta, ou usada, é laranja.

Quer dizer, o verde virou marrom e termina laranja. Laranja de Arruda Serra e tudo o que ele significa.

Matéria publicada por Leda Ribeiro (Colaboradora do Blog)

Dalmo Dallari reafirma: “Decisão de Gilmar Mendes prova que ele não tinha condições de ser ministro do STF”

Por Conceição Lemes no Viomundo

Ontem à tarde os 10 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) se reuniram para julgar a ação direta de inconstitucionalidade (ADI), reivindicando o fim da exigência da apresentação de dois documentos para votar nas eleições do próximo domingo.
O placar estava 7 a 0.
Sete ministros já haviam votado pela exigência de apresentação de apenas um documento com foto, descartando a necessidade do título de eleitor.
Foi quando o ministro Gilmar Mendes pediu vista do processo e o julgamento interrompido.
Mais tarde circulou a informação de que a decisão de Mendes foi após conversar com o candidato José Serra (PSDB), que lhe telefonou.
Reportagem publicada hoje pela Folha confirma a conversa, testemunhada pelos repórteres.
A Folha divulga na primeira página: “Após ligação de Serra, Mendes para julgamento de ação do PT”. Segundo a matéria, Serra chamou Gilmar de “meu presidente”.
Conversamos agora por telefone com o jurista Dalmo Dallari, professor emérito da Faculdade de Direito da USP, sobre os dois fatos.
Viomundo – O que o senhor achou da decisão do Gilmar Mendes?
Dalmo Dallari – Lamentável, não importa com que ele tivesse conversado. Do ponto jurídico, é uma decisão totalmente desprovida de fundamento. Seguramente causou prejuízo imenso à instituição. Foi péssimo para a imagem do STF.
Viomundo — O pedido de vistas do processo ocorre quando há alguma dúvida a ser dirimida. Havia alguma?
Dalmo Dallari – Razão jurídica, nenhuma. Razão extra, não sei.
Viomundo — O que ocorrerá agora?
Dalmo Dallari – A repercussão foi tão negativa que possivelmente ele devolverá até amanhã o processo para o STF.
Viomundo — O ministro Gilmar Mendes conversou com o candidato Serra antes de tomar a decisão. Qual a implicação jurídica disso?
Dalmo Dallari – Eu vi as reportagens, elas insinuam a conversa. Mas, eu como advogado, raciocino em cima de provas. Só depois de tê-las é que posso me manifestar.
Viomundo — Em 2002, o senhor fez um artigo, publicado originalmente na Folha de S. Paulo, criticando a indicação de Gilmar Mendes para o STF. O senhor disse que ele “degrada o Judiciário”. E agora?
Dalmo Dallari – A decisão de ontem demonstra que eu tinha razão. Ele não tinha condições de ser ministro do STF. Hoje estou convencido de que ele não tem a seriedade e imparciliadade indispensáveis para um juiz.

Dalmo de Abreu Dallari, 79, advogado, é professor emérito da Faculdade de Direito da USP. Foi secretário de Negócios do município de São Paulo (administração Luiza Erundina).

Matéria publicada por Leda Ribeiro (Colaboradora do Blog)

O que Lula faria se Ali Kamel manipulasse o debate

    Publicado em 30/09/2010

Na foto, o rio Titê, o último jazigo

Um dos momentos mais trevosos da televisão brasileira tornou-se um exemplo mundial de como a televisão pode manipular uma eleição.

Trata-se da edição do jornal nacional na véspera da eleição do segundo turno com o debate entre Collor e Lula.

Roberto Marinho mandou editar tudo o que Collor fez de bom e tudo o que Lula fez de mau.

A seguir, entrou um editorial lido por Alexandre Maluf Garcia que associava a vitória de Collor aos mais elevados princípios da Democracia.

Livros de jornalismo pelas faculdades do mundo afora tratam desse episódio com espanto e horror.

Vamos supor que esta seja uma das últimas balas de prata do Serra e do Ali Kamel.

Ou, o que dá no mesmo, do Ali Kamel e do Serra.

Ali Kamel, o mais poderoso e obstinado jornalista que a Rede Globo já teve, é especialista em levar eleições para o segundo turno.

Uma edição do jornal nacional que ignorou a tragédia da Gol levou para o segundo turno a eleição de 2006.

Clique aqui para ler: “O primeiro Golpe já houve, falta o segundo”.

O Conversa Afiada tem dito que o importante não é o debate mas, a edição do debate.

Vamos supor que a Globo resolva reeditar amanhã o debate entre Collor e Lula: tudo de bom do Serra e tudo de mau da Dilma.

Trata-se de uma suposição.

O que o Lula poderia fazer ?

O Lula poderia convocar uma rede de rádio e televisão na sexta à noite e no sábado e desmascarar o Kamel e a Globo.

Ao contrário de 89, na eleição de Lula e Collor, hoje tem Internet.

Hoje tem blog sujo.

Hoje tem Twitter.

E o debate, numa versão fidedigna, com uma edição equilibrada, estará no ar poucos minutos depois de encerrar-se e nessa entrada em rede nacional o Lula poderia exibir o debate de uma forma levemente diferente daquela que a Globo exibisse.

Este Conversa Afiada gostaria muito que isso acontecesse.

Este final melancólico de campanha permitiu que se afundassem nas límpidas águas do Tietê, uns enrolados nas tripas dos outros, como sugeria Voltaire, Serra, Dantas e Gilmar.

Se a Globo ousar fazer da edição do debate um novo exemplo de manipulação o Lula, por suposição, poderia enrolar as tripas do Ali Kamel nas tripas dos filhos do Roberto Marinho e jogar nas águas limpas do Rio Pinheiros.

Seria o glorioso funeral de um Brasil morto e provisoriamente insepulto.

Paulo Henrique Amorim


Matéria publicada por Leda Ribeiro (Colaboradora do Blog)



“Esquerda fez opção pela democracia na América Latina

30/09/2010

Em entrevista à Carta Maior, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz um balanço de oito anos de governo, aponta as conquistas e mudanças que esse período trouxe para o Brasil e para a América Latina e fala sobre o aprendizado que teve neste período a frente da presidência da República. Entre outros assuntos, aborda também a relação com os meios de comunicação e destaca o compromisso assumido pela esquerda na América Latina: "A esquerda fez uma opção pela democracia. "quem dá golpe não é a esquerda. Não foi ninguém de esquerda que deu o golpe em Honduras".

Em entrevista concedida à Carta Maior e aos jornais Página/12 (Argentina) e La Jornada (México), na manhã desta quinta-feira, em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um balanço de seus oito anos de governo e as mudanças que esse período trouxe para o país e para a América Latina. Na conversa, entre outros assuntos, o presidente fala sobre o aprendizado que teve neste período - Quando você está no governo, você não pensa, você não acha e você não acredita; você faz ou não faz. E o governo é um eterno tomar de posição – sobre a relação com os meios de comunicação – Se dependesse da imprensa eu teria 10% de aprovação, ou menos – e sobre o compromisso assumido pela esquerda na América Latina: A esquerda, na América Latina, fez uma opção pela democracia, e está chegando ao poder em vários países pela via da democracia. E quem dá golpe não é a esquerda. Não foi ninguém de esquerda que deu o golpe em Honduras.

Participaram da entrevista, o sociólogo e colunista da Carta Maior, Emir Sader, e os jornalistas Martín Granovsky, do Página/12 (Argentina), e Carmen Lira, do La Jornada. A Carta Maior publica a íntegra dessa conversa. Aqui está a primeira parte.

Emir Sader: A primeira questão é sobre o que o seu desempenho na Presidência lhe ensinou? Quais foram os aprendizados, as mudanças? O que o Lula de 2003 tem de diferente do Lula de hoje. E o que o Lula de 2010 tem de diferente em relação ao de 2003?

Presidente Lula: Eu penso, Emir, que na Presidência primeiro a gente aprende a governar. Quando você chega à Presidência da República, você se depara com a tua convivência de muitos anos de oposição em que você vai para um debate, você vai para uma reunião e você diz aos teus interlocutores “eu penso, eu acho, eu acredito”. Quando você está no governo, você não pensa, você não acha e você não acredita; você faz ou não faz. E o governo é um eterno tomar de posição. Você aprende a ter mais tolerância e você aprende a consolidar a tua prática democrática, porque a convivência política na adversidade é um ensinamento estupendo para quem acredita na democracia como um valor incomensurável na arte de fazer política. E isso a gente só aprende exercitando todo santo dia. Eu não acredito que tenha uma universidade capaz de ensinar alguém a fazer política, a tomar decisão. Você pode teorizar, mas entre a teoria e a prática tem uma diferença enorme no dia a dia. E eu penso que esse é o aprendizado. Por exemplo, no segundo mandato meu, todo mundo sabe que eu tinha medo do segundo mandato. Eu tinha medo do esgotamento, eu tinha medo da chatice, eu tinha medo de que você vai repetir a mesmice.

