O líder do PT na Câmara, deputado Fernando Ferro (PE), criticou hoje (1) o candidato do PSDB à Presidência da República por tentar fazer-se de vítima acusando o PT por violação de dados na Receita Federal.
“José Serra é especialista em dossiês, como gente do seu próprio partido já sentiu na pele, e agora tenta recuperar o afundamento eleitoral de sua candidatura. Serra virou ´Serranic´’ e, numa manobra desesperada, baixa o nível da campanha”, disse o líder.
O líder observou que, no caso da suposta violação dos dados da filha de Serra, Verônica Serra, foi ela mesma quem pediu cópia das declarações à Receita, através de procurador, que apresentou documento com firma reconhecida em cartório. “É de se espantar a cobertura da mídia sobre o caso, quem tem de dar explicações é a própria Verônica, mais ninguém”, disse o líder do PT. A própria Receita Federal confirma que o acesso aos dados de Verônica – que já foi sócia de uma irmã do empresário Daniel Dantas, que é alvo de várias investigações e já foi condenado por crimes como evasão fiscal – foram acessadas a pedido dela.
Especialistas questionam a necessidade de um procurador para acessar os dados fiscais pessoais junto à Receita. Hoje, com acesso online, qualquer cidadão pode entrar no site da Receita, cadastrar-se e ter acesso às suas próprias declarações de IR dos últimos dez anos. “Tudo isso é questionável , Verônica Serra tem de dar explicações”,comentou Ferro.
Sindicância
Novas revelações, porém, indicam que as irregularidades cometidas por funcionárias da agência da Receita Federal em Mauá (SP) tiveram motivações não políticas. A lista dos que tiveram sua vida fiscal devassada tem pelo menos 140 nomes, mas a mídia tem-se concentrado apenas nos nomes de quatro tucanos. A lista inclui figuras sem elo com o universo partidário, como a apresentadora de TV Ana Maria Braga, empresários como Samuel Klein (dono das Casas Bahia), além de fazendeiros etc.
O coordenador geral da Receita, Octacílio Cartaxo, descartou qualquer ligação política nas violações, mas declarou-se constrangido pela violação. Isso porque a sindicância instaurada para investigar o caso apontou a existência de um “balcão de compra e venda” de sigilos.
Mercado antigo
Já há algum tempo, diferentes reportagens mostraram a facilidade com que se pode ter acesso a bancos de dados com sigilos fiscais e outros dados. Na rua Santa Ifigênia, no centro de São Paulo, alguns vendedores ambulantes oferecem CDs com listagens completas de dados “sigilosos”, não só de quem paga imposto, mas também de aposentados, de correntistas bancários etc. O delito foi tema foi reportagem do caderno Economia de O Globo e até mesmo de um dos telejornais da TV Globo. A via é conhecida na capital paulista pela concentração de lojas e ambulantes de produtos eletrônicos – o que inclui itens do ‘mercado paralelo’, ou seja, falsificados ou ilegalmente vendidos.
Liderança do PT/Câmara (www.ptnacamara.org.br)
Matéria publicada por Leda Ribeiro (Colaboradora do Blog)
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