domingo, 4 de julho de 2010
O jornal de campanha de José Serra se rende ao volume de investimentos recorde do governo Lula, e ainda exalta o PAC que vem se consolidando, conforme demonstra o texto a seguir da Folha de S.Paulo.
Ainda distantes das metas oficiais e das necessidades da produção nacional, os investimentos do governo Luiz Inácio Lula da Silva fecharam o primeiro semestre do ano no maior patamar desde o restabelecimento das eleições presidenciais no país.
Os investimentos vinham em alta gradual desde o lançamento do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), concebido como prioridade do segundo mandato de Lula e bandeira de sua candidata, Dilma Rousseff.
O que explica o recorde, porém, é um salto repentino de quase 60% nos primeiros seis meses deste ano, na comparação com o primeiro semestre de 2009.
Abertura, ampliação e conservação de rodovias, obras de saneamento básico e de urbanização de favelas compõem a maior fatia das despesas, além de um contrato firmado em acordo militar com a França para a construção de quatro submarinos convencionais e um de propulsão nuclear.
Um terço dos recursos é repassado a governadores e prefeitos.
Mesmo em somas inéditas desde a redemocratização do país, os investimentos federais ainda têm mais peso político que econômico.
Tanto o governo como o país investem pouco para os padrões internacionais, e o PAC fracassou na meta de impulsionar a elevação do investimento nacional à casa de 25% do PIB -são 18% hoje.
Durante o "milagre econômico" da ditadura militar, obras a cargo dos cofres da União ficavam, na média, em 1,8% do PIB, taxa nunca mais repetida após a crise do endividamento externo, nos anos 80, que sepultou a era do crescimento econômico puxado pela ação do Estado.
Segundo diagnóstico quase consensual entre os analistas, o Brasil precisa elevar sua taxa de investimento para sustentar o atual crescimento acelerado. Do contrário, a produção não será suficiente para acompanhar o consumo, provocando alta da inflação e das importações -o que ocorre hoje.Lula espera que o ritmo acelerado dos investimentos públicos nessa reta final de mandato contribua para eleger Dilma Rousseff.
Afinal, ela é, na definição do próprio presidente, a "mãe do PAC", programa que não concluiu nem metade de suas obras, segundo seu último balanço. (AS obras estão em andamento, mas já tem mais de 70% dos investimentos realizados).
No ano passado, o governo definiu que era estratégico acelerar os investimentos do PAC no ano eleitoral para fugir das críticas da oposição de que o programa patina desde seu lançamento.
Além de dar mais sustentação ao crescimento da economia e gerar empregos em 2010, trunfos para a campanha eleitoral contra o candidato tucano José Serra.
Só falta agora uma matéria da Folha de S.Paulo com a foto de Sérgio Guerra ao lado de Serra e a manchete em destaque, "Fomos nós que criamos o PAC".
Celso Jardim
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