Quando nós criamos o PAC, na verdade nós fizemos um transplante de todos os órgãos vitais do governo e fizemos um governo novo, muito mais produtivo, muito mais eficaz, muito mais atuante, e as coisas estão acontecendo. Eu acho que isso, para mim, foi um aprendizado estupendo e que eu não quero desaprender nesse tempo em que eu vou deixar a Presidência. Eu preciso continuar aprendendo porque passar pela Presidência, enfrentar as adversidades que nós enfrentamos, e chegar ao final do mandato na situação que nós estamos chegando, eu penso que o exercício da democracia foi praticado intensamente.

Foram 72 conferências nacionais sobre todos os temas, de Segurança Pública a Comunicação, de portador de deficiência a GLTB [LGBT], e todas as políticas deliberadas por nós são resultado dessas conferências. Portanto, o povo participou ativamente das decisões e das políticas públicas do governo. Então, essa é a mudança fundamental, além do que, quando eu cheguei em 2003, a gente gastava R$ 1 bilhão por ano no Ministério dos Transportes, por ano, e hoje nós gastamos R$ 1,6 bilhão por mês. Ou seja, aprendemos a gastar e aprendemos a fazer obras.

Houve essa mudança no mesmo ministério?

Presidente Lula: No mesmo ministério. Hoje, nós gastamos 1,6 bilhão por mês, pagamos, contratamos, coisa que a gente só fazia 1 bilhão por ano. Nós tínhamos 380 bilhões de crédito para o Brasil inteiro. Hoje, nós temos 1,6 trilhão de crédito. Olha, o dia que a imprensa brasileira resolver divulgar a revolução que aconteceu no Brasil, o povo vai se dar conta porque é que o governo aparece com 80% de aprovação nas pesquisas. Não é o Lula, é o governo que aparece com 80% de aprovação no oitavo ano de mandato. Qual é o fenômeno? Porque não depende da imprensa. Se dependesse da imprensa, eu teria 10, menos 10 de aprovação. Eu estaria devendo pontos. Ou seja, qual é o fenômeno? O fenômeno é que as coisas estão chegando na mão do povo. O povo está recebendo os benefícios, o povo está vendo as coisas acontecerem. E quem não falou não fez parte da história nesse período. Eu acho que essa foi a grande mudança que eu vejo de 2003 para 2010.

Carmen Lira/La Jornada: O senhor acabou de mencionar uma coisa muito interessante para os mexicanos. Fizemos coisas que algum dia a imprensa vai divulgar. Não foi divulgado através do governo?

Presidente Lula: Olha, aqui no Brasil, há um debate muito interessante. E eu tenho notado que não é um debate do Brasil. Eu tenho notado que na Argentina tem o mesmo debate, e que nos países da América Latina há o mesmo debate. E eu tenho notado até o Obama que, quando tomou posse, disse que a Fox não agia como um meio de comunicação, mas como um partido político. Bem, eu converso com muitos dirigentes do mundo inteiro. Todo mundo reclama. Eu não reclamo muito da imprensa porque eu acho que eu cheguei onde cheguei por causa da imprensa. Ela contribuiu muito para que eu chegasse onde cheguei. Portanto, eu sou um defensor juramentado da liberdade de expressão e da democracia. Agora, tem gente que confunde a democracia, a liberdade de comunicação com atitudes extemporâneas. E eu não sei se é uma coisa mundial... que não há notícias boas.. não vendem jornal, talvez o que venda jornal seja só escândalo...

Veja, eu vou terminar o meu mandato sem nunca ter almoçado com nenhum dono de jornal, nenhum dono de televisão, nenhum dono de revista, durante o meu mandato. Mantive com eles uma relação democrática, respeitosa, entendendo o papel deles e querendo que eles entendessem o meu papel. Acho que muitas vezes o povo sabe das coisas boas que acontecem neste país porque nós divulgamos, em publicidade do governo, porque a internet divulga, os blogs divulgam, o blog do Planalto divulga....Mas às vezes, se dependesse de determinados meios de comunicação, eles simplesmente não falam a respeito do assunto. Alguns até dizem “olha, nós não temos interesse em fazer essa cobertura oficial, de inauguração de coisa”. Sabe, não têm interesse. Pode ser verdade...

O dado concreto é que eu acho que se o povo fosse melhor informado, o povo saberia de mais coisas e o povo poderia fazer juízo de valor melhor, sobre as coisas. Então, para mim, a arte da democracia é essa, é as pessoas terem segurança na qualidade da informação, na lisura da informação e na neutralidade da informação. Quem acompanha a política brasileira nesse momento vai perceber que seria muito mais fácil que alguns meios de comunicação assumissem, categoricamente, o seu compromisso partidário. E aí, a gente ficaria sabendo quem é quem, mas não é assim que funciona no Brasil. Parece tudo independente, mas é só ver as manchetes que a independência termina onde começa.

Esse é um processo de aprendizado, ou seja, nós temos muito pouco tempo de democracia, se vocês compreenderem, nós estamos vivendo neste instante o maior período de democracia contínua do Brasil, seja a partir da Constituição de 88, seja a partir da eleição do presidente Sarney. São vinte e poucos anos, portanto, é uma democracia muito incipiente, que está muito fortalecida e com instituições sólidas. Aqui, nós fizemos um impeachment e não aconteceu nada com o país. Aqui se elegeu um metalúrgico e nós estamos percebendo um avanço geral na América Latina e eu acho que isso vai consolidando a democracia independentemente dos saudosistas que sempre disseram que um metalúrgico não poderia chegar no andar de cima, que um índio não poderia chegar no andar de cima, que um negro não poderia chegar no andar de cima, que uma mulher não podia chegar no andar de cima. Nós estamos quebrando esses tabus, e estamos mostrando algo que precisa ser valorizado: a esquerda, na América Latina, fez uma opção pela democracia, e está chegando ao poder em vários países pela via da democracia. E quem dá golpe não é a esquerda. Não foi ninguém de esquerda que deu o golpe em Honduras. Então, as pessoas precisam saber que se a informação fluir corretamente, ela facilita a vida das pessoas na tomada de decisões.

E eu penso que no Brasil nós vamos aprendendo, nós vamos aprendendo e vamos construindo a nossa democracia, e eu, sinceramente, não... eu sou um homem que não tem o direito de reclamar, porque eu vou terminar o meu mandato, certamente com a maior aprovação que um governo já terminou. Tem gente que não começa com o que eu vou terminar. Então, eu tenho que agradecer ao povo brasileiro, agradecer à democracia brasileira e, por que não dizer, agradecer à imprensa, porque o comportamento dela, pró ou contra, foi formando um juízo de valor. Eu tenho uma tese que vale para a imprensa e que vale para o nosso comportamento cotidiano: se você é, todos os dias, favorável ao governo, você perde credibilidade. Mas se você, todos os dias é contra, você perde credibilidade. Ou seja, os dois extremos, quando se encontram, o resultado é burrice. Então, você tem que falar as coisas boas do governo quando elas acontecem, para te dar credibilidade para falar das coisas ruins quando elas acontecem e ter a mesma credibilidade. Eu acho que é isso que dá desenvoltura à consolidação da liberdade de comunicação no país. É o compromisso com a verdade, somente a verdade e nada mais que a verdade, doa a quem doer.

Martín Granovsky: Presidente, me desculpe, mas eu não falo português. Eu me lembro que na campanha de 2002, o mercado não entendia a necessidade de que os brasileiros tivessem que ter três refeições diárias. Esse era um dos principais objetivos do seu governo. Após dois governos, esse objetivo foi cumprido?

Presidente Lula: Olha, eu penso que nós conseguimos fazer uma revolução nesses dois mandatos, nesses oito anos de governo. Primeiro, uma coisa que aconteceu no Brasil: você tirar 27 milhões de pessoas do estágio de miséria absoluta e, ao mesmo tempo você levar 36 milhões de pessoas para a classe média brasileira não é pouca coisa. Gerar 15 milhões de empregos...

Martín Granovsky: Trinta e seis é quase uma Argentina.

