A jornalista Vera Guimarães Martins, ombudsman da Folha de S. Paulo, usa
sua coluna deste domingo 7
para tratar da reformulação do jornal impresso, que perdeu cadernos e
ficou mais fino. Ela destaca "raiva, desencanto e perplexidade" de
dezenas de leitores e avalia que "não será fácil conciliar consistência
informativa e analítica num espaço cada vez mais reduzido". Leia alguns
trechos:
Há muita especulação sobre o fim do jornal impresso, e a migração
para o digital é um dos cenários à frente — mas não consta que seja
para tão já. Nem é certo que ela venha a coroar a morte do impresso. É
mais provável que ele continue vivo, servindo a um leitorado menor, que
quer ir além da balbúrdia da internet e busca um conteúdo selecionado,
com menos assuntos, mas maior profundidade, consistência noticiosa e
muita análise.
Esse redesenho até agora não deu as caras. Da lista de intenções
traçadas acima, só a redução de conteúdo está em vigor, reclamam com
razão os leitores. Os textos estão cada vez mais curtos, e as
reportagens se resumem ao arroz-com-feijão disponível na rede. As
análises, antes obrigatórias nos temas mais importantes, praticamente
sumiram após alguns poucos anos de experimentação.
De acordo com Vera, "o desafio agora é repensar o impresso à luz dessa
lógica e com clareza coletiva de propósitos". A jornalista prevê que,
"se continuar como está ou não for eficiente na transição da cobertura,
a Folha será enxuta, mas corre o risco de ficar cada vez mais
dispensável".
No 247
Postado por
z carlos
às
18:00
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Do Blog CONTEXTO LIVRE.