Ex-líder dos cara-pintadas, petista diz que não sabe se estenderá a mão para Collor, caso este permaneça na base aliada no Senado
ITALO NOGUEIRA E PLÍNIO FRAGA – FOLHA SP
DO RIO
Candidato ao Senado pelo PT do Rio, o paraibano Lindberg Farias, 40, prega o “distensionamento político” com o PSDB e defende que seu partido inicie diálogo com os tucanos por uma agenda comum para que um eventual governo Dilma Rousseff dependa menos do PMDB e de “grupos fisiológicos”.
“Facilitaria para a Dilma na composição do governo”, diz ele, com 40% das intenções de voto, segundo o Datafolha. Ex-presidente da UNE que surgiu na política ao ir às ruas pedir o impeachment de Fernando Collor, Lindberg pode se tornar companheiro de bancada do ex-presidente no Senado: “Não sei se estiro a mão e aperto”.
Folha – O sr. defende que o PT dialogue com o PSDB.
Lindberg Farias - Confirmada a vitória da Dilma, é necessário grande esforço para distensionar a luta política.
A gente viveu oito anos de governo FHC com o PT numa oposição radical. Nos oito anos do Lula, com o PSDB aconteceu a mesma coisa.
Há condições para uma situação diferente, pelas características das lideranças da oposição. Alguém imagina Aécio Neves no Senado fazendo discurso à la Arthur Virgílio? Ele vai ter posição de oposição construtiva.
Estão dadas as condições para discutirmos o distensionamento da política e uma agenda do Brasil em comum com o PSDB. Isso facilitaria para a Dilma na composição do governo. Quem está na frente tem que ter grandeza de estender a mão.
O gesto tem de ser do PT?
Tem. É um equívoco gigantesco esse ato [de ver] golpismo da mídia. O clima tem de ser de distensionamento. Estamos ganhando a eleição.
O PSDB coloca na internet comerciais com ataques ao PT.
Temos que aguentar. O PT está maduro, sabemos que é do jogo político. Há setores da mídia que pegam pesado, são muito parciais, mas faz parte. O gesto de quem está ganhando deve ser de grandiosidade e cabeça fria.
Nos Estados Unidos, Obama chamou um republicano para o ministério. Chegaria a isso?
Chegaria, mas acho difícil. Mas colocar pessoas neutras com interlocução em vários partidos pode acontecer.
Se o Collor perder a eleição em Alagoas, será seu companheiro de base aliada…
Já pensei muito nisso. [risos] Não sei se estiro a mão e aperto. Cheguei a pensar: “Seria bom se ele ganhasse o governo de Alagoas”.
Esse tipo de aliança não é transigir com a ética?
Fui prefeito eleito em aliança com o DEM. No governo você tem que montar maioria. Sem esse cuidado, podem parar seu governo. É possível fazer sem ultrapassar limites éticos. Quando falo da pacificação com PSDB, esse é o motivo: não ficar refém de grupos mais fisiológicos que atuam no Congresso.
Para o Senado, Lindberg e Crivella ampliam vantagem sobre Maia
FOLHA SP
DE SÃO PAULO
O governador Sérgio Cabral (PMDB) mantém liderança folgada na disputa pela reeleição no Rio de Janeiro, aponta pesquisa Datafolha.
Cabral aparece agora com 60% das intenções de voto. Na semana passada, tinha 58%, uma variação dentro da margem de erro, de três pontos percentuais.
Seu principal adversário, Fernando Gabeira (PV), oscilou de 18% para 17%.
Indecisos são 6%, mesmo percentual de quem pretende votar nulo ou em branco.
SENADO
Marcelo Crivella (PRB) e Lindberg Farias (PT) ampliaram a vantagem sobre o ex-prefeito do Rio, Cesar Maia (DEM), na disputa pelas duas do Estado no Senado.
Crivella e Lindberg variaram dois pontos percentuais para cima em uma semana. Cesar Maia variou um ponto para baixo.
Para se eleger, o ex-prefeito do Rio precisa agora tirar uma vantagem de 14 pontos percentuais sobre Lindberg, o segundo colocado.
De acordo com o Datafolha, Crivella, com 42%, e Lindberg, com 40%, seriam eleitos para o Senado no Rio. Cesar Maia, que até o início do mês ficava com a segunda vaga, tem agora 26%. Jorge Picciani (PMDB) tem 20%.
O ex-pagodeiro Waguinho (PT do B) tem 9%, seguido por Marcelo Cerqueira (PPS), com 6%, e Milton Temer (PSOL), com 5%. (ES)
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Também do Blog do Favre.
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