Presidente Lula: É, quase uma Argentina. Criamos 15 milhões de empregos em oito anos. Ao mesmo tempo, fizemos programas que atendam à parte mais pobre da população, programas simples, mas programas objetivos, como o programa Bolsa Família, como o programa Luz para Todos, como o programa PPA, que é um programa de compra de alimentos, um programa para a Agricultura Familiar.

Essas são tomadas de decisões de políticas públicas que não estavam previstas no cenário político nacional. E eu acho que o povo brasileiro vive hoje mais feliz, vive melhor, e nós temos que ter consciência de que ainda falta muita coisa para fazer no Brasil, muita, mas muita coisa para fazer no Brasil. Eu espero que a companheira Dilma possa, nos próximos tempos, concluir o trabalho que nós começamos e que provamos que era possível ser feito no Brasil, e fizemos com muita força e, eu diria, com muita eficácia. Eu não quero ser presunçoso, mas eu acho que nós fizemos, do ponto de vista de política social, uma revolução aqui no Brasil, que ainda falta ser concluída. Tem muita coisa para fazer ainda, porque você não consegue desmontar todo o aparato de exclusão de 500 anos em oito anos. Mas nós temos uma base extraordinária, e eu acho que essa experiência precisa ser disseminada para outros países.

Porque algumas coisas são sagradas para nós. Você combinar crescimento econômico com inflação baixa, por exemplo. No Brasil, isso era impossível de acontecer. Você combinar aumento real dos salários e manter a inflação controlada, isso era impossível de acontecer no Brasil. Você manter uma política de exportação crescente e, ao mesmo tempo, uma política de fortalecimento do mercado interno brasileiro. Isso era impossível de acontecer!

Então, veja, todas essas coisas, todas essas coisas demonstram um grau de estabilidade nas políticas que nós fizemos, que se tiverem mais quatro ou mais oito anos de sequência nós certamente, dentro de pouco tempo, seremos a quinta economia do mundo, porque as condições estão colocadas.

E eu acho que isso tudo foi feito a partir da relação que nós estabelecemos com a sociedade. Eu tinha uma preocupação, antes de ser Presidente, que era a de definir qual seria a relação do estado com a sociedade e qual seria a relação do governo com a sociedade. Nós levamos algum tempo para que a parcela mais pobre da população, os trabalhadores organizados, começassem a ver, no exercício da Presidência, alguém deles. Hoje, milhões de brasileiros quando me vêem, eles me vêem com um deles que chegou lá, e isso deu mais credibilidade e dá mais possibilidade de a gente fazer mais coisas, e também mais irritação aos nossos adversários. Como os nossos adversários estão fragilizados nos seus partidos, utilizam de alguns meios de comunicação para fazer a grande oposição ao governo, e nós, ao invés de ficarmos nervosos, temos que ficar felizes, porque isso faz parte do processo democrático.

"Acabou o tempo em que a “casa grande” dizia o que a “senzala” tinha que fazer, acabou".

Eu digo sempre, acho que é importante dizer isso agora e não esperar outro momento, para dizer. Eu digo sempre que eu, às vezes, tenho a impressão de que tinha gente que tentava me provocar para que eu tentasse tomar uma atitude mais ríspida contra qualquer meio de comunicação, que eu tentasse fazer intervenção... E quanto mais eles me batiam, mais democracia; e quanto mais batiam, mais liberdade de expressão, até todo mundo perceber que só tem um juiz: é o leitor, o telespectador e o ouvinte. São eles que nos julgam. Ele só vai ler o que ele quiser ler e sabe interpretar, só vai assistir àquilo que assistir e sabe interpretar, e ele não quer mais intermediário, ele não quer mais o tal do formador de opinião pública. O cidadão coloca uma gravata, vai à televisão, dá uma entrevista e se autodenomina formador de opinião pública e acha que todo mundo vai segui-lo. Aí, você tem o presidente de uma Central Única, aqui no Brasil, que representa milhões de trabalhadores, esse não é formador. Então, essas coisas foram caindo por terra. O povo brasileiro não quer intermediário. Ele quer falar pela sua boca, enxergar pelos seus olhos e tomar decisões pela sua consciência. Acabou o tempo em que a “casa grande” dizia o que a “senzala” tinha que fazer, acabou.

"Na hora em que o povo for bem informado, todo mundo vai estar bem informado".

O povo brasileiro não tem possibilidade de ouvir os seus discursos, nem de ler. Só quem vai a um ato, então a imprensa fica um pouco de intermediária. Além de ser Presidente da República, tem a popularidade que tem. Só quem tem a chance de ir a um comício ou a um ato de governo tem a possibilidade de ouvi-lor. O senhor não acharia que seria necessário ter espaços em que o Presidente da República prestasse contas, falasse? Isso não é uma censura, uma limitação à liberdade de expressão, que a pessoa que é eleita e reeleita não possa... que seja às 3h da manhã do sábado, mas que diga: “Bom, na TV tal, o Presidente da República vai falar o que ele acha”. O senhor não acha que esse espaço é uma coisa que falta à democracia?

Presidente Lula: Olhe, eu temo por uma coisa oficial. Isso termina não tendo credibilidade. Pode até ter credibilidade durante um tempo, mas depois perde a credibilidade. Veja, eu tenho um programa de rádio de cinco minutos, toda segunda-feira, que eu já acho tempo para caramba. Eu gravo todo domingo à noite, e não é impositivo, ou seja, transmite quem quiser transmitir. Nós temos a NBR, que é uma televisão do governo, que ela divulga na íntegra as coisas que os governos faz, todo discurso meu é transmitido na íntegra, de onde eu estiver, de qualquer parte do mundo e do país. E ela é bem assistida por um grupo de pessoas que acompanham o governo.

E tem a TV pública que nós estamos construindo ainda, está em um processo de fortalecimento. Nós não queremos que a TV pública seja vista como um canal para transmitir atividades do Presidente. Nós não queremos, porque ninguém aguenta isso todos os dias. Acho que os meios de comunicação, todos eles, na hora em que todos nós tivermos compromisso com a verdade, nós estaremos contemplados. Na hora em que o povo for bem informado, todo mundo vai estar bem informado. Eu não acho que o Estado deva ter uma coisa oficial para transmitir. Acho que o Estado tem que ter uma TV pública que tenha uma programação de qualidade, competitiva no conteúdo, na forma. E acho que o Estado não deve nem competir com as privadas na questão de financiamento. O que o Estado precisa primar é, primeiro, pela pluralidade de informações, porque é isso que vai dar credibilidade ao Estado; e, ao mesmo tempo, pela seriedade das informações. A TV pública não tem que dizer que o presidente Lula está de terno branco ou de terno preto; que o Lula é bom de bola ou se ele é ruim de bola. Se tiver esse compromisso, pode ser que um presidente ou outro não goste, mas a democracia agradecerá.

Você sabe que eu primo muito a democracia, Emir, porque eu não sei se eu chegaria à Presidência se não fosse a democracia. Eu vejo, por exemplo, aquela foto do primeiro governo da Revolução Russa, você não tem um metalúrgico ali, na direção. E assim, normalmente, em várias revoluções, a direção é toda de classe média, intelectual... o peão está lá para trabalhar, tem pouca gente. Aí, aqui nós conseguimos democraticamente criar um partido com a maioria de trabalhadores, chegar à Presidência da República, em 20 anos. Eu lembro da primeira reunião que eu fiz, em junho de 1990, quando nós convocamos em São Paulo, no Hotel Danúbio, a primeira reunião da esquerda da América Latina. Por que, por que, hein?

Emir Sader: Oitenta...

Presidente Lula: Noventa. Eu tinha saído derrotado da eleição de [19]89, mas tinha saído fortalecido. Porque, em [19]82, eu fui candidato a governador de São Paulo, e eu fui o quarto colocado; eu tive 1.25 milhão de votos. E eu fiquei arrasado, eu me senti o mais insignificante dos seres humanos de ter tido só 1,25 milhão de votos. E o meu partido já tinha uma propaganda que era uma loucura, não poderia aparecer a gente falando na televisão. Aparecia uma voz dizendo o seguinte: “Luiz Inácio Lula da Silva: ex-tintureiro, ex-alfaiate, ex-engraxate, ex-torneiro mecânico, ex-sindicalista, ex-preso político. Um brasileiro igualzinho a você”. Aí, tinha outro que aparecia o seguinte: “Altino Dantas: filho de general, condenado a 96 anos de cadeia”. “Athos Magno: sequestrou o avião...” Ou seja, parecia mais um prontuário policial... boletim de ocorrência do que uma campanha política.

