Lula, enquanto personalidade política, e o PT nasceram da necessidade dos trabalhadores de estabelecer o diálogo e fazer exigências a um poder ditatorial em tempos difícieis. Organizando os trabalhadores em um novo sindicalismo, conseguiram melhorar a situação daqueles a quem representavam e ajudaram a construir a democracia.
Hoje no poder, Lula e o PT são novamente reconhecidos por sua capacidade de diálogo e de achar pontos de convergência entre interesses que antes apareciam como divergentes. Assim criaram arenas de formulação de política social e industrial participativas, onde se encontravam representantes dos empresarios e dos trabalhadores. Conseguiram aumentar os salários e turbinar a economia, agradando aos trabalhadores e às empresas.
No plano internacional, alçaram o país a um novo patamar. O Brasil passou a considerado como um ator importante nas negociações sobre mudanças climáticas, sobre a reforma no sistema financeiro internacional, sobre a constituição de novas arenas internacionais de resolução de conflitos. Assim como na época da ditadura, hoje no cenário internacional, Lula negocia com atores muito mais poderosos. Porém sabe negociar de igual para igual, sabe escutar e se fazer escutado, sabe representar interesses que vão muito além de seus interesses pessoais. Graças à capacidade de diálogo de Lula, o Brasil foi alçado à posição de representante dos países emergentes, pelos próprios países emergentes, que vêem em seu discurso improvisado um reflexo de suas aspirações de igualdade e justiça.
E o Serra? O Serra foi sempre um radical de balcão. Assim como FHC, acha que tem a solução para todos os problemas do mundo dentro de sua cabeça, não precisa dialogar verdadeiramente com a sociedade, precisaria apenas passar a imagem correta para convencê-los. Às véspera do golpe de 64, fez um discurso radical em praça pública, como presidente da UNE. Mas foi um dos primeiros a fugir depois do golpe, enquanto que o grupo por ele fundado aqui no Brasil começou a praticar ações terroristas.
Hoje é conhecido dentro de seu próprio partido pela total incapacidade de estabelecer o diálogo. Dividiu em dois o PSDB paulista, é ódiado pelos principais cacifes do partido do Nordeste. Seu padrinho político atual, FHC, o classificou como uma "alma atormentada". Seus oponentes afirmam que ele costuma perseguir politicamente quem não gosta e que liga para as redações de jornais reclamando de quem fala mal dele. Ocupava a liderança das pesquisas para presidente há dois meses atrás, e mesmo assim não conseguiu ninguém que aceitasse ser candidato a vice na chapa dele. Agora, quando finalmente teve que "apontar" alguém para vice, criou mais discórida. Seu principal aliado, o DEM, partido formado pelos restos da ditadura que Serra um dia disse combater, reclamou da falta de diálogo. Esse é o Zé Alagão. Incapaz de diálogo com os próprios aliados. Quer "dominar" o país. Em um mês de campanha já conseguiu criticar publicamente o governo de diversos países que são importantes aliados econômicos do Brasil. Imaginem o estrago que ele fará para a nossa imagem e para nosso povo.
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