“Dona Judith Brito, presidente da Associação Nacional de Jornais, que reúne os principais diários do país, e diretora-superintendente da empresa que edita a Folha de S.Paulo, já afirmou publicamente que os partidos de oposição estão muito debilitados e que cabe aos jornais exercer esse papel. A posição oficial da entidade que congrega os maiores jornais vem sendo seguida à risca por todos eles, que, apesar do conhecimento publico da posição que defendem, tentam se passar por imparciais.
Nesse pequeno clube fechado, que não aceita vozes dissidentes, todos rezam pela mesma cartilha. Se há governo popular, sou contra. Os principais meios de comunicação do país são controlados por meia dúzia de famílias ricas, que defendem seus interesses de classe. Seu compromisso não é com a informação e sim com a manipulação das notícias para atingir seus propósitos.
Meu avô foi vítima desse clubinho, Lula é perseguido por ele desde que se tornou uma liderança nacional, e Dilma será considerada uma inimiga permanente até o último dia de seu mandato. Contra os representantes das aspirações populares não há trégua. O objetivo é desestabilizá-los, se possível derrubá-los, recorrendo a meias verdades, informações falsas e atuação conjunta.
O roteiro já é batido, mas eles ainda acreditam que funciona. Normalmente, a peça de acusação ou escândalo, como gostam de batizar qualquer denúncia que fabricam, parte de alguma revista semanal, preferencialmente a Veja, que no meio dessa mediocridade consegue ser a pior das piores, e depois é repercutida e propagada pelos demais veículos. A estratégia é tornar o fato verossímil pela sua divulgação exaustiva em todos os veículos que controlam. Assim, o “fato novo” aparece quase sempre no fim de semana, os jornais já o repercutem aproveitando a maior tiragem desses dias, e a TV Globo dá o tiro de canhão, alcançando um público que os impressos jamais atingiriam.
Qualquer brasileiro minimamente informado já viu esse filme, como vê novamente com a história da vez, envolvendo a ministra da Casa Civil, Erenice Guerra. Não existe nenhuma preocupação com sutileza. Se o alvo é Lula, vão em cima de sua família e principais auxiliares. Se o alvo é Dilma, ninguém mais próxima no governo que a sua sucessora, com quem trabalhava diretamente antes de se candidatar à Presidência da República.
O funcionamento desse clube tem uma outra regra. Tudo que não é publicado por eles não é notícia. Um caso disparatado como esse de Erenice Guerra vai ser explorado até a última gota, contra todas as evidências. Mas uma reportagem poderosa como a de Leandro Fortes, na Carta Capital, sobre o vazamento do sigilo bancário de 60 milhões de brasileiros, feito por uma empresa que tinha como sócia a filha de José Serra, é totalmente ignorada.
A questão que esse pequeno grupo parece não enxergar é que o Brasil mudou. Hoje existem novas fontes de informação, como a internet, e a população já não se deixa levar por suas mentiras. Lula foi eleito e reeleito contra a vontade dessa minoria. E Dilma caminha para uma vitória ainda mais consagradora enfrentando todos os golpes vis. O povo não é bobo e saberá dar na urna uma resposta à altura a esse grupo, que jamais teve compromisso verdadeiro com o Brasil.
Será um erro, com a vitória, fazer de conta que isso foi uma rusga eleitoral que “passou”. Quem poupa o inimigo, já diz o ditado, pelas mãos lhe morre, um dia. Ninguém está falando em censura à imprensa, antes que eles venham com essa. Nem em tratar mal aos jornalistas, embora muitos se prestem abertamente ao jogo político patronal.
Estamos falando em respeito à liberdade, que não é propriedade dos donos da mídia. Trata-se de abrir a liberdade para todos, sem o que liberdade não há. A vontade do povo brasileiro está sendo expressa de modo inequívoco. O povo brasileiro não quer mais ser um objeto de manipulação desta gente.
Os acontecimentos estão provando que é preciso que o governo Dilma apóie nossa luta. Não queremos, como eles, gordas verbas de publicidade – embora seja legítimo, eventualmente e por critérios técnicos, também os blogs a receberem, o que não é o meu caso. Queremos internet para todos os brasileiros, queremos que esta tela rompa a prisão em que colocam a mente de nossos irmãos e irmãs, com seu poder avassalador.”
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