E eu, então, fiquei muito triste porque eu perdi para o Montoro. Aí, certa vez, eu fui a Cuba e, conversando com o Fidel, ele falou: “Ô Lula, você já se deu conta em que lugar do mundo um operário teve 1,25 milhão de votos? Não tem isso, Lula! Então, você tem que achar estupenda essa votação que você teve!”. E aí eu passei a achar que a minha derrota foi uma vitória. Então, em [19]89, eu tive 40 e poucos por cento dos votos no segundo turno, e eu achei que era possível a gente consolidar a democracia na América Latina. Então, convocamos todos os partidos de esquerda. Da Argentina vieram quatro ou cinco, da República Dominicana, dez ou 12, porque tinha grupos de esquerda de dois, de três... Eles não conversavam entre eles. Eu brinco sempre que a única coisa que unificava aquela esquerda ali era o Maradona, porque a Argentina estava na Copa do Mundo. E o que aconteceu? Nós tiramos o fórum de São Paulo, passamos a nos reunir e hoje todos os partidos chegaram ao poder.

Durante um encontro em El Salvador, eu não quis receber o Chávez. Não queríamos que ele participasse do fórum porque era golpista, na época. Então, hoje, você pega a América Latina, todo mundo que participou do Fórum de São Paulo chegou ao poder pela via do voto. Então, eu acho isso extraordinário. As pessoas aprenderam. Como é que um índio chegava ao poder na Bolívia se não fosse a participação popular? Eu acho que essa é a revolução: você pega Mandela na África do Sul, Evo Morales na Bolívia, Lula aqui no Brasil e Obama nos Estados Unidos. Não é pouca coisa os americanos votarem num negro para presidente. Primeiro houve uma revolução no partido Democrata, com a vitória dele sobre uma loira dos olhos azuis. Nada contra mulheres com os olhos azuis, porque a minha tem! E depois ganhar junto ao povo americano. Então, o Obama é um presidente que ele não precisa fazer muita coisa. Ele só tem que ter a ousadia que o povo americano teve ao votar nele. Só isso. Então, eu penso que a democracia está a todo vapor na nossa querida América Latina.

O senhor não caiu na provocação de parte dos meios de comunicação distorcendo a informação ou escondendo informação. Mas eu, observando de fora, me parece que são muito poucas as informações sobre o que o governo faz, o que considero uma obrigação jornalística. Esse tipo de comportamento seria uma marca do que é chamado por alguns de imprensa golpista no Brasil?

Presidente Lula: Eu não uso a palavra golpismo. Agora, para entender é preciso acompanhar a imprensa brasileira e ver o que tentaram fazer em 2005. A elite brasileira, em [19]54, levou Getúlio a se matar. É importante lembrar que eles diziam que Juscelino não podia ser presidente, não podia ser candidato, se fosse candidato não podia ganhar, se ganhasse, não podia tomar posse e se tomasse posse, não podia governar. Era isso que eles falavam do Juscelino em [19] 55, era isso! Essa mesma elite é a elite de hoje, às vezes, não representada pelos mais velhos, mas pelos mais novos, que herdaram não apenas o patrimônio, mas, às vezes, o mesmo comportamento e a consciência política. Esse é um dado, esse é um dado objetivo. Depois levaram João Goulart a renunciar, defenderam o golpe militar.

Bem, quando eu chego à Presidência, pensaram duas coisas: “Bom, vamos respeitar a democracia e vamos deixar o operário chegar lá”. O operário chegou, e eles torciam, acreditavam piamente que eu iria ser um fracasso total e absoluto, e que a esquerda e seu operário metalúrgico iriam sucumbir na incapacidade de governar o país. Era esse o pensamento. O que aconteceu? O operário deu certo e começou a fazer mais do que eles, e aí eles se quedaram nerviosos.

Bem, eu tenho um comportamento que vem desde o movimento sindical. A democracia, para mim, não é meia palavra. A democracia é uma palavra inteira, só que alguns entendem por democracia apenas o direito do povo gritar que está com fome, e eu entendo por democracia, não o direito de gritar, mas o direito de comer. Essa é a diferença fundamental, essa é a diferença fundamental. Democracia, para mim, é permitir o direito à conquista, e não permitir apenas o direito ao protesto. Então, esse é um tema delicado, é um tema delicado, é um tema nervoso.

Nós fizemos uma conferência de Comunicação aqui no Brasil, uma grande conferência de Comunicação. Participaram alguns donos de meios de comunicação, participou o pessoal da telefonia, participou tudo que é gente de movimento social, participaram os blogueiros, muita gente participou. Agora, alguns não quiseram participar, alguns não quiseram participar. Eu não vou ficar me queixando, aqui, mas você poderia acompanhar. Primeiro, o Emir deveria te convidar para fazer uma palestra aos donos de jornais para você poder dizer o que você disse aqui, que eles têm obrigação de informar. Aqui eles não acham que têm obrigação de informar. Muitas vezes têm obrigação de desinformar.

Pega as revistas e os jornais e veja o que fizeram nesses últimos tempos. Eu duvido que tenha havido um presidente que tenha tratado a democracia com a importância que eu tratei, porque eu sei o quanto ela é importante para mim. Mas alguns compreendem diferente, eu acho normal, acho... também isso é da democracia. Mas é importante compreender o que aconteceu no Brasil. O povo brasileiro levantou a cabeça, a autoestima num nível muito extraordinário, e eu penso que só vai melhorar. Quando a gente percebe que quanto mais pluralismo a gente tiver, quanto mais opções a gente tiver, mais bem informado o povo será, porque aí o povo tem uma cesta de informações.

Daí porque eu acho importante a revolução da internet, que muita gente ainda não compreende ou não quer compreender. Mas, hoje, tudo depois da internet está velho, tudo. Está tudo velho, porque a internet é tempo real, ou seja, eu acabo de dar uma entrevista coletiva, eu venho à minha sala, em 30 segundos, eu ligo lá, já estão todas as notícias no mundo inteiro. Não sei como é que o mundo vai sobreviver a essa avalanche de possibilidade de informações que a sociedade tem. As pessoas interagem, as pessoas interagem, as pessoas respondem, as pessoas criticam, as pessoas se sentem co-feitoras da notícia, então eu acho isso extraordinário.

O senhor mencionou o que ocorreu com Getúlio Vargas e responsabilizou as elites por muitos dos golpes de Estado cometidos e muitas das barbaridades que foram cometidas na América Latina. Há alguns dias, Noam Chomsky disse que o neoliberalismo e as transnacionais estão provocando maior destruição que a conquista colonial, e houve quem o tenha contestado...Mas ele insistiu...

Presidente Lula: Quem contestou?

Intelectuais o contestaram, entre eles gente da direita. Mas, de novo, surgiu essa questão das elites. O senhor alguma vez já desenvolveu isso, com relação às elites da América Latina e seus problemas de crescimento e de alcançar a democracia?

Presidente Lula: Apenas uma coisa para que a gente não cometa injustiça. É preciso diferenciar também que dentro da elite há vários setores. Você tem empresários brasileiros que são empresários de alta qualidade, empresários com uma forte visão nacional, com uma visão desenvolvimentista. Quando eu falo, eu falo da elite política, aqueles que decidem o destino do país. E na América Latina, nós tivemos uma mentalidade colonizada, até poucos dias. Até poucos dias, na Argentina, os governantes ficavam discutindo quem era mais amigo dos Estados Unidos, ou quem era mais amigo da Europa; aqui no Brasil, a mesma coisa. Vamos ser francos: depois do pequeno período Duhalde, com a entrada do Kirchner e da Cristina, você pode ter discordância – e é legítimo ter discordância –mas houve uma mudança na Argentina, com a visão dela do mundo de mais independência, de mais soberania. O mesmo aconteceu no Brasil, na Venezuela, no Equador, ou seja, está acontecendo no mundo.

"Eu nunca aceitei a idéia de ficar sentado sobre nossos erros, apenas criticando o imperialismo".

Então, o que eu acho? Eu nunca aceitei a idéia de ficar sentado sobre nossos erros, apenas criticando o imperialismo. “Ah, nós somos pobres por causa do imperialismo americano; nós estamos doentes por causa do imperialismo americano; não aconteceu por causa do imperialismo americano”. Isso é meia verdade. A outra verdade é que a elite política de cada país é que se subordinou quando não precisaria ser subordinada. Então, é mais fácil a gente ficar criticando os outros em vez de olhar os nossos defeitos.

Eu acho uma vergonha aquele muro do México e dos Estados Unidos. Acho uma vergonha, depois de toda a glorificação da derrubada do Muro de Berlim, a gente ter o muro do México e o muro de Israel. Acho muito feio para a humanidade. Eu acho que o único muro que nós deveríamos assimilar era a Muralha da China, que virou uma coisa turística. Os demais são muros segregadores, e ninguém fala nada, ninguém fala nada. Você não vê fotografia do muro separando o México dos Estados Unidos, nos meios de comunicação.

Acho isso grave. Acho que a gente não pode ficar jogando a culpa nos outros. Nós temos que saber o seguinte: onde nós falhamos, enquanto elite política, enquanto elite intelectual, enquanto povo, onde é que nós falhamos? Na construção da nossa imagem, da nossa personalidade, da nossa riqueza. Então, eu acho que essa é a discussão que nós precisamos fazer. Porque é muito fácil, por exemplo, o Chávez falar que a Venezuela era pobre por causa dos ianques, que estavam explorando lá, a PDVSA. Não, a Venezuela era pobre porque muita gente da elite da Venezuela se beneficiava com o comportamento dos americanos. Então, eu acho que essas coisas precisam ser ditas de forma muito categórica. Não foram os ianques que levaram a Bolívia ao empobrecimento. Eles podem ter feito políticas para a Bolívia, adotadas pela elite política da Bolívia, que levou o povo da Bolívia àquele empobrecimento. O que eu quero dizer é que a gente não pode apenas criticar os de fora sem compreender os serviçais de dentro.

Matéria publicada por Leda Ribeiro (Colaboradora do Blog)

Dilma Rousseff comemora decisão do Supremo

Dilma Rousseff comemora decisão do Supremo

FOTO: Roberto Stuckert Filho

30.09.2010

A candidata Dilma Rousseff comemorou hoje a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que derrubou com a exigência de apresentação do título de eleitor e mais um documento com foto para votar no domingo, dia 3. Por 8 votos a 2, os ministros concederam liminar contra a nova regra.

“A decisão mostra que essa não é uma concepção apenas do PT. Mostra a convicção do STF no sentido de que, no dia 3, a votação pode ser feita com o documento de identidade. Para nós, isso é muito importante porque facilita o ato de votar de milhões de brasileiros. Estamos de fato muito felizes com essa decisão”, disse, em entrevista coletiva no Rio de Janeiro, pouco antes do debate na TV Globo.

Ela lembrou que no Brasil as pessoas têm o hábito de ir votar com o documento de identidade, ou apenas com o título. Segundo Dilma, a mudança aprovada no Congresso e contestada pelo PT poderia causar uma confusão no eleitorado. “É lúcida a decisão do STF porque garante o direito constitucional de votar. Enfim, é uma decisão do Supremo e não discuto. Essa, eu comemoro”, concluiu.

Acompanhe aqui a cobertura diária da campanha de Dilma pelo Twitter.

Do Blog Presidente DILMA.

Alerta máximo na reta final!


Estou vendo muita gente preocupada com o sobe e desce das pesquisas eleitorais, mas tenho sérias razões para acreditar que esse não deve ser o foco de nossa atenção daqui até domingo.

Não devemos nos iludir com a relativa calmaria dos últimos dias. Nem nos esquecer da experiência de eleições passadas – entre as quais a de 1989 e a de 2006.

Enfrentamos em 2010 uma oposição que repete as práticas golpistas da velha UDN, reproduzindo a mesma aliança espúria com setores da imprensa carioca e paulista.

Seu método principal tem sido o de espalhar mentiras, calúnias e difamações, ora fabricando escândalos contra nós, ora espalhando boatos infames pela internet, ora ligando o PT a casos com os quais não temos qualquer relação – como na pane do Metrô de SP ou nos fatos recentes ocorridos no Tocantins.

De um modo geral, a investida tem surtido pouco efeito, mas nada indica que tenham jogado a toalha. Suspeito que tenham guardado os ataques mais pesados para a antevéspera do pleito, quando já não haverá o horário eleitoral para que possamos esclarecer a população.

Meu pressentimento aponta para algumas balas de prata que já devem estar no tambor.

Não me surpreenderei, por exemplo, se ocorrerem atos de sabotagem contra o sistema elétrico nacional, de maneira a provocar apagões localizados ou generalizados. Isso respingaria direto em nossa candidata, que foi ministra do setor.

Também não descarto a fabricação de depoimentos de encomenda para ligar o PT a atividades ilegais, como o crime organizado e o tráfico de drogas. Já aconteceu outras vezes; pode muito bem acontecer de novo agora.

Portanto, companheiras e companheiros, tratemos de manter a tropa em alerta máximo, com o ouvido atento e os olhos bem abertos. O histórico udenista mostra que a guerra suja é sempre uma possibilidade. Devemos estar preparados para enfrentá-la.

Francisco Rocha é dirigente nacional do PT.

Programa de TV - Tarde - 30/09 DILMA e LULA



Também do Blog Presidente DILMA.

Eleitor vai precisar apenas de documento com foto

Eleitor vai precisar apenas de documento com foto

FOTO: Agência Brasil

30.09.2010

Para votar na candidata Dilma Rousseff, o eleitor vai precisar apenas de um documento oficial com foto, segundo decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), nessa quinta-feira (30). A determinação de apresentar dois documentos na hora de votar, o título e mais um documento oficial, foi fixada pela minirreforma eleitoral, aprovada pelo Congresso Nacional no ano passado.

Dos dez ministros do SFT, apenas Gilmar Mendes e Cezar Peluso votaram a favor da obrigatoriedade do Título de Eleitor para o voto.

Mais de 135 milhões eleitores são aguardados em todo o Brasil no próximo domingo, dia 3 de outubro. A votação começa às 8h da manhã e vai até às 17h.

Cada eleitor vai escolher seis candidatos: presidente, governador de estado, dois senadores, deputado federal e deputado estadual ou distrital.

Acompanhe aqui a cobertura diária da campanha de Dilma pelo Twitter.

Do Blog Presidente DILMA.

Tracking Vox/Band/iG: Dilma mantém 55% dos votos válidos

A três dias da ida às urnas, cenário da disputa permanece estável na medição diária realizada pelo instituto

Rodrigo Rodrigues, iG São Paulo | 30/09/2010 17:22

Faltando apenas três dias para as eleições, o cenário da disputa presidencial permanece estável, dando à candidata do PT, Dilma Rousseff, 55% dos votos válidos no tracking Vox Populi/Band/iG. A conta, que exclui os votos nulos e em branco, mantém a perspectiva de uma vitória da petista ainda no primeiro 1°turno, segundo o Vox Populi. Se a eleição fosse hoje, o tucano José Serra teria 29% dos votos válidos e a candidata do PV, Marina Silva, 13%.

Para vencer no primeiro turno, a candidata do PT precisa obter 50% dos votos válidos mais um.
Quando é analisado o total de intenções de voto, Dilma continua com 49%, mesmo patamar registrado nos últimos cinco dias. O candidato do PSDB, José Serra, aparece na segunda colocação, mantendo 26% da preferência do eleitorado, mesmo índice registrado na medição de ontem.

Marina também continuou com 12% das intenções de voto na medição de hoje, mesmo patamar do dia anterior. Os outros candidatos, juntos, alcançaram 1% dos entrevistados pelo instituto. Ainda segundo o Vox Populi, 4% dos entrevistados pretendem votar em branco no próximo domingo e 8% se declaram indecisos.

Cenário regional

No atual cenário, Dilma mantém dez pontos de vantagem em relação à soma de todos os adversários. O melhor cenário para a candidata petista é o Nordeste, onde ela tem 64% das preferências – contra 18% de Serra e 7% de Marina.

No Sudeste, onde Dilma chegou a ter 48% das intenções de voto há dez dias, o índice chega agora a 42%. Ela oscilou um ponto percentual positivo em relação a ontem, tirando um ponto da candidata do PV, Marina Silva, que oscilou de 16% para 15%.

O maior avanço de Dilma na comparação com a medição de ontem foi no Sul, onde ela passou de 46% para 49%, oscilando além da margem de erro. Nessa mesma região Serra passou de 36% para 32% e Marina se manteve com 6%.

O tracking Vox/Band/iG conta com 2.000 entrevistas, sendo que um quarto dessa amostra é renovada diariamente. A pesquisa é registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número 27.428/10.

Do Portal do IG.

Dilma mantém 55% dos votos válidos: Tracking Vox/Band/iG

Tracking Vox/Band/iG: Dilma mantém 55% dos votos válidos

A três dias da ida às urnas, cenário da disputa permanece estável na medição diária realizada pelo instituto

Rodrigo Rodrigues, iG São Paulo | 30/09/2010 17:22

Faltando apenas três dias para as eleições, o cenário da disputa presidencial permanece estável, dando à candidata do PT, Dilma Rousseff, 55% dos votos válidos no tracking Vox Populi/Band/iG. A conta, que exclui os votos nulos e em branco, mantém a perspectiva de uma vitória da petista ainda no primeiro 1°turno, segundo o Vox Populi. Se a eleição fosse hoje, o tucano José Serra teria 29% dos votos válidos e a candidata do PV, Marina Silva, 13%.

Para vencer no primeiro turno, a candidata do PT precisa obter 50% dos votos válidos mais um.
Quando é analisado o total de intenções de voto, Dilma continua com 49%, mesmo patamar registrado nos últimos cinco dias. O candidato do PSDB, José Serra, aparece na segunda colocação, mantendo 26% da preferência do eleitorado, mesmo índice registrado na medição de ontem.

Marina também continuou com 12% das intenções de voto na medição de hoje, mesmo patamar do dia anterior. Os outros candidatos, juntos, alcançaram 1% dos entrevistados pelo instituto. Ainda segundo o Vox Populi, 4% dos entrevistados pretendem votar em branco no próximo domingo e 8% se declaram indecisos.

Cenário regional

No atual cenário, Dilma mantém dez pontos de vantagem em relação à soma de todos os adversários. O melhor cenário para a candidata petista é o Nordeste, onde ela tem 64% das preferências – contra 18% de Serra e 7% de Marina.

No Sudeste, onde Dilma chegou a ter 48% das intenções de voto há dez dias, o índice chega agora a 42%. Ela oscilou um ponto percentual positivo em relação a ontem, tirando um ponto da candidata do PV, Marina Silva, que oscilou de 16% para 15%.

O maior avanço de Dilma na comparação com a medição de ontem foi no Sul, onde ela passou de 46% para 49%, oscilando além da margem de erro. Nessa mesma região Serra passou de 36% para 32% e Marina se manteve com 6%.

O tracking Vox/Band/iG conta com 2.000 entrevistas, sendo que um quarto dessa amostra é renovada diariamente. A pesquisa é registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número 27.428/10.

Do Portal do IG.

Morre Tony Curtis, ator de ‘Quanto mais quente melhor’

AE-AP – Agência Estado

O ator norte-americano Tony Curtis morreu ontem aos 85 anos, informou hoje o juiz investigador Mike Murphy. Curtis foi coprotagonista, em 1959, de uma das comédias mais aclamadas da história do cinema, “Quanto mais quente melhor”, de Billy Wilder, quando contracenou com Marilyn Monroe e Jack Lemmon. A morte ocorreu às 21h25 (horário local) na casa do artista em Las Vegas, por uma parada cardíaca. Curtis já havia sido submetido a uma cirurgia cardíaca, em 1994, quando recebeu uma ponte de safena.

Ele começou sua carreira como um galã na década de 1950, mas se converteu em intérprete respeitado graças a filmes como “Acorrentados” (1958) e “A embriaguez do sucesso” (1957). Por “Acorrentados”, recebeu uma indicação ao Oscar de melhor ator, por seu papel de um racista convicto algemado a um fugitivo negro, interpretado por Sidney Poitier.

Curtis era considerado um ator versátil, pois brilhou em papéis diversos, entre eles um agente corrupto em “A embriaguez do sucesso” e um galã romântico na comédia “Quanto mais quente melhor”. Sua primeira esposa foi a atriz Janet Leigh, com quem teve uma filha, a também atriz Jamie Lee Curtis.

Após superar uma batalha contra o álcool e as drogas, o ator retornou à televisão e ao cinema e virou pintor. Seus quadros chegaram a ser vendidos por US$ 20 mil. Ele trabalhou ainda em filmes como “Spartacus”, de Stanley Kubrick, em 1960, e Pavilhão 7, dirigido por David Miller, em 1963.


Postado por Luis Favre
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Também do Blog do Favre.

Na reta final: O que pode e o que não pode, nas campanhas eleitorais

1- VÉSPERA DA ELEIÇÃO (02 DE OUTUBRO):

CARREATAS, PASSEATAS, CARROS DE SOM E PANFLETOS:

Permite-se até às 22 horas do dia que antecede a eleição (02 de outubro), a distribuição de material gráfico (panfletos, santinhos), caminhada, carreata, passeata ou carro de som que transite pela cidade divulgando jingles ou mensagens de candidatos. ATENÇÃO: os microfones não podem ser usados para transformar o ato em comício (art. 10, § 6º da Res. 23.191/09).

2- DIA DA ELEIÇÃO

DOMINGO – 1º turno (03 de outubro) e 2º turno (31 de outubro)

É CRIME ELEITORAL: (art. 54, I, II e III da Res. 23.191/09)

  • o uso, no dia da eleição, de alto-falantes e amplificadores de som ou a promoção de comício ou carreata (Lei nº 9504/97, art. 39, § 5º, I);
  • a arregimentação de eleitor ou a propaganda de boca de urna (Lei n.º 11.300/06 e Lei nº 9504/97, art. 39, § 5º, II);
  • a divulgação de QUALQUER ESPÉCIE de propaganda de partidos políticos ou de seus candidatos (Lei nº 9504/97, art. 39, § 5º, III).
  • o uso de vestuário ou objeto que contenha qualquer propaganda de partido político, de coligação ou de candidato, por servidores da Justiça Eleitoral, mesários e escrutinadores, no recinto das seções eleitorais e juntas apuradoras (Lei 9.504/97, art. 39-A, § 2º).

MANIFESTAÇÃO SILENCIOSA E INDIVIDUAL:

Não caracteriza o crime eleitoral acima previsto a manifestação individual e silenciosa da preferência do cidadão por partido, coligação ou candidato, revelada EXCLUSIVAMENTE no uso de bandeiras, broches ou dísticos e pela utilização de adesivos em veículos particulares, não se admitindo aglomerações de pessoas portando vestuário padronizado e os instrumentos de campanha acima enunciados, de modo a caracterizar manifestação coletiva, com ou sem utilização de veículos (Lei nº 9.504/97, art. 39-A, caput e art. 49, § 1º da Res.23.191/09).

Crachás e camisetas de fiscais: Aos fiscais partidários, nos trabalhos de votação, somente é permitido que de seus crachás constem o nome e a sigla do partido político ou coligação a que sirvam, vedada a padronização do vestuário, portanto, proibida a utilização de camisetas da mesma cor (art. 49, § 3º da Res. 23.191/09).

3- NÃO ESQUEÇAM:

PROIBIDA a confecção, utilização, distribuição por comitê, candidato, ou com a sua autorização, de camisetas, chaveiros, bonés, canetas, brindes, cestas básicas ou quaisquer outros bens ou materiais que possam proporcionar vantagem ao eleitor (art. 10, § 3º da Res. 23.191/09 e art. 39, § 6º da Lei n.º 9.504/97). Vale dizer, é proibida a confecção, distribuição e utilização de camisetas, durante toda a campanha eleitoral, com propaganda do nome ou número do candidato, bem como a confecção, distribuição e utilização de brindes com o nome ou número do candidato, ou seja, qualquer bem ou material que tenha algum valor e que possa proporcionar vantagem ao eleitor.

PROIBIDO o oferecimento de troféus, prêmios, ajudas de quaisquer espécies feitas por candidato, entre o registro e a eleição, a pessoas físicas ou jurídicas.

ALTO FALANTES NOS COMITÊS:

PODEM funcionar até a véspera das eleições (02 de outubro), das 08 às 22 horas, nas sedes e dependências, assim como em seus veículos ou à sua disposição, em território nacional, com observância da legislação comum, desde que estejam distantes, no mínimo, a 200 metros das Sedes dos Executivo e Legislativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e respectivas Prefeituras Municipais; dos órgãos e Tribunais Judiciais; dos quartéis e outros estabelecimentos militares; dos hospitais e casas de saúde; das escolas, bibliotecas públicas, igrejas e teatros quando em funcionamento (art. 10, inciso II, § 1º e 2º da Res. 23.191/09).

CAVALETES:

Devem ser retirados das vias públicas até 22 horas da véspera das eleições. NO DIA DA ELEIÇÃO É CRIME ELEITORAL QUALQUER ESPÉCIE DE PROPAGANDA ELEITORAL. O eleitor que colocar cavalete de candidato NO DIA DA ELEIÇÃO, além de sujeitar o candidato à multa, poderá ser detido e responder por crime eleitoral.

NA IMPRENSA ESCRITA:

É permitida a divulgação paga, na imprensa escrita, até a antevéspera das eleições (01/10), de ATE 10 (dez) anúncios de propaganda eleitoral, por veículo, em datas diversas, de propaganda eleitoral no espaço máximo a ser utilizado por edição, para cada candidato, de 1/8 de página de jornal padrão e de ¼ de página de revista ou tablóide.

SITES NA INTERNET:

Os sites e blogs de PARTIDOS E CANDIDATOS NÃO PRECISAM SAIR DO AR antes das eleições. A Lei 12.034 aprovada em 2009 trouxe dispositivo específico, que foi reproduzido no artigo 82 da Resolução 23.191 (de Propaganda).

NÃO HÁ NECESSIDADE DE RETIRAR OS SITES DO AR.

ATENÇÃO PARA UMA RECOMENDAÇÃO IMPORTANTE: NO DIA DA ELEIÇÃO é crime eleitoral a DIVULGAÇÃO de qualquer espécie de propaganda de partidos ou candidatos. O site ou o blog não pode, portanto, ser alimentado com NOVAS propagandas. Recomendamos, assim, que NO DIA DA ELEIÇÃO não haja qualquer ATUALIZAÇÃO dos sites e blogs. Quaisquer modificações sobre PROPAGANDA devem ser efetuadas até a meia noite da véspera.

Lei 12.034/09:

Art. 7o Não se aplica a vedação constante do parágrafo único do art. 240 da Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965 – Código Eleitoral, à propaganda eleitoral veiculada gratuitamente na internet, no sítio eleitoral, blog, sítio interativo ou social, ou outros meios eletrônicos de comunicação do candidato, ou no sítio do partido ou coligação, nas formas previstas no art. 57-B da Lei no 9.504, de 30 de setembro de 1997.

Código Eleitoral:

Art. 240. A propaganda de candidatos a cargos eletivos somente é permitida após a respectiva escolha pela convenção. (Vide Lei nº 12.034, de 2009)

Parágrafo único. É vedada, desde quarenta e oito horas antes até vinte e quatro horas depois da eleição, qualquer propaganda política mediante radiodifusão, televisão, comícios ou reuniões públicas.

Lei 9504/97:

Art. 39-A. É permitida, no dia das eleições, a manifestação individual e silenciosa da preferência do eleitor por partido político, coligação ou candidato, revelada exclusivamente pelo uso de bandeiras, broches, dísticos e adesivos. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

Art. 57-B. A propaganda eleitoral na internet poderá ser realizada nas seguintes formas: (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009) (Vide Lei nº 12.034, de 2009)

I – em sítio do candidato, com endereço eletrônico comunicado à Justiça Eleitoral e hospedado, direta ou indiretamente, em provedor de serviço de internet estabelecido no País; (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

II – em sítio do partido ou da coligação, com endereço eletrônico comunicado à Justiça Eleitoral e hospedado, direta ou indiretamente, em provedor de serviço de internet estabelecido no País; (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

III – por meio de mensagem eletrônica para endereços cadastrados gratuitamente pelo candidato, partido ou coligação; (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

IV – por meio de blogs, redes sociais, sítios de mensagens instantâneas e assemelhados, cujo conteúdo seja gerado ou editado por candidatos, partidos ou coligações ou de iniciativa de qualquer pessoa natural. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

Art. 57-C. Na internet, é vedada a veiculação de qualquer tipo de propaganda eleitoral paga. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

§ 1o É vedada, ainda que gratuitamente, a veiculação de propaganda eleitoral na internet, em sítios: (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

I – de pessoas jurídicas, com ou sem fins lucrativos; (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

II – oficiais ou hospedados por órgãos ou entidades da administração pública direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

§ 2o A violação do disposto neste artigo sujeita o responsável pela divulgação da propaganda e, quando comprovado seu prévio conhecimento, o beneficiário à multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 30.000,00 (trinta mil reais). (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009

Atenciosamente,

Assessoria Juridica DN/PT

Postado por Luis Favre
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Do Blog do Favre.

Gilmar Mendes bem que tentou ajudar Serra


Gilmar Mendes, atendendo pedido de Serra, votou pela exigência de apresentação de dois documentos na hora de votar nas eleições de Domingo, não obstante, saiu vencido e prevaleceu o voto da ampla maioria que, ao dar entendimento conforme à Constituição Federal, decidiu que o eleitor pode votar sem necessidade de apresentar dois documentos, bastando tão-somente apresentar um documento oficial com foto.A democracia agradece.

STF: Gilmar Mendes e José Serra perderam e de goleada

O STF retomou o julgamento da exigência de apenas 1 documento para votar, após o mal-estar generalizado causado por Gilmar Mendes, ao paralisar a votação, pedindo uma inexplicável vista do processo.


O assunto ganhou ares de crise institucional quando notícias de hoje, deram conta de que o ato de Gilmar, com forte conotação política, se deu após um telefonema de José Serra (PSDB), testemunhado por jornalistas.

Falou-se nos corredores do STF em impeachment (expulsão) de Gilmar Mendes do Supremo. Até a OAB manifestou-se contrariada.

Com isso, a votação foi retomada hoje, e Gilmar Mendes destoou de todos os demais, votando por manter dois documentos na eleição.

Celso de Mello foi o nono a votar, e acompanhou os outros 7 votos, defendendo o fim de dois documentos para votar.

O placar de 7 x 0 ontem já garantia com folga a decisão de que os eleitores que não encontrarem o título de eleitor, poderão votar com outro documento de identidade com foto (como já acontecia nas eleições passadas).

O pedido de vistas feito por Gilmar Mendes, soou como manobra para impedir a decisão de vigorar nas eleições de domingo. A retomada da votação desmanchou qualquer manobra.

STF derruba exigência de dois documentos para votar

30 de setembro de 2010 16h42 atualizado às 16h48

Laryssa Borges
Direto de Brasília

Por oito votos a dois, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou nesta quinta-feira (30) a dupla exigência de apresentação do título de eleitor e de outro documento oficial com foto para que o eleitor possa votar no pleito de outubro. Apenas os ministros Gilmar Mendes e Cezar Peluso se manifestaram em favor da cobrança dos dois documentos de identificação por considerarem que essa obrigatoriedade não representaria afronta à Constituição.

Pelo entendimento vencedor, cada eleitor poderá votar ainda que não estiver portando o título, mas precisa apresentar um documento de identificação oficial com foto para ter direito a depositar seus votos na urna eletrônica.

Em uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI), o Partido dos Trabalhadores (PT), ao questionar a necessidade de exigir do eleitor um documento com foto além do título eleitoral, argumentou que a obrigatoriedade de dupla documentação representava "cerceamento legal ao direito político do cidadão" e "burocracia desnecessária no momento da votação", violando o princípio constitucional da universalidade do sufrágio.

A estratégia dos petistas se baseia no fato de que a candidata do partido à presidência da República, Dilma Rousseff, tem forte preferência do eleitorado de mais baixa renda, que poderia não ter os dois documentos para votar e eventualmente representariam maior índice de abstenção no pleito.

Relatora do caso, a ministra Ellen Gracie defendeu no primeiro dia de julgamento, nesta quarta-feira (29), que o eleitor não poderia ser barrado por não portar os dois documentos na hora da votação. "A apresentação do título não oferece qualquer garantia de lisura ao processo eleitoral. Estou convicta que a norma jurídica contestada (...) estabeleceu na verdade a obrigatoriedade de um documento oficial de identificação com foto. A presença do titulo eleitoral, a praxe, não é tão indispensável quanto a identificação com fotografia", afirmou a ministra, que teve a tese seguida por outros sete colegas de Plenário.

"É dentro da perspectiva da extensão da teoria do desvio de poder que o Estado não dispõe de competência para legislar ilimitadamente, de forma imoderada. O direito ao voto é mais importante do que portar o título naquele momento (do voto)", resumiu o decano do STF, Celso de Mello.

Em sentido contrário, o presidente do STF, Cezar Peluso, criticou a decisão de abolir a dupla exigência de documentação, afirmando que, com essa proposta, a Suprema Corte "acabou de decretar o fim do título eleitoral". "Não encontro ofensa a nenhuma norma constitucional. O título de eleitor é o título jurídico que prova a condição de eleitor, de alguém que está inscrito em uma determinada seção. Não é lembrete de local de votação", disse, observando que exigir os dois documentos não poderia ser considerado "desproporcional, desmedido ou irrazoável".

Também voto vencido, o ministro Gilmar Mendes admitiu que a obrigatoriedade de se portar dois documentos oficiais, sendo um com foto, poderia gerar "inconveniência" e "atrapalhos" aos eleitores, mas disse que isso não significaria violação à Constituição Federal. "Pode ser que tenhamos uma lei que apresente inconvenientes, mas não é per se inconstitucional", salientou Mendes.

Redação Terra

Santayana analisa Marina. Made in USA

Cameron e Al Gore adoram a Marina

O Conversa Afiada republica texto de Mauro Santayna:

As duas faces da candidata


Jornal do Brasil


O SÚBITO INTERESSE, de alguns meios de comunicação e de setores empresariais poderosos, pela candidatura da senadora Marina Silva, recomenda aos nacionalistas brasileiros alguma prudência. A militante ecológica é apresentada ao país como a menina pobre, da floresta profunda, que só se alfabetizou aos 16 anos e fez brilhante carreira política. Tudo isso é verdade, mas é preciso saber o que pensa realmente a senadora do Brasil como um todo.


Convém lembrar que a senhora Silva (que hoje se vale do sobrenome comum para atacar Dilma Rousseff) esteve associada a entidades internacionais, e recebeu o apoio declarado de personalidades norte-americanas, como Al Gore e o cineasta James Cameron.


James Cameron, autor de um filme de forte simbolismo racista e colonialista, Avatar, intrometeu-se em assuntos nacionais e participou de encontro contra a construção da represa de Belo Monte. A respeitável trajetória humana da senadora pelo Acre não é bastante para faz er dela presidente da República. Seu comportamento político , ao longo dos últimos anos, suscita natural e fundada desconfiança dos brasileiros.


Seus admiradores estrangeiros pregam abertamente a intervenção na Amazônia, “para salvar o mundo”. Não são os ocupantes do vasto território que ameaçam o mundo. São as grandes potências, com os Estados Unidos de Gore em primeiro lugar, que, ao sustentar grandes e bem equipados exércitos, pretendem governar todos os povos da Terra.


Al Gore, que festejou a candidatura verde, é o mesmo que pron unciou, com todas as sílabas, uma frase reproduzida pela imprensa: “Ao contrário do que os brasileir os pensam, a Amazônia não é só deles, mas de todos nós”. Desaforo maior é difícil. Ninguém, de bom senso , quer destruir a Natureza, e será necessário preservar a vida em todo o planeta, não só na Amazônia.


A senadora Marina Silva tem sido interlocutora ativa das ONGs internacionais, tão zelosas em defender os índios da Amazônia e desdenhosamente desinteressadas em ajudar os nativos da região de Dourados, em Mato Grosso do Sul, dizimados pela doença, corrompidos pelo álcool e, não raras vezes, assassinados por sicários. Argumente-se, em favor da senadora, que o seu fervor quase apostólico na defesa dos povos da Floresta dificulta-lhe a visão política geral.


Mas seu apego a uma só bandeira, a da ecologia radical, e o fundamentalismo religioso protestante que professa, reduz em as perspectivas de sua candidatura. Com todos os seus méritos e virtudes, não é provável que entenda o Brasil em toda a sua complexidade, em toda a sua inquietude intelectual, em toda a sua maravilhosa diversidade regional. As conveniências da campanha eleitoral já a desviaram de alguns de seus compromissos juvenis.


Esse seu pragmatismo está merecendo a atenção do ex-presidente Fernando Henrique, que pretende um segundo turno com a aliança entre Serra e Marina. Como sempre ocorre com os palpites políticos do ex-presidente, essa declaração é prejudicial a Serra e, provavelmente, também a Marina. Ela, vista por muitos como inocente útil daqueles que nos querem roubar a Amazônia, é vista pelo ex-presidente como inocente útil da candidatura dos tucanos de São Paulo .


É possível desculpar a ingenuidade na vida comum, mas jamais aceitá-la quando se trata das razões de Estado. José Serra poderia ter tido outro desempenho eleitoral, se tivesse desouvido alguns de seus aliados, como Fernando Henrique, que lhe debitou a política de privatizações, e Cesar Maia, que lhe impôs o inconveniente e troglodita Indio da Costa como vice. O apego de Marina a uma só bandeira e o fundamentalismo religioso não a ajudam.


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Do Blog CONVERSA AFIADA.

Lula faz alerta contra boatos que os tucanos espalham na internet



Boatos tentam desestabilizar reta final da campanha de Dilma. A quem interessa? Quem é o político que sempre jogou sujo em todas as eleições? Qual é o nome do partido da baixaria?

Uma falsa declaração atribuída à candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, circula na internet com o fim de desestabilizar a candidatura da petista nesta reta final da campanha, a cinco dias da eleição. De acordo com e-mails e mensagens repassadas pela web, Dilma, que lidera a disputa de acordo com todos os institutos de pesquisas, teria dito: “nem mesmo Cristo me tira essa vitória. As pesquisas comprovam o que eu estou dizendo, vou ganhar no primeiro turno”.

A declaração, no entanto, nunca existiu, de acordo com a equipe de campanha de Dilma, e se deve ao “jogo baixo” utilizado por José Serra desesperado ao ver sua campanha naufragar.

Dilma NUNCA nunca deu esta declaração.

- É uma calúnia. Dilma respeita todas as religiões e jamais usaria o nome de Cristo em vão. Ainda mais com esse tom de arrogância, que não é do temperamento dela, muito menos de soberba com os eleitores.

Diferentemente da declaração atribuída a ela, a candidata do PT tem dito, sempre que questionada, que pesquisa não ganha eleição e a definição só ocorre no dia 3 de outubro, quando os eleitores forem às urnas.

Em campanha em Curitiba (PR), em julho,Dilma negou qualquer “salto alto”.

- Ninguém pode subir no salto alto e sair por aí achando que já ganhou. Até o dia 3 de outubro, muita água vai rolar debaixo da ponte.

A declaração foi repetida em evento de campanha em Mauá, na grande São Paulo, no dia 21 de agosto.

- Eleição a gente não ganha com pesquisa. Eleição a gente ganha respeitando o voto do povo brasileiro. Peço para vocês muita atenção, muito empenho e muita garra, porque, de hoje até o dia 3, nós vamos disputar cada voto disse Dilma.

Eleição deve se definir no primeiro turno


Mair Pena Neto, Direto da Redação

“As pesquisas eleitorais recentes mostram que Dilma Rousseff caiu um pouco, Marina Silva subiu um pouco e José Serra ficou estável. Se as eleições fossem hoje, Dilma venceria no primeiro turno, cenário que se desenhou após o início da propaganda eleitoral, quando ficou claro para quem ainda tinha dúvidas que ela é a candidata apoiada pelo presidente Lula e comprometida em levar seu projeto adiante.

Serra ainda tentou tirar uma casquinha da popularidade de Lula, chegando a colocar uma imagem do presidente em seu programa, enquanto renegava Fernando Henrique Cardoso, de quem foi ministro, mas a estratégia falhou. Assim como falharam todas as estratégias da campanha tucana, que jamais revelou sua proposta, e ficou centrada na suposta capacidade de realização de seu candidato, o que nunca se confirmou em suas passagens pelo executivo paulista, como gosta de proclamar.

A pesquisa CNI/Ibope acaba de apontar que 93% afirmaram que Dilma é a candidata de Lula, e 1% disseram que o escolhido do presidente é Serra. Nenhum entrevistado considerou Marina a candidata de Lula. O resultado confirma que Serra tentou se passar como o sucessor escolhido por Lula, uma atitude de desonestidade política à toda prova.

Mas voltando às pesquisas, tudo se encaminha para uma vitória de Dilma no primeiro turno. Desde que se estabeleceu na liderança da disputa, Dilma se estabilizou na faixa dos 50%, Serra na faixa dos 20%, e Marina entre os 10%. As oscilações sempre ficaram na margem de erro das pesquisas, e Marina parece ter conseguido uma melhora nessa reta final, não se sabe se por seus próprios méritos, por uma transferência de votos dos desiludidos com Serra ou por um movimento artificial insuflado pelos interessados em levar a eleição ao segundo turno.

A maioria dos institutos mostra Dilma com boa vantagem sobre os demais candidatos e vencendo a eleição no dia 3 de outubro. A exceção é o Datafolha, mas este instituto está com sua credibilidade seriamente afetada nesta eleição. Primeiro, tentou sustentar uma liderança de Serra, quando os demais institutos já mostravam Dilma abrindo vantagem, e depois precisou fazer manobras para explicar como a candidata do governo tinha conseguido ficar tão à frente. Enquanto os gráficos de alguns institutos mostravam um desenho em "x", com Serra caindo e Dilma subindo, o gráfico do Datafolha se manteve por um bom tempo num emaranhado de altos e baixos que só ele viu.